Abel Braga e Rogério Ceni apresentaram o cartão de visitas aos portugueses recém-chegados. O técnico do Fluminense conquistou neste sábado a simbólica Taça Guanabara. A diferença de pontos em relação ao arquirrival — e virtual vice — Flamengo é justamente aquela vitória por 1 x 0 sobre o time rubro-negro na quarta rodada. O treinador do São Paulo deu boas vindas ao lusitano do Corinthians em 50 segundos neste sábado. Bastou o gol de Calleri, no Morumbi.
Os triunfos de Abel Braga e Rogério Ceni contra os portugueses resgatam a autoestima dos dois profissionais no momento de maior fragilidade dos patrícios. Paulo Sousa e Vítor Pereira começam a entender a vida como ela é no futebol brasileiro. A relevância dos clássicos. Embora Ceni e Abel tenham sido, respectivamente, campeão e vice do Brasileirão, respectivamente, outro dia, em 2020, ambos iniciaram o ano contestados pelas torcidas. Hoje, a Independente abriu até faixa com a imagem do ídolo no Morumbi. Abelão se derreteu pelo clube carioca ao lembrar do carinho da torcida tricolor quando perdeu o filho: “O Fluminense é a minha alma.”
O Fluminense da vitória sobre o Flamengo não é o que vimos, por exemplo, nas duas partidas contra Millonarios pela Libertadores. O tricolor não estava tão pilhado quando no duelo à parte com os rubro-negros. O São Paulo também se transforma em jogos grandes. Havia sido assim diante do Santos, na Vila Belmiro. Foi elétrico, também, na tarde de hoje.
Aparentemente, Vítor Pereira não fez o dever de casa. Deveria ter prestado mais atenção no início de jogo daquele São Paulo de outubro do ano passado contra o próprio Corinthians liderado à época por Sylvinho. A estratégia foi idêntica: sufocar o adversário no início da partida, balançar a rede logo no início da partida e depois controlá-lo. Há cinco meses, Calleri decidiu o clássico aos seis minutos, no mesmo Morumbi. Hoje, aos 50 segundos. E foi só.
Foi só porque há uma coincidência entre os trabalhos de Rogério Ceni e Abel Braga — e os duelos à parte com os portugueses deixa isso claro. Ambos se satisfazem com muito pouco. São retratos da maioria dos times brasileiros, ou seja, 1 x 0 é goleada. Adeptos do futebol masoquista, o tal do “tem que saber sofrer”. Abel, principalmente.
Pondero, é claro, que o elenco dos dois é limitado em comparação com Flamengo e Corinthians. Enquanto Paulo Sousa desfruta de Arrascaeta, Gabigol, Bruno Henrique, Everton Ribeiro, David Luiz, Marinho, Pedro… e o Corinthians ostenta Gil, Renato Augusto, Giuliano, Roger Guedes, Willian e Paulinho; São Paulo e Fluminense dependem demais, respectivamente, dos meninos de Cotia e de Xerém.
Por sinal, a juventude é um dos segredos do sucesso dos dois times tricolores nos clássicos deste início de temporada. Abel Braga deu confiança a Nino, André, Luiz Henrique, Calegari e Yago Felipe. Rogério Ceni vem ganhando a confiança de Léo, Welington, Igor Gomes, Gabriel Sara, Pablo Maia e Rodrigo Nestor, para mim, o melhor em campo no Majestoso.
Os recados são claros. Os garotos são os alicerces para uma boa temporada do São Paulo e do Fluminense. Fundi-los com os medalhões é o desafio no processo de formação de uma equipe capaz de ser mais do que competitiva. Vencedora. Paulo Sousa e Vítor Pereira estão em mundo à parte. Ambos têm nas mãos elencos europeus e correm contra o tempo para fazê-los funcionar. O Carioca e o Paulista não deveriam ser a régua para medição dos trabalhos deles, mas é bom que ambos se cuidem na fase de mata-mata. O risco de demissão jogo após jogo faz parte da descoberta do Brasil. Infelizmente. Abel e Ceni sabem o gostinho de um bom 1 x 0. Mas que ambos também se cuidem. Paulo Sousa e Vítor Pereira deixaram ótimas impressões. Flamengo e Corinthians serão muito diferentes nos próximos encontros.
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