O Flamengo está de volta à final da Copa Libertadores da América. Trinta e oito anos depois! Enfrentará o River Plate no Estádio Nacional de Santiago, em 23 de novembro.
Aí vai uma curiosidade cultural sobre a primeira decisão em jogo único na história do principal torneio de clubes do nosso continente…
Francisco Buarque de Hollanda, o Chico Buarque, é torcedor do Fluminense, mas citou o Flamengo e River Plate em uma composição. Escrevi sobre isso aqui no blog em 23 de maio de 2018. Há uma referência ao confronto entre o clube carioca e o argentino na música Biscate, que faz parte do álbum Paratodos, lançado em 1993. Chico e Gal Costa gravaram juntos (assista ao vídeo).
Um trecho da letra diz…
“(…) Vives na gandaia e esperas que eu te respeite
Quem que te mandou tomar conhaque
Com o tíquete que te dei pro leite
Quieta que eu quero ouvir Flamengo e River Plate (…)”
Não conheço e muito menos conversei com Chico Buarque, óbvio, mas ouso dizer que o tricolor de coração tinha na lembrança duelos de 1982, de 1991 ou de 1993. Em apenas um deles, o River Plate se deu bem em cima do Flamengo. Em 1982, o time rubro-negro defendia o título e foi eliminado com o River Plate em um dos triangulares semifinais. Em casa, goleou o adversário por 3 x 0. Na partida de volta, Zico e companhia ganharam por 4 x 2, na Argentina. No fim das contas, o Peñarol venceu o Flamengo na última rodada, por 1 x 0, no Maracanã, foi o primeiro do grupo e decidiu o título com o Cobreloa.
Antes do lançamento da música, houve outros dois confrontos. Em 1991, o River Plate eliminou o Flamengo na Supercopa dos Campeões da Libertadores. A equipe argentina venceu por 1 x 0 em Buenos Aires, o Flamengo fez 2 x 1 em casa e a decisão da vaga foi para os pênaltis. O River Plate triunfou por 4 x 3 e avançou às semifinais.
Em 1993, ano do lançamento do álbum Paratodos, Flamengo e River Plate voltaram a duelar nas quartas de final da Supercopa dos Campeões da Libertadores e o duelo teve sabor de revanche para o time da Gávea. O River Plate venceu na ida por 2 x 1, o Flamengo devolveu o placar na volta e ganhou por 6 x 5 na decisão por pênaltis.
Das quatro uma: ou Chico Buarque estava secando o arquirrival Flamengo contra o River Plate e vibrou com a eliminação de 1991, ou seja, dois anos antes do lançamento do álbum que traz a música Biscate; ou curtia demais o timaço de Zico e companhia nos anos 1980, a ponto de não perder os marcantes duelos entre Flamengo e River Plate em 1982; ou a música conta a história de um personagem rubro-negro. Uma quarta hipótese é ter sido apenas questão de rima mesmo. Fico com essa última.
Com a ajuda do amigo subeditor de Cultura do Correio, Igor Silveira, encontrei apenas uma declaração de Chico Buarque sobre a música Biscate. Ela foi dada em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. “Biscate é uma brincadeira com as palavras, é uma brincadeira com a harmonia. A harmonia do ‘Biscate’ é inusitada, está quebrada. Aliás, eu acho que o próprio ‘Paratodos’ tem uma certa leveza. Tem alguma coisa de épico, mas é uma música leve. Mas o humor está mesmo presente. A própria “Foto da Capa” tem humor”, disse.
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