Gallardo pode ser o primeiro técnico bicampeão desde Carlos Bianchi (2000/2001). Eitan Abramovich/ AFP
Luis Eduardo Lescurieux recebe uma mensagem no WhatsApp. O contato é para agendar uma entrevista por telefone sobre Marcelo Gallardo, um dos alunos formados pela Escola de Técnicos de Vicente López — cidade localizada a 15km da província de Buenos Aires. Quatro minutos depois, o diretor de um dos institutos de ensino mais badalados da Argentina telefona para a reportagem e dispara a falar sobre a influência teórica e prática do curso dele na carreira do homem responsável por tentar frear o Flamengo do português Jorge Jesus na decisão deste sábado, às 17h (de Brasília), no Estádio Monumental, em Lima, no Peru.
A Escola de Técnicos de Vicente López é uma das mais tradicionais da Argentina. Funciona desde 1993. Segundo o diretor, a Argentina tem 42 unidades espalhadas pelo país. Todas habilitadas pela Associação de Futebol Argentina (AFA) a formar treinadores. Em três anos, é possível obter as licenças C, B, A e Conmebol Pro.
Ao longo dos anos, as salas de aula da Escola de Técnicos de Vicente López transformou aprendizes em técnicos badalados. “Por aqui, passaram Diego Simeone (Atlético de Madri), Sergio Batista (técnico da Argentina na conquista do bi olímpico nos Jogos de Pequim-2008), Ramón Díaz (treinador do River Plate no título da Libertadores de 1996), Óscar Ruggeri, Pedro Troglio e outros”, orgulha-se Lescurieux.
Marcelo Gallardo é um dos xodós. “Chegou aqui com o assistente dele (Matías Biscay). Os dois fizeram o curso. São treinadores extraordinários. Na verdade, eu nem preciso dizer isso. O Gallardo é técnico profissional desde 2011 e tem 11 títulos na carreira”, exalta o mentor.
“Chegou aqui com o assistente Matías Biscay. Os dois fizeram o curso. São treinadores extraordinários. Na verdade, nem preciso dizer isso. Gallardo é técnico profissional desde 2011 e tem 11 títulos na carreira”
Luis Eduardo Lescurieux, diretor da Academia de Técnicos de Vicente López, em entrevista ao blog
Os dois títulos da Argentina na Copa do Mundo dividiram a escola de técnicos do país em duas correntes. Há os menottistas, amantes do futebol praticado na conquista de 1978, sob o comando de César Luis Menotti. Do outro lado, os bilardistas, apaixonados pelo estilo de jogo adotado por Carlos Salvador Bilardo no Mundial de 1986. Menotti é um romântico, apaixonado pelo jogo bonito. Bilardo, considerado pragmático. Defendia que quem quisesse assistir a um espetáculo que fosse a um teatro. Para ele, o mundo se divide entre vencedores e perdedores.
Durante a entrevista ao blog, Lescurieux tratou logo de rotular as academias e os técnicos finalistas da Libertadores. “Em Vicente López, defendemos a estética, o futebol-arte, mas tudo depende da visão do treinador. Marcelo Gallardo (River Plate), por exemplo, pensa como nós. Diego Simeone estudou conosco, porém, apresenta um estilo muito próprio, o ‘cholismo’. A escola de La Plata, onde se formou, por exemplo, Guillhermo Schelotto, é predominantemente bilardista”.
Lescurieux aponta pontos fracos do do time comandado por Jorge Jesus a serem explorados por Marcelo Gallardo. “O Flamengo é uma grande equipe, com muito potencial do meio para a frente, mas vulnerável na defesa. O River Plate pode explorar a marcação alta e aproveitar os erros”, aponta. Encantado com o ex-aluno, ele profetiza: “Vai ser uma partida muito técnica, tática, mas Gallardo tem feito coisas incríveis com o River Plate. Não fique surpreso se ele for para a Europa assumir uma equipe de ponta”.
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