Em crise, Uruguai pode ser a quarta seleção a trocar de técnico em 12 rodadas das Eliminatórias

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Das 10 seleções da América do Sul nas Eliminatórias para a Copa do Qatar-2022, três trocaram de técnico: Chile, Colômbia e Venezuela. O Uruguai pode ser o quarto. A imprensa do país vizinho acompanha um fim de semana decisivo para a continuidade (ou não) do trabalho de Óscar Washington Tabárez à frente da Celeste. No cargo desde 2006, o maestro, como é carinhosamente chamado, é o treinador mais estável na comparação entre o tempo de serviço dos comandantes dos oito países campeões do mundo. Diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré, um processo inflamatório que ataca os nervos, ele está no cargo há 15 anos. O segundo colocado é Didier Deschamps, líder da atual campeã França desde 2012. Tite é o terceiro.

A imprensa uruguaia informa que o Comitê Executivo analisa a situação de Tabárez desde o fim da partida contra o Brasil. Há insatisfação depois das derrotas por 3 x 0 para a Argentina e por 4 x 1 contra o Brasil — 7 x 1 no placar agregado das últimas duas rodadas das Eliminatórias. Mais do que os resultados, pesa contra o respeitado treinador a falta de mobilização do elenco para reagir. A possível saída de Tabárez pode acontecer até mesmo neste fim de semana e teria efeito colateral ali pertinho de Montevidéu, em Porto Alegre.

Responsável pela reação do Inter no Brasileirão, Diego Aguirre é um dos eternos candidatos ao cargo segundo o El País. O preferido de parte da cúpula da Associação Uruguaia de Futebol. Outro postulante à sucessão de Tabárez, talvez o favorito, é Fabián Coito, apontado faz tempo como substituto natural. Há outras alternativas como Guillhermo Almada, Alfred Arias e Pablo Repetto, todos campeões nacionais no Equador, respectivamente, em 2016, 2017 e 2018. Outro uruguaio destacado atualmente é Martin Lasarte — técnico do Chile nas Eliminatórias. A Celeste teve apenas um estrangeiro no cargo: o argentino Daniel Passarella.

A segunda passagem de Tabárez pelo cargo tem dois resultados expressivos. Levou o Uruguai de volta às semifinais na Copa da África do Sul, em 2010, e ao título da Copa América no ano seguinte, na Argentina, ao derrotar o Paraguai na final. O técnico acumula 219 partidas como treinador celeste, com 104 vitórias, 58 empates e 57 derrotas. Com ele, o Uruguai se classificou direto para os três últimos mundiais, em 2010, 2014 e 2018. Antes disso, a seleção foi submetida duas vezes à repescagem. Ficou fora em 2002 e avançou em 2006.

A dança das cadeiras nas Eliminatórias

  • Chile: saiu Reinaldo Rueda, entrou Martin Lasarte
  • Venezuela: saiu Jose Peseiro, entrou Leonardo González
  • Colômbia: saiu Carlos Queiroz, entrou Reinaldo Rueda

Diego Aguirre é um dos preferidos por ser um dos técnicos uruguaios mais modernos. Passou pelas divisões de base do Uruguai como técnico. Em 2011, levou o Peñarol à final da Libertadores contra o Santos. Ele quebrou tabu de 23 anos. Os times do país não alcançavam a decisão desde 1988, quando o Nacional levou a taça.

Fabián Coito é cotado devido ao excelente trabalho nas divisões de base do Uruguai. Ele trabalhou com boa parte dos jogadores que subiram para a seleção principal e acumula alguns feitos. Em 2011, o Uruguai foi vice-campeão do Mundial e do Sul-Americano Sub-17 sob a batuta dele. Há três anos, a Celeste conquistou o Sul-Americano Sub-20 e o quarto lugar no Mundial da categoria. Fabián Coito conhece muito bem a nova geração.

Jogadores como Nicolás De La Cruz (River Plate), Federico Valverde (Real Madrid) e Rodrigo Betancur (Juventus) e Matías Viña (Roma) foram comandados por Fabián Coito nos êxitos de 2017 da seleção sub-20. Em tese, ele seria a alternativa mais viável em curto prazo.

A dúvida sobre a manutenção de Tabárez diz respeito, principalmente, a uma encruzilhada. A seis jogos do fim das Eliminatórias, o Uruguai está na zona de repescagem. O Chile vem logo atrás com 13. Os compromissos de novembro são duríssimos. Receberá a Argentina e irá a La Paz enfrentar a Bolívia na altitude. O risco de deixar até mesmo a quinta posição existe. Os dirigentes não sabem se é melhor pagar para ver a sequência do trabalho de Tabárez nas duas próximas rodadas ou trocar o comando logo agora e apostar em um tratamento de choque.

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Marcos Paulo Lima

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