Como Fernando Diniz “emula” Jorge Jesus para consolidar o São Paulo na briga pelo título brasileiro

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Fernando Diniz usa um dos trunfos do sucesso do Flamengo de Jorge Jesus na campanha do título do ano passado para fortalecer a candidatura do São Paulo à sucessão rubro-negra no Campeonato Brasileiro. Dizem que a repetição é a mãe da perfeição. A exemplo do colega português no ano passado, o técnico tricolor achou o time-base e faz o possível para mantê-lo jogo após jogo, independentemente do adversário e/ou da competição.

No ano passado, a torcida do Flamengo sabia o time de cor: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão; Everton Ribeiro, Gerson e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol. Jesus variava pouco. De preferência, nos casos de suspensão, contusão ou para dar um pouquinho de repouso a uma ou outra peça importante.

O São Paulo segue esse caminho. O meio de campo encaixou com Igor Gomes, Daniel Alves, Luan e Sara. No ataque, Brenner e Luciano. Do meio para trás, há pouquíssimas variações. Tiago Volpi joga sempre. Juanfran ou Tchê Tchê na lateral direita. A esquerda é do intocável Reinaldo. A preferência na zaga é por Diego e Bruno Alves. Sem eles, Arboleda e/ou Léo. Poupar ou fazer rodízio são ideias praticamente descartadas pela comissão técnica. O mantra é repetição.

Não há um elenco farto como o do concorrente Flamengo, mas, com essa base, o São Paulo acumula 14 jogos sem derrota no Brasileirão. O último revés foi na sétima rodada. Aquela derrota polêmica para o Atlético-MG, por 3 x 0. A CBF reconheceu que houve erro do VAR naquela partida do primeiro turno disputada no Mineirão, em Belo Horizonte.

A simplicidade do sistema tático e as variáveis de Fernando Diniz também são decisivas. O formato é o 4-4-2 com variáveis. Daniel Alves e Luan na proteção, Igor Gomes de um lado e Sara do outro. E como todo 4-4-2 que se preze, há uma dupla de ataque: Brenner e Luciano.

Alguns jogadores do sistema simbolizam a evolução tricolor no Brasileirão. Impressionante a segurança do goleiro Tiago Volpi. A importância de Reinaldo para o time. A liderança de Daniel Alves, o dono do meio de campo. A fase goleador de Luciano, terceiro colocado na artilharia com 11 gols. Dois atrás de Marinho (13) e e quatro de Thiago Galhardo (15).

Com o time na ponta da língua do torcedor, as ideias de Fernando Diniz incutidas na mente dos comandados e um elenco imune, por enquanto, aos surtos de covid-19, o São Paulo é, sim, candidato ao título. Ultrapassou o Flamengo. Encostou no líder Atlético-MG.

A sequência dos próximos jogos indica tendência de alta. O time enfrentará o lanterna Goiás, em Goiânia, no jogo adiado da primeira rodada. Depois, receberá Sport e Botafogo na sequência do Brasileirão. É possível que o time do Morumbi já esteja defendo a liderança neste início de dezembro. Projeção dos sonhos para uma torcida ansiosa para sair da fila que se arrasta desde o tricampeonato em 2006, 2007 e 2008.

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Marcos Paulo Lima

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