Em tempos de disputa acirrada por espaço entre técnicos brasileiros e portugueses no mercado nacional, Abel Ferreira desempatou o placar nos duelos entre profissionais dos dois países na temporada. Os treinadores do lado de lá do Oceano Atlântico estão em vantagem com a vitória do Palmeiras sobre o São Paulo, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista. No ano, são três triunfos de profissionais lusitanos contra dois santos de casa.
No primeiro clássico luso-brasileiro do ano, Abel Braga superou Paulo Sousa no Fla-Flu válido pela primeira fase do Campeonato Carioca pelo placar mínimo: 1 x 0. O português se recuperou ao derrotar o Botafogo, do interino Lúcio Flávio, por 3 x 1; e o Vasco, de Zé Ricardo, por 2 x 1. Com muita dificuldade diga-se de passagem. Gol no fim do confronto.
Pelo Paulistão, Rogério Ceni fez o suficiente para levar o tricolor ao triunfo diante de um Corinthians liderado pelo estreante Vítor Pereira. Hoje, Abel Ferreira finalmente venceu Ceni pela primeira vez. Bastou o gol de Rony, aos nove minutos do primeiro tempo.
Os placares apertados nos duelos entre técnicos brasileiros e portugueses chama a atenção. O único triunfo por mais de um gol de diferença foi no desequilibrado clássico entre Flamengo e Botafogo. O time de Paulo Sousa chegou a abrir 3 x 0, no Nilton Santos.
Duelos luso-brasileiros à parte, o Palmeiras foi novamente estratégico em jogo importante. Incorporou a característica de Abel Ferreira. O ego ferido por ainda não ter derrotado Rogério Ceni precisou de nove minutos para ser massageado. Rony mandou de cabeça para a rede o belo cruzamento na medida do lateral-direito Marcos Rocha.
Portugueses x Brasileiros em clássicos no ano
A pressão na saída de bola do São Paulo e o gol no início foram antídotos contra o truque usado por Rogério Ceni nos clássicos. O tricolor paulista costuma entrar pilhado nos clássicos para fazer o primeiro gol e segurar o placar. O Palmeiras propôs o inverso. Em vantagem, usou o poder defensivo para frustrar as tentativas frustradas de empate.
Se o São Paulo tinha dificuldade com 11 em campo, ficou pior ainda com 10 depois da expulsão do lateral-direito Rafinha. O experiente dono da braçadeira não deveria confundir o cargo de capitão com manifestações recorrentes contra a arbitragem. Cometeu muitas faltas e recebeu o segundo amarelo merecidamente. O líder precisa ser menos imprudente.
O desafio do São Paulo é aprender a tirar o ônibus da frente dos gols. Abel Ferreira desafiou Rogério Ceni e o colega de profissão não conseguiu. Quando chegou perto, o goleiro Weverton interveio e a trave protegeu o seguro Palmeiras no Morumbi.
A obsessão do Palmeiras por um centroavante mais uma vez perdeu a força graças à persistência de Abel Ferreira. O português espera sentado pela contratação de um camisa 9 raiz, mas sabe se virar com um gol de Rony aqui, um de Dudu acolá, o improviso de Raphael Veiga como falso nove e a utilização de noves fora como Breno Lopes, herói do bi na final da Libertadores de 2020; e de Dayverson no gol do tri, em Montevidéu.
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