Em contagem regressiva para a volta aos treinos e a retomada do Campeonato Paulista, o Santos tem um trunfo no banco de reservas para sonhar com título: aos 74 anos, o técnico Jesualdo Ferreira tem uma experiência bem-sucedida em competições com portões fechados para motivar o elenco alvinegro. O português levou o Zamalek ao título da Premier League do Egito em jogos sem torcida na maior parte da temporada 2014/2015.
Em 8 de fevereiro, uma briga entre torcedores do time comandado por ele, o Zamalek, e policiais do Cairo, causou a morte de 19 pessoas antes da partida contra o ENPPI, no Estádio Air Defense. O confronto aconteceu nos arredores da arena. Uma facção chamada Ultras Cavaleiros Brancos tentou entrar à força no palco da partida sem ter ingressos. A polícia impediu usando bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os vândalos. No tumulto, muitos morreram pisoteados ou por falta de ar e pelo menos 25 torcedores ficaram feridos.
A Federação Egípcia interrompeu o campeonato nacional em 9 de fevereiro, na 21ª das 38 rodadas, e a competição só foi retomada em 30 de março. Jesualdo Ferreira lembra o episódio numa entrevista à edição impressa do diário português A Bola neste domingo.
A temporada 2014/2015 do Campeonato do Egito teve 17 das 38 rodadas com portões fechados devido ao quebra pau entre torcedores do Zamalek e a polícia. A liga ficou paralisada por mais de um mês. Foi retomada sem público na 22ª rodada da temporada 2014/2015 e seguiu assim até a última (38ª). A Copa do Egito também foi decidida sem plateia. O Zamalek arrematou os dois troféus sob a batuta do português
“Sem público, vamos ter essa dificuldade, mas já fui campeão (da Premier League do Egito) e ganhei a taça (Copa do Egito) sem público. Tive essa experiência e a dada altura esqueci que não havia público. Nós treinadores dizemos que um treino tem de ser próximo da competição. Mas não é. Um treino é um treino. Uma competição é uma competição. Um jogo com público é uma coisa e sem público é outra”, compara.
Na entrevista aos colegas Irene Palma e Jorge Pessoa e Silva, Jesualdo Ferreira conta que tem aproveitado a quarentena no Brasil para ver jogos históricos da Seleção e dos clubes do país. “Durante este tempo vi futebol como nunca pensei na minha vida. E do futebol brasileiro vi jogos desde 1970. Da Seleção campeã do mundo no México até os jogos atuais nós já vimos todos. Há um conhecimento muito mais profundo… Foi positivo, pois podemos conhecer o futebol brasileiro nas diferentes etapas”, conta na entrevista ao diário A Bola.
Jesualdo Ferreira compara o futebol brasileiro a um casulo ao apontar as dificuldades para treinadores estrangeiros como ele. “O poder do futebol brasileiro é tão grande que não tem muito espaço para que penetrem outras ideias. No Brasil, os jogadores são em grande parte brasileiros. Não é isso que acontece na Inglaterra. Não é isso que acontece na França, em Portugal, na Espanha. O poderio do futebol brasileiro está nestas questões que foram ganhando ao longo do tempo e da história. É um casulo que é muito difícil de entrar”, comentou, admitindo que foi difícil vencer a desconfiança inicial no Santos.
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