Independiente, River, Peñarol… Quando o Flamengo voltará a vencer camisas pesadas da América?

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Impressionante a dificuldade do Flamengo contra camisas pesadas da América do Sul. Perdeu o título da Copa Sul-Americana para o Independiente sem vencer o autointitulado “Rei de Copas” em nenhuma dos dois jogos. Avançou em segundo lugar na fase de grupos da Libertadores do ano passado sem derrotar o River Plate. Na noite desta quarta, perdeu para o Peñarol em um Maracanã que não merecia tamanho desrespeito. Quase 70 mil presentes.

O Flamengo só tem tamanho na América. Não basta ser o mais querido. É preciso se dar o respeito. O time mais popular do continente não pode ter a mesma quantidade de títulos da Libertadores de “nanicos” como Colo-Colo (Chile), LDU (Equador) e Once Caldas (Colômbia). Ter menos troféus do que o bicampeão Atlético Nacional, da Colômbia, ou o tricampeão Olímpia, do Paraguai. E não pode ser tão pequeno contra o heptacampeão e recordista Independiente, o tetracampeão River Plate e o combalido pentacampeão Peñarol. E nem citei o Cruzeiro, carrasco da queda do ano passado nas oitavas de final…

O Flamengo já mudou elencos, técnicos, diretorias, mas a camisa rubro-negra continua sem amedrontar ninguém nas competições internacionais. O dinheiro também não. O time rubro-negro é o terceiro mais caro desta Libertadores. Está avaliado em R$ 422,2 milhões pelo site alemão especializado Transfermarkt. O Peñarol é o 21º, estimado em R$ 60,9 milhões. Sete vezes menos do que a trupe mal treinada por Abel Braga. Dos 10 jogadores mais caros desta edição, dois defendem o clube da Gávea: Arrascaeta e Gabriel Barbosa.

A irresponsabilidade de Gabigol ao ser expulso no segundo tempo comprometeu a atuação do Flamengo no segundo tempo. A irresponsabilidade de Abel Braga ao manter Arrascaeta no banco nem se fala. Mas prefiro falar da ostentação da velha e da atual diretoria. Afinal de contas, qual foi a motivação para a contratação do excelente meia uruguaio?

A essa altura da temporada, ouso afirmar que a cúpula rubro-negra contratou o reforço para esnobar. Aparentemente, não foi uma aquisição planejada, mas uma simples demonstração de poderio econômico. Bem diferente do que fez o Cruzeiro… Ao perder Arrascaeta para o Flamengo, Mano Menezes, sim, usou a cabeça, fez a contratação pensada, pontual. A cada exibição de Rodriguinho a torcida do Cruzeiro sente menos saudade de Arrascaeta.

A derrota do Flamengo para o Peñarol, o time mal treinado, a irresponsabilidade e o mau uso dos reforços pesam até menos do que os fantasmas rubro-negros. O time tem seis pontos. Provavelmente chegará a nove contra o saco de pancadas San José, da Bolívia. O problema é daí em diante. Os fracassos recentes voltam ao imaginário. Parecem incuráveis. Qual é a certeza de que o Flamengo pontuará na altitude de Quito contra a LDU e ao nível do mar contra a camisa pesada do Peñarol, em Montevidéu.

O Flamengo precisa mais uma vez do divã. Virou questão psicológica. Terapia de grupo.

APEQUENAMENTO

Últimos 7 resultados do Fla contra camisas pesadas da América em torneios internacionais

  • 06/12/2017 – Independiente-ARG 2 x 1 Flamengo
  • 13/12/2017 – Flamengo 1 x 1 Independiente-ARG
  • 28/02/2018 – Flamengo 2 x 2 River Plate-ARG
  • 23/05/2018 – River Plate-ARG 0 x 0 Flamengo
  • 07/08/2018 – Flamengo 0 x 2 Cruzeiro
  • 30/08/2018 – Cruzeiro 0 x 1 Flamengo
  • 03/04/2019 – Flamengo 0 x 1 Peñarol-URU

Resumo: 7 jogos, 1 vitória, 3 empates, 4 derrotas

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Marcos Paulo Lima

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