O Brasil reviveu os tempos da Monarquia nesta quarta-feira na capital da República. O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro até tentou aparecer e chamar a atenção na tribuna de honra do Mané Garrincha, mas a noite foi de um xará de imperador. “Dom Pedro II” foi coroado com dois gols na vitória por 4 x 0 contra o lanterna Juventude e ofereceu um banquete com leve tempero de “Cebolinha”. O estreante deu assistência na estreia encheu a pança de mais de 65 mil pagantes famintos pelo resgate do velho futebol rubro-negro. Aquele dos tempos de um português.
Aos poucos, Dorival Júnior vai conseguindo. O início arrasador contra o Juventude lembrou os bons tempos da Era Jorge Jesus. Na base do perde-pressiona, o Flamengo sufocou o frágil Juventude e conseguiu marcar três vezes em 17 minutos para liquidar o time gaúcho. Pedro usou a cabeça duas vezes para abrir vantagem. Everton Ribeiro e Lázaro também usaram a cuca para estufar a rede e fazer valer cada centavo investido na partida.
Sob nova direção há 12 jogos, o Flamengo acumula oito vitórias e quatro derrotas. É oito ou oitenta. Ganha ou perde. O time não sofre gol pela terceira partida consecutiva. Uma delas diante do Atlético-MG, atual campeão do Brasileirão e da Copa do Brasil. Mais um dado a destacar: a equipe não sofreu gol em seis exibições desde a mudança no comando.
Artilheiro da Era Dorival, o centroavante Pedro tem sete gols. Quase um terço das 25 bolas na rede do Flamengo desde que o treinador assumiu a prancheta. Mais coadjuvante do que protagonista, Gabriel Barbosa tem quatro bolas na rede na nova formação rubro-negra. Embora tenha deixado o campo chateado na etapa final, o camisa 9 está jogando muita bola aberto pela direita, com Everton Ribeiro atuando por dentro no sistema tático. Ambos formam uma trinca naquele pedaço do campo com o lateral-direito Rodinei.
Sim, há problemas. Se o Flamengo de Paulo Sousa era forte na esquerda e abandonava o lado direito, o sistema de Dorival faz o inverso. É veloz e furioso na direita e precavido na esquerda para dar o mínimo de proteção ao lateral Filipe Luís. Ele só avança na boa.
Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gabriel Barbosa fizeram a diferença com cruzamentos da direita. Encontraram Pedro, duas vezes. Até o baixinho Everton Ribeiro invadiu a área para deixar o dele. No segundo tempo, Everton Cebolinha deu sinal de vida na ponta-esquerda e anunciou que o Flamengo pode ser equilibrado, com ações ofensivas dos dois lados.
O badalado reforço não fez gol, mas nos 45 minutos em campo teve tempo de dar uma assistência para o jovem Lázaro. Iluminado em exibições na capital, ele fez o gol do título do Brasil contra o México, por 2 x 1, na final do Mundial Sub-17 de 2019, no Bezerrão. No último sábado, cobrou escanteio na cabeça de Gustavo Henrique nos 2 x 0 contra o Coritiba. Nesta noite, usou a cabeça para marcar o quarto do Flamengo.
Dos seis gols do Flamengo em Brasília, cinco foram de cabeça. Os adversários certamente estão atentos a esse ponto forte sob o comando de Dorival Júnior. É preciso variar. Jogar pelo chão. Oportunidades não faltaram. Vitinho desperdiçou uma delas de forma bizarra ao furar dentro da grande área. Irritada, a torcida não perdoou. Nem mesmo o discurso protetor de Dorival Júnior na última entrevista coletiva foi capaz de amordaçar 65 mil pagantes.
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