Time rico, futebol pobre: a enganosa vitória do Flamengo em noite de Everton Ribeiro

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O Flamengo é o segundo time que mais vezes saiu na frente no placar neste Campeonato Brasileiro. Foram 11 vezes! Mas o time rubro-negro tem uma dificuldade imensa de ser contundente, de resolver seus jogos. É assim desde que Zé Ricardo assumiu o time no ano passado. Inadmissível. Principalmente levando em conta o elenco do clube carioca.

Foi uma das piores partidas do Flamengo em 2017. Vencer um dos piores times do Brasileirão com um gol de pênalti nos acréscimos valeu três pontos, encerrou o jejum de três jogos sem vitória, mas está longe de ser digno de aplausos. O time não evolui. Everton Ribeiro fez toda a diferença ao dar assistência para o gol de Berrío no primeiro tempo e ao cobrar o pênalti na vitória por 2 x 1. Aliás, são quatro assistências e dois gols de pênalti na temporada. Mas insisto. É muito pouco para quem entrou em campo com Willian Arão, Rômulo, Everton Ribeiro, Guerrero, Geuvânio e Vinicius Junior no fim da partida.

O Flamengo não evolui. Terceiro colocado no ano passado, começou o ano com a base que brigou pelo título com o Palmeiras no ano passado, mas a base foi para o espaço a cada chegada de reforço. Em vez de melhorar, o time piorou. A piora abalou a confiança. Zé Ricardo está montando um novo time com o bonde andando, mas a paciência da torcida acabou com ele e, principalmente, com a escassez de títulos. Encerrar o ano apenas com o título carioca é inadmissível diante de tanto investimento.

O presidente Eduardo Bandeira de Mello não pode encerrar a sua gestão como Tio Patinhas, o cara que juntou uma grana danada e não conquistou nada mais relevante do que dois campeonatos estaduais e a Copa do Brasil de 2013. A exigência dele com Zé Ricardo e o elenco precisa ser dura. Os salários aparentemente estão em dia. A estrutura do clube deu um baita salto de qualidade. O elenco só precisa se concentrar em jogar bola, mas não consegue emplacar uma sequência de duas, três exibições minimamente convincentes.

A prioridade era a Libertadores, mas o Flamengo foi incapaz de passar da primeira fase. Na sequência, sofreu horrores para para eliminar o Atlético-GO nas oitavas de final da Copa do Brasil. Na segunda fase da Sul-Americana, conseguiu sofrer dois gols do carrasco Palestino, no Chile. Venceu por 5 x 2 um time que não entrava em campo havia pouco mais de dois meses. Na hora da prova de fogo, o Flamengo não venceu Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras. Pior do que isso: sofreu para derrotar um Coritiba sem técnico à beira do campo. Marcelo Oliveira ficou na tribuna. O interino Robson Gomes deu nó em Zé Ricardo.

O Flamengo terminou a partida desesperado, com dois centroavante em campo — Guerrero e Felipe Vizeu. Na hora do aperto, o repertório foi o de sempre: bola alçada na área para ver no que dava. A vitória sobre o Coritiba é mentirosa. Expôs mais uma vez a fragilidade de uma defesa mal posicionada. Ou é normal sofrer quatro gols consecutivos com o ataque adversário aparecendo livre na cara do goleiro Thiago, mais uma vez graças a lambanças dos seus beques. Desta vez, Juan e Rafael Vaz.

Pior do que tudo isso, só o público de 11.722 pagantes. Torcedores corajosos que pagaram caro para ver o paupérrimo futebol do Flamengo nos embalos de sábado à noite.

Marcos Paulo Lima

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