Duas semanas depois de acusar o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, de assediar o técnico Fábio Carille, o mandatário do Corinthians, Andrés Sanchez, rasgou seda nesta sexta, no Ministério dos Esportes, em Brasília, durante a participação dos dois dirigentes no Painel Cases de Sucesso — o Esporte como Negócio — do Seminário Internacional de Gestão e Governança no Futebol.
O cartola e deputado federal elogiou os seis anos de mandato de Bandeira, a política de ingressos do rival, e aproveitou para cornetar os torcedores que tentaram agredir Bandeira no aeroporto, no Rio, e o chamam de “pé-frio”. Em tom de brincadeira, o próprio Andrés chamou o rubro-negro de “pé-frio” ao dizer que o time só será campeão a partir de 2019.
Ao responder a uma pergunta da plateia, Andrés Sanchez saiu em defesa do companheiro de palco. “O Flamengo está de parabéns. Mas faço uma pergunta aqui: é justo a torcida agredir um presidente depois de tudo que ele fez lá nesses seis anos?”, questionou, apontando o dedo para Bandeira de Mello. “Ser presidente de clube de futebol aqui no Brasil é aquela coisa: se você ganha, é o rei, exemplo de administração, sabe tudo de gestão. Se perde, é ladrão e ‘pé-frio’. O senhor está fazendo um grande trabalho, mas nesse ano não vai ganhar nada ainda, só a partir de 2019, podem ter certeza. Leva um tempo. Faz uns dois anos que o Flamengo começou a montar o time. Foi assim no Corinthians”.
“Ser presidente de clube de futebol aqui no Brasil é aquela coisa: se você ganha, é o rei, exemplo de administração, sabe tudo de gestão. Se perde, é ladrão e ‘pé-frio’. O senhor (Bandeira) está fazendo um grande trabalho, mas nesse ano não vai ganhar nada ainda, só a partir de 2019″
Andrés Sanchez também deu pitaco na política de ingressos caros adotada pelo Flamengo. “Tem gente que fica reclamando do preço do bilhete, que custa R$ 150. Se tem quem paga, por que então que é roubo? A diferença é que, lá na Europa, está cheio de magnatas que bancam aquilo ali e não estão preocupados com rendimento financeiro”, argumentou.
No estilo morde e assopra, Andrés fez outro afago a Bandeira ao comparar o passado do Corinthians ao presente do Flamengo. “Torcedor acha que é só título. A maior vitória da gestão do Flamengo é ter construído os centros de treinamento profissional e da base (que será inaugurado em novembro). A estrutura fíca e vai dar resultado lá na frente”, comparou.
Ao comentar a divulgação dos balanços dos clubes, Andrés fez insinuações quanto ao resultado rubro-negro. “O balanço do Flamengo apresentou superávit de R$ 159 milhões. Excelente. Quanto foi a venda do Vinicius Junior? R$ 164 milhões”. Então, Bandeira interrompeu. “A venda do Vinicius Junior contribuiu, mas ainda temos a receber”, retrucou.
“Tem gente que fica reclamando do preço do bilhete, que custa R$ 150. Se tem quem paga, por que então que é roubo?
Andrés insistiu. “O que eu quero dizer é que gestão de clube é assim: o Flamengo está em dia, pagou as contas, mas teve que vender o Vinicius Junior. Se eu estou em dia, arrecadando, com dinheiro sobrando, bonitinho, por que eu preciso vender um menino com potencial para ser o melhor do mundo? Porque a gestão de futebol é diferente de empresa, tem fatores externos, o estafe do jogador… Eu fico vendo esses caras de marketing, esses economistas, falando isso ou aquilo, eu quero ver um desgraçado desse sentar na cadeira de presidente de um clube para ver como é que é”, desafiou.
Cansado de falar do Flamengo, Andrés olhou um pouquinho para o próprio umbigo e fez um mea-culpa culpa sobre o financeiro do Timão. “O Corinthians ganhou muitos títulos desde 2007, quando eu assumi, mas ficou com o ônus, e nós estamos arcando com o ônus. O Corinthians não ganhou nada por causa do Tite, de jogador… Isso tudo é muito importante, mas foi por causa da estrutura que foi montada lá atrás. Nós começamos em 2008 e o sucesso só foi acabar lá em 2012”, gabou-se.
“Torcedor acha que é só título. A maior vitória da gestão do Flamengo é ter construído os centros de treinamento profissional e da base (que será inaugurado em novembro). A estrutura fica e vai dar resultado”
Em seguida, Andrés admitiu assumindo que o clube ficou endividado. “Aí, o presidente da época achou que era o maior time do mundo. Contratou Renato Augusto, Alexandre Pato, Gil e a conta chegou.Pagamos caro por jogador que não jogava no Corinthians e que a gente não podia mandar embora até o fim do contrato. E ganhava R$ 400 mil por mês. Gestão de um clube de futebol é diferente da gestão de empresa”.
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