De Neymar a Luiz Felipe Scolari: a semana em que o futebol brasileiro amargou mais um “7 x 1”

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Quatro anos depois do 7 x 1, afirmo sem medo de errar que o futebol brasileiro viveu mais uma semana de 7 x 1. Começou com a desculpa patrocinada de Neymar e terminou com a entrevista cara de pau de Luiz Felipe Scolari na chegada ao Palmeiras.

Não há texto — e muito menos filme publicitário — que amenize ou apague o fracasso do camisa 10 da Seleção na Copa de 2018. Não há alfinetada no desafeto Tite ou comparação com Nelson Mandela que passe uma borracha no maior vexame da carreira de Luiz Felipe Scolari no Mineirão, naquele 8 de julho de 2014.

Os fracassos pessoais de Neymar e de Felipão entraram para a história da mesma forma que a conquista da inédita medalha de ouro pelo atacante nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, e a conquista do penta pelo técnico na Copa de 2002.

Neymar e Felipão precisam entender que seus erros jamais serão esquecidos. É como uma pinta, um sinal, uma cicatriz na pele. Está lá e de lá jamais sairá. Aceitem que doi menos. Não adianta desqualificar o peso das simulações na Rússia ou o 7 x 1 na Copa de 2014. Muito menos transferir a responsabilidade ou o foco, como queiram, para quem apedreja, caso de Neymar; ou ao último derrotado, como Felipão se referiu indiretamente ao desafeto Tite. Por sinal, que falta de ética defender-se atacando um colega de profissão.

Falar muito, discursar, gastar saliva, gravar filmes publicitários, não é a melhor alternativa em tempos de crise profissional. Trabalhar, mostrar serviço com a bola nos pés e a prancheta na mão, sim.

A reconstrução da imagem de Neymar tem início neste sábado, na China, na disputa da Supercopa da França contra o Monaco. A nova página da carreira de Luiz Felipe Scolari começa a ser escrita neste domingo, em Belo Horizonte, contra o América-MG.

O passado pode ter ficado para trás, mas não será esquecido. Felipão insiste, porém, jamais sepultará o 7 x 1. Tite é o último derrotado. Fez, sim, um péssimo trabalho na Rússia, mas Scolari é o protagonista da maior vexame da centenária história da Seleção. Ponto. Ele alega que teve um dia ruim na vida. A bem da verdade, foram pelo menos quatro na mesma Copa. O Brasil jogou mal contra México, Chile, Alemanha e Holanda em 2014. Cada jogo era o trailer de um filme de terror. O trabalho no Grêmio não foi bom. Prova disso é que Felipão abandonou o banco de reservas durante a partida contra o Veranópolis.

As quedas de Neymar na Rússia também não serão deletadas facilmente da linha do tempo dele. Provar jogando futebol que aprendeu com os erros é a melhor saída. Quem sabe, a partir deste sábado contra o Monaco.

Marcos Paulo Lima

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