Lição do Boca ensinou Abel Ferreira a mudar Palmeiras contra o Del Valle

Compartilhe

A resistência de Abel Ferreira para ceder ao farol alto de Endrick e dar passagem ao garoto nas semifinais da Libertadores do ano passado contra o Boca Juniors deixou uma dura lição ao técnico do Palmeiras: não se pode ter medo de errar na tentativa de acertar.

O Palmeiras, e não o Boca, deveria ter sido o adversário do Fluminense na final única de 2023, no Maracanã. Ele inicia as partidas em La Bombonera e no Allianz Parque com Raphael Veiga, Artur e Rony na comissão de frente.  Quando admitiu o equívoco era tarde demais. O time alviverde estava eliminado na decisão por pênaltis. Endrick virou titular no Brasileirão na sequência da temporada e assumiu o protagonismo do título nacional.

Abel aprendeu a dura lição do ano passado e fez diferente na virada digna de aplausos de pé contra o Independiente del Valle, por 3 x 2, na altitude de 2.850m de Quito. Foi para o intervalo perdendo por 2 x 0 com quase 30% da posse de bola. Simplesmente não jogou.

A guinada no segundo tempo é resultado de um Abel arrependido do vacilo na semifinal contra o Boca. Sem medo de ser feliz, o lusitano aposta na entrada de cinco jogadores abaixo sub-23: Estêvão (17), Luis Guilheme (18), Vanderlan (21), Lázaro (22) e o centroavante Flaco López, praticamente o tio da turma com 23. Pulmões para a reação.

Dois deles comandaram a reviravolta. Endrick havia esboçado a reação. Substituto do exausto Endrick, Lázaro empatou com assistência de outro egresso do banco, Flaco López. O mesmo Lázaro é o responsável pelo passe para o gol da virada marcado por Luis Guilherme e mais uma noite marcada pela coragem de Abel — o técnico que se recusa a perder. Abel voltou a ser o Abel de 2020, quando teve coragem de formar um meio de campo com os meninos Danilo, Patrick de Paula e Gabriel Menino contra o River Plate na semifinal da Libertadores e saiu da Argentina com uma vantagem de 3 x 0.

Os três anos, cinco meses e 21 dias de trabalho facilitam o serviço do treinador, mas não é só. A mentalidade vencedora e o espírito de arquibancada também. A celebração do resultado no gramado depois da partida mostra jogadores e comissão técnica se comportando como a “torcida que canta e vibra por nosso alviverde inteiro, que sabe ser brasileiro, ostentando a sua fibra”. Afinal, assim diz o hino do clube.

Twitter: @marcospaulolima

Instagram: @marcospaulolimadf

TikTok: @marcospaulolimadf

Marcos Paulo Lima

Publicado por
Marcos Paulo Lima
Tags: Abel Ferreira Endrick Inependiente del Valle Lázaro Libertadores Luis Guilherme Palmeiras

Posts recentes

  • Esporte

Como Léo Batista virou meu “amigo” e inspiração nas noites de domingo

Domingo sempre foi um dia movimentado na casa dos Souza Lima no Cruzeiro Novo, onde…

7 horas atrás
  • Esporte

Infantino visita Trump e inicia alinhamento para Mundial e Copa nos EUA

A dois dias da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o mandatário…

2 dias atrás
  • Esporte

Zagueiro brasiliense Lúcio é imortalizado no Muro dos Campeões da Fifa

Lucimar da Silva Ferreira, o Lúcio, campeão da Copa de 2002 e capitão do Brasil…

3 dias atrás
  • Esporte

Flamengo 1 x 1 Madureira: é impossível jogar feliz em dia de demissões

É fácil jogar a culpa do mau início do Flamengo no Campeonato Carioca no time…

4 dias atrás
  • Esporte

Gustavo Cuéllar candidata Grêmio a ter o melhor par de volantes do país

Times históricos do Grêmio tinham grandes volantes. China era o carregador de piano nos títulos…

5 dias atrás
  • Esporte

Palmeiras domina a arte de negociar joias com times de ponta da Europa

A venda do zagueiro Vitor Reis para o Manchester City consolida a capacidade do Palmeiras…

6 dias atrás