Estava pensando cá com meus botões. O futebol mineiro tem três técnicos com pavio curto à frente dos principais clubes do Estado: Jorge Sampaoli (Atlético), Adilson Batista (Cruzeiro) e Lisca (América). Haja fio desencapado. Não faltará noticiário para os colegas de Belo Horizonte. Responda rapidamente: qual dos três tem tapas na língua? Isso é bom ou ruim? Digo que é bom e ruim. O que eles dizem costuma sair das quatro linhas, invadir as salas de dirigentes, conselheiros, desgastar a vida política dos clubes por onde passam.
O argentino Jorge Sampaoli estreou com vitória neste sábado sobre o Villa Nova, por 3 x 1. Ele desembarcou na Cidade do Galo cheio de amor para dar, mas o relacionamento com ele costuma ser tenso. Basta observar o toma lá dá cá na temporada passada com a diretoria do Santos. Isso explica um tiquinho a contratação do experiente Alexandre Mattos para o cargo de diretor de futebol. Alguém precisa domar o técnico blindar o presidente Sette Câmara do desgaste na relação entre Miguel Peres e Sampaoli no Santos.
O treinador se irritou com a demora na contratação de reforços, com a venda repentina de Bruno Henrique para o Flamengo, e com a falta de informações sobre as condições financeiras do clube. A primeira reclamação pública aconteceu antes mesmo da estreia, em janeiro. Entre tapas e beijos, o casamento terminou com o Santos vice-campeão brasileiro.
Adilson Batista é outro fio desencampado. Não leva desaforo para casa. Diz o que dá na telha. É do tipo sincerão. Depois da derrota para o CRB, o técnico do Cruzeiro não poupou cúpula anterior do clube, deixou dirigentes insatisfeitos e chegou a ser anunciado como demitido.
“Sei que muitos não gostam da minha personalidade. E acho que vergonha a gente deveria sentir das pessoas que fizeram o que fizeram com o Cruzeiro. Precisa ter paciência, porque é do processo. Não é justificativa. Não se avalia trabalho em dois meses. Sei que sou o alvo, estou fazendo o meu melhor”, desabafou depois da derrota por 2 x 0 pela Copa do Brasil.
Lisca não ganhou o apelido de doido por acaso. No início da temporada passada, incendiou a própria comissão técnica ao pedir a demissão do auxiliar Marcelo Rospide após dias tumultuados no vestiário do Ceará. O assistente comanda o Vozão enquanto Lica concluía o curso de treinadores da CBF. Deixou o curso temporariamente e decolou rumo a Fortaleza para determinar que Márcio Hahn comandasse o time, não mais Rospide.
No ano passado, o UOL relatou episódio em que Lisca surtou na sala da comissão técnica com membros da preparação física. “Por que passaram uma semana sem falar comigo? Quem manda aqui sou eu. Querem me derrubar? Rospide quer o meu lugar? Por que o time correu tanto? Comigo não é assim”, teria esbravejado Lisca, que coleciona desafetos com jogadores e até com uma estagiário do Ceará devido ao temperamento explosivo.
As missões dos três treinadores estão bem definidas. Além do Mineiro, Jorge Sampaoli tem pela frente o Brasileirão — torneio que o Galo não conquista desde 1971. Adilson Batista também tem o Mineiro, o desafio de virar o jogo contra o CRB na Copa do Brasil e a Série B do Brasileiro. Tem que terminar a segunda divisão no mínimo em quarto lugar. O desafio de Lisca é levar o América à elite, ir o mais longe possível na Copa do Brasil — está na terceira fase contra a Ferroviária — e quem sabe decidir o título estadual.
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