Diego Aguirre é contestado por onde passa. Foi assim nas campanhas do Peñarol (2011), Internacional (2015) e Atlético-MG (2016) na Copa Libertadores da América. Não é nem um pouquinho diferente no San Lorenzo. Um colega argentino conta que a torcida do time do coração do papa Francisco gosta mais ou menos do técnico. Entre tapas e beijos, o uruguaio de 52 anos — incompreendido duas vezes no Brasil — encaminhou na última quarta-feira a terceira classificação pessoal para as semifinais do principal torneio de clubes do continente ao vencer o Lanús por 2 x 0 em casa, no Estádio Nueve Gasómetro.
Diego Aguirre trabalhou duas vezes no Brasil. A primeira no Internacional. na segunda passagem assumiu a prancheta do Atlético-MG. Não durou um ano em nenhum deles. Foi demitido pelo colorado duas semanas após a eliminação na semifinal da Libertadores de 2015 pelo Tigres, do México. Pediu as contas no Atlético-MG, no ano passado, depois da eliminação nas oitavas de final do torneio continental diante do São Paulo.
Foram oito meses de trabalho no Inter e cinco no Atlético-MG. Apesar dos insucessos nos dois clubes brasileiros, Diego Aguirre não desiste nunca de provar seu valor. Ele é competitivo. Levou o Peñarol a dois títulos uruguaios (2003 e 2010), colecionou taças no Al-Rayyan, do Catar, e faturou um Campeonato Gaúcho pelo Internacional. Mas falta uma grande conquista no currículo. Será com o San Lorenzo?
Em 2011, Diego Aguirre levou o Peñarol de volta a uma final da Copa Libertadores da América. Havia um jejum de 34 anos e ele quebrou. O tradicional time uruguaio perdeu a decisão para o Santos de Neymar, comandado pelo técnico Muricy Ramalho. Na fase de mata-mata, desbancou Inter, Universidad Católica, Vélez e só perdeu para o Santos.
Contratado pelo Internacional em 2015, Diego Aguirre conquistou o Campeonato Gaúcho. Sob críticas na fase de grupos da Libertadores, terminou em primeiro lugar no Grupo A. A chave tinha Emelec, The Strongest e Universidad de Chile. Despachou Atlético-MG e Independiente Santa Fe na fase de mata-mata e esbarrou no Tigres, do México, nas semifinais. A derrota por 4 x 3 no placar agregado impediu o colorado de disputar a final contra o River Plate.
“Talvez, a mentalidade do futebol brasileiro seja um pouco mais fechada, ou era na época em que eu estive no Inter. Talvez, o nosso trabalho fosse criticado por ignorância, por não se olhar o que se faz na Europa e por não se saber como trabalham os times de melhor nível mundial”
Diego Aguirre, em entrevista ao programa Planeta Bola, da Rádio Gaúcha
Diego Aguirre estreou no San Lorenzo em 27 de agosto do ano passado com o San Martin de San Juan. O trabalho está longe de ser unanimidade. Terminou o último Campeonato Argentino em sétimo lugar. Começou a nova temporada com 58,9% de aproveitamento. Sem ele, o clube havia sido vice-campeão em 2015/2016. Porém, o uruguaio continua fazendo milagres. Na fase de grupos da Libertadores deste ano, estreou apanhando por 4 x 0 do Flamengo, no Maracanã. Estava desenganado no grupo e reagiu. Virou aquele jogo contra o próprio time carioca na última rodada da chave e fez o que parecia impossível: classificou a equipe argentina para as oitavas de final.
Na fase de mata-mata, o San Lorenzo suou em bicas para eliminar o Emelec, do Equador, na decisão por pênaltis. Empate por 1 x 1 no agregado e triunfo dos Corvos nos pênaltis por 5 x 4. Nas quartas de final, a equipe surpreendeu ao vencer a partida de ida em casa por 2 x 0, gols de Blandi. Na volta, só uma derrota por três gols de diferença impedirá Diego Aguirre de chegar a uma semifinal de Libertadores pela terceira vez em sete anos.
Se você não gosta dele, prepare-se. A meta de Diego Aguirre é voltar a trabalhar no Brasil. Em entrevista recente ao programa Planeta Bola, da Rádio Gaúcha, o uruguaio afirmou. “Isso não é possível agora, pois renovei o meu contrato com o San Lorenzo até junho de 2018, mas eu gostaria de voltar no futuro para continuar e consolidar a ideia de trabalho. Gostaria de ganhar um título importante no Brasil”, afirmou.
Sobre as rápidas passagens por Internacional e Atlético-MG, fez críticas ao país. “Talvez, a mentalidade do futebol brasileiro seja um pouco mais fechada, ou era na época em que eu estive no Inter. Talvez, o nosso trabalho fosse criticado por ignorância, por não se olhar o que se faz na Europa e por não se saber como trabalham os times de melhor nível mundial. Mas acho que isso está mudando agora. O Brasil está evoluindo, mudando a mentalidade e começando a trabalhar metodologias mais modernas”, ponderou Diego Aguirre.
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