Não foi um 11 de outubro qualquer. Foi o 11 de outubro de 2020! Um dia para ficar marcado na história do esporte. A data em que Rafael Nadal conquistou o título de Roland Garros contra Novak Djokovic e igualou a quantidade de títulos de Grand Slam de Roger Federer. Que Lewis Hamilton alcançou o número de vitórias de Michael Schumacher na Fórmula 1. Que LeBron James honrou a promessa de brindar o Los Angeles Lakers com o 17° troféu da NBA. Mais do que igualar o recorde do Boston Celtics, ele conseguiu homenagear Kobe Bryant. Foi além: agradeceu à Liga pela liberdade de expressão na campanha “vidas negras importam” contra o racismo.
Domingo com final entre Nadal e Djokovic não pode ser um dia qualquer. O espanhol levou o título aos 34 anos e 130 dias. O segundo mais velho na história do torneio, atrás apenas de Andrés Gimeno, que tinha 34 anos e 306 dias. Chegou a 100 vitórias na história de Roland Garros e entrou no a seleta lista dos tenistas centenários em número de triunfos em Grand Slams. Além dele, Chris Evert (101 no US Open), Roger Federer (102 Austrália Open e 101 em Wimbledon), Martina Navratilova (120 em Wimbledon) e Serena Williams (106 no US Open) conseguiram esse baita feito.
Em uma impressionante prova de longevidade e alto rendimento, Nadal conquista o sexto título de Grand Slam acima dos 30 anos — quatro em Roland Garros e dois no US Open. O 13° título em Roland Garros (2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2017, 2018, 2019 e 2020) veio acompanhado pela centésima vitória, o 20° título em Grand Slams e um impressionante pneu de 6-0 no primeiro set da final contra Djokovic.
Do gênio Nadal para o não menos genial Lewis Hamilton. Em Nurburgring, o piloto inglês igualou o número de vitórias do heptacampeão mundial Michael Schumacher. Agora, cada um deles tem 91 triunfos na história da principal categoria do automobilismo. Ao receber de presente o capacete do ídolo alemão das mãos de Mick, filho do lendário alemão, Hamilton ficou emocionado: “Não sei o que dizer, seu pai é meu ídolo. Cresci pilotando o carro do Michael no videogame”, afirmou. Foi a sétima vitória dele em 11 etapas nesta temporada. São 69 pontos de vantagem sobre Valtteri Bottas, segundo colocado na classificação geral.
Para fechar o histórico domingo, LeBron James. A NBA é um espetáculo de competência. Nenhum caso de coronavírus na bolha criada no complexo da Disney e mais uma daquelas decisões épicas de título. O 17° título do Los Angeles Lakers vai além de ter igualado o recorde do Boston Celtics e do fim do jejum de 10 anos sem o título. O astro ganhou o quarto anel pelo terceiro time diferente — Miami Heat, Cleveland Cavaliers e Los Angeles Lakers. Tornou-se o jogador com mais exibições em playoffs (260), superando os 259 de Derek Fisher.
Acima de tudo isso, LeBron James usou seu impressionante poder de influência para mobilizar os colegas da NBA contra o racismo na campanha “Vidas negras importam”. Em tempos de eleições presidenciais nos EUA, incomodou o atual inquilino da Casa Branca, Donald Trump, com mais um discurso firme ao receber o prêmio de MVP dos playoffs. Pediu resistência: “Foi inacreditável. Inacreditável o que fizemos juntos. Fizemos isso juntos, juntamos as nossas vozes. E é assim que precisa ser para mudarmos. Somente juntando as vozes é que seremos ouvidos. Temos de continuar lutando, brigando, pedindo. Não podemos parar. Juntos temos como mudar, como fazer da América e do mundo um lugar melhor”, afirmou na quadra.
O domingo protagonizado por Rafael Nadal, Lewis Hamilton e LeBron James é para ser lembrado como o dia em que três gênios fizeram do tênis, do automobilismo e do basquete um tributo ao esporte. É que um deles, King James, reforçou que a carreira do atleta vai muito além do pódio, do sucesso coletivo ou pessoal. Exige engajamento social contra o racismo e outras tantas mazelas do nosso tempo.
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