Medalhistas olímpicas com Pia, EUA e Suécia eram mais jovens do que o Brasil que irá a Tóquio

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A convocação da técnica sueca Pia Sundhage para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano devido à pandemia do novo coronavírus, reflete a dificuldade de encontrar peças confiáveis para o trabalho de rejuvenescimento da Seleção Brasileira e a demanda de Pia por jogadoras minimamente experientes para a responsabilidade de brigar pelo inédito ouro.

O elenco escolhido por Pia exibe media de idade de 29,2 anos. Aumentou em relação aos Jogos do Rio-2016. O time comandado por Oswaldo Alvarez, o Vadão, tinha 27. A lista tem 10 remanescentes da edição anterior e oito estreantes no torneio olímpico: Letícia Izidoro, Jucinara, Júlia Bianchi, Duda, Adriana, Ludmila, Bia Zaneratto e Geyse.

Sim, houve troca de nomes, mas, mesmo assim, o elenco envelheceu. É praticamente o mesmo. Prova disso é o número de remanescentes da última Copa do Mundo disputada na França levantado pelas colegas Maíra Nunes e Maria Eduardo Cardim no Elas no Ataque.

Pia não abre mão da liderança de Formiga, 43 anos. Muito menos, óbvio, de Marta, 35 anos, eleita cinco vezes melhor do mundo. Desistiu de Cristiane, 36, maior artilheira olímpica entre os torneios masculino e feminino, com 14 gols; e surpreendeu ao preterir Andressa Alves, 28.

A média de idade da Seleção é um desafio para Pia. Explico: seleções vitoriosas comandadas por ela em outras edições dos Jogos Olímpicos eram mais jovens. Ela levou os Estados Unidos ao ouro nos Jogos de Pequim-2008 com uma geração que tinha média de 25,6 anos. Uma prova de que conseguiu renovar o grupo. Quatro anos depois, foi bi com um grupo de 28 anos.

  • A média de idade das seleções de Pia na Olimpíada
    Estados Unidos: 25,6 (ouro em Pequipm-2008)
    Estados Unidos: 28 (ouro em Londres-2012)
    Suécia: 27,6 (bronze no Rio-2016)
    Brasil: 29,2

Há cinco anos, a Suécia, medalha de prata, no Maracanã, ao perder para a Alemanha na final, também era mais jovem do que o Brasil que irá a Tóquio. A seleção do país dela tinha média de 27,6 anos. Logo, a convocação de Pia indica uma encruzilhada.

Não há como negar que ela rodou o país e bisbilhotou o mundo em busca de novos talentos. Em dois anos, convocou 61 jogadas para 18 amistosos. Acho muito em um país que não levava a modalidade a sério até pouco tempo. Em tese, as questões são a técnica e a bagagem das jogadoras para o tamanho da responsabilidade assumida por Pia em julho de 2019. Mais do que isso: o condicionamento físico para aguentar o tranco. Ela deve arrochar a partir da viagem para Portland, nos Estados Unidos, onde o time iniciará a reta final de treinos.

Em meio à crise na CBF, é possível achar avanço relevante em relação ao futebol feminino. Um deles, o fortalecimento do Brasileirão. A Série A 1 é uma realidade. Prova disso é presença maciça de jogadoras do torneio na convocação. Doze jogadoras atuam no país, 11 no futebol paulista e uma no gaúcho, e seis no exterior. Há cinco anos, o cenário era inverso. Das 18 jogadoras convocadas por Vadão, 15 atuavam no exterior e outras eram da seleção permanente.

A idade das convocadas por Pia Sundhage

» Goleiras

32 Bárbara (Avaí/Kindermann)
26 Letícia Izidoro (Benfica-POR)

» Defensoras
30 Poliana (Corinthians)
35 Bruna Benites (Internacional)
29 Rafaelle (Palmeiras)
33 Erika (Corinthians)
33 Tamires (Corinthians)
28 Jucinara (Levante-ESP)

» Volantes e meias
43 Formiga (São Paulo)
26 Andressinha (Corinthians)
23 Júlia Bianchi (Palmeiras)
35 Marta (Orlando Pride-EUA)
25 Duda (São Paulo)
29 Debinha (North Carolina Courage-EUA)
24 Adriana (Corinthians)

» Atacantes
26 Ludmila (Atlético de Madrid-ESP)
27 Bia Zaneratto (Palmeiras)
23 Geyse (Madrid CFF)

Média: 29,2 anos

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Marcos Paulo Lima

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