Do legado na Seleção ao retorno do Goiás à Série A: o feriadão feliz do contestado técnico Ney Franco

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A Seleção convocada para os amistosos contra o Uruguai e Camarões, em Londres, tem três jogadores que estavam no elenco campeão do Mundial Sub-20, em 2011, na Colômbia. Por sinal, o último do Brasil na categoria. Tite conta com os laterais Danilo e Alex Sandro, e o volante Allan. Poderiam ser cinco, se Philippe Coutinho e Casemiro não fossem cortados por causa de lesão.

É justo afirmar que o contestado técnico Ney Franco teve uma dupla alegria neste feriadão. Na sexta-feira, o técnico da Seleção na conquista do Mundial Sub-20 de 2011 deve ter sentido orgulho do legado aproveitado por Tite. Dentro das quatro linhas, confirmou, neste sábado, competência para lidar com a fartura e a escassez, ao levar o Goiás de volta à elite do Campeonato Brasileiro. O alviverde derrotou o Oeste de virada, por 3 x 1.

Seleção de Ney Franco no Sul-Americano Sub-20 2011

Gabriel
Danilo, Saimon, Juan e Alex Sandro
Fernando, Casemiro (Rafael Galhardo), Lucas Moura (Gabriel Silva) e Oscar
Neymar (Diego Maurício) e Willian José

Em 2011, Ney Franco trabalhou com uma baita geração no Sul-Americano e no Mundial Sub-20. No torneio continental da categoria, conquistou o título, no Peru, à frente de Danilo, Casemiro, Alex Sandro, Neymar, Lucas Moura, Oscar, entre outros. Goleou justamente o Uruguai por 6 x 0 na partida do título, a última rodada do hexagonal final. No Mundial da Colômbia, não contou com Neymar, que não foi liberado pelo Santos, mas ganhou reforços como Allan, Philippe Coutinho e Dudu. Essa geração poderia inclusive ter faturado a medalha de ouro em Londres-2012 sob o comando de Ney Franco, mas Mano Menezes, comandante da esquadra principal, tomou a frente e liderou a equipe na campanha de prata. Essa geração ainda tem idade para levar o Brasil ao hexa nas copas de 2022 ou 2026.

Seleção de Ney Franco no Mundial Sub-20 2011

Gabriel
Danilo, Bruno Uvini, Juan e Gabriel Silva (Allan)
Fernando, Casemiro, Oscar e Philippe Coutinho (Dudu);
Henrique e Willian José (Negueba)

Sete anos depois de fazer sucesso nas seleções de base e de levar o São Paulo ao título da Copa Sul-Americana em 2012, Ney Franco herdou de Hélio dos Anjos um Goiás à beira do caos na Série B do Campeonato Brasileiro. O time acumulava três derrotas e um empate na segundona. Amargava a zona de rebaixamento. Mesmo assim, pela segunda vez em oito anos, alavanca um clube à Série A. Em 2009, caiu com o Coritiba, mas devolveu o Coxa à primeira divisão graças ao título da Série B de 2010. Desta vez, o beneficiado é o Goiás. Não há mais chance de título — o Fortaleza é o campeão — mas a missão dele está cumprida.

São Paulo de Ney Franco campeão da Sul-Americana 2012

Rogério Ceni;
Paulo Miranda, Rafael Toloi, Rhodolfo e Cortez;
Wellington, Denilson e Jadson;
Lucas Moura, Willian José e Osvaldo

Ney Franco precisava de um trabalho como esse do Goiás. Em 2014, havia sido rebaixado com o Vitória. Fez maus trabalhos no Coritiba em 2015 e no Sport, no ano passado. Saiu pela porta dos fundos no São Paulo depois atritos com o então goleiro, hoje técnico campeão da Série B, Rogério Ceni. Ney Franco aceitou dar um passo atrás, ou seja, trocar o prestígio de trabalhar na Série A pelos desafios da B. Achou o centroavante Lucão, que briga com Dagoberto (Londrina) pela artilharia. Deu moral para jovem atacante Michael, de 22 anos, Valorizou o lateral-direito Alex Silva, emprestado ao clube pelo Atlético-MG, e herói da virada deste sábado sobre o Oeste, Resgatou o meia Giovanni.

Goiás de Ney Franco promovido à Série A

Tiago Cardoso;
Alex Silva (Caíque Sá), David Duarte, Victor Ramos e Ernandes;
Gilberto, João Afonso (Léo Sena) e Giovanni;
Michael, Júnior Viçosa e Rafinha (Maranhão)

O mais recente trabalho de Ney Franco aumenta o respeito a quem levou o Ipatinga ao título do Campeonato Mineiro (2005), o Flamengo ao bi da Copa do Brasil (2006) e ao título do Carioca (2007). O Coritiba à conquista do Paranaense e da Série B (2010). O São Paulo à volta olímpica na Copa Sul-Americana de 2012. E nas seleções de base — a geração de Neymar e Philippe Coutinho — aos títulos do Sul-Americano Sub-20 e do Mundial Sub-20, em 2011. Não é pouco.

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Marcos Paulo Lima

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