Honda em ação como técnico de Camboja. O papel dele agora é de general manager
O futebol brasileiro começa a lembrar aquelas ligas periféricas do passado que buscavam um jogador próximo da aposentadoria para dar um pouquinho de badalação e marketing ao torneio. O Catar, por exemplo, atraiu Pep Guardiola para lá no fim da carreira. Caniggia, Batistuta e outros também viveram o ocaso no mundo árabe. Zico, Alcindo e Leonardo fizeram trabalho semelhante no Japão. Aos poucos, começamos a repetir hábitos dos países carentes por ídolos.
Desta vez, a situação pode ser curiosa. Perto de fechar com o Botafogo, Keisuke Honda, de 33 anos, alterna momentos de gerente geral (manager) e treinador da seleção de Camboja, ou seja, provavelmente terá que ser liberado pelo clube carioca nas datas Fifa para supervisionar ou até comandar a seleção asiática. O nome dele inclusive aparece nas súmulas da AFC, a Confederação Asiática de Futebol em português, como membro da comissão técnica. Honda tem um argentino “laranja” que o representa no dia a dia no papel de treinador.
Enquanto defendia o Melbourne Victory na Austrália e o Vitesse, o Felix Augustin Gonzales Dalmas comandava os treinos. Honda participava dos acertos por videoconferência. Na hora do jogo, era quem aparecia para assumir a prancheta à beira do gramado. A súmula no entanto, é assinada por Dalmas. O homem de confiança também votou no Fifa The Best em nome de Camboja. Optou por Lionel Messi em primeiro; Cristiano Ronaldo em segundo e Virgil Van Dijk em terceiro. Em cinco jogos oficiais, Dalmas e Honda perderam quatro e empataram um. No penúltimo deles, revés por 14 x 0 contra o Irã nas Eliminatórias para a Copa do Qatar 2022.
Quando fez o papel de técnico, Honda foi responsável por um milagre. Em 21 de março de 2018, estava à beira do campo quando Camboja quebrou jejum de 5.814 dias sem vencer. A seleção derrotou Laos, em casa, por 1 x 0. Camboja ocupa a posição 173 no ranking da Fifa e tem dois compromissos neste início de ano. Enfrentará o Barein em 26 de março e o Irã cinco dias depois pelas Eliminatórias para a Copa do Qatar 2022. A seletiva também serve para a Copa da Ásia 2023. Camboja é o lanterna do Grupo C, que tem Iraque, Barein, Irã e Hong Kong. Nas últimas exibições, Keisuke Honda assumiu definitivamente o papel de general manager. É como o nome dele aparece nos documentos oficias das partidas da seleção.
O Botafogo tem sido bem sucedido na missão de importar ídolos. Trouxe Loco Abreu. Deu certo. Investiu no holandês Clarence Seedorf. Gol de placa. Agora, está próximo de fechar com o japonês Keisuke Honda, de 33 anos. O país que via a terra do sol nascente como um eldorado para jogadores em fim de carreira, agora tenta importar um astro nipônico na tentativa de fabricar um ídolo. O último está aposentado: o goleiro Jefferson.
Honda não é um colecionador de títulos. Longe de ser um cara vencedor como era Seedorf ao desembarcar em General Severiano. Ganhou um Campeonato Russo, duas Supercopas da Rússia e uma Supercopa da Rússia pelo CSKA Moscou. Faturou uma Supercopa da Itália no Milan e a Copa da Ásia pelo Japão, em 2011, sob o comando do técnico italiano Alberto Zaccheroni.
A possível vinda de Honda para a América não chega a ser uma novidade. O ex-jogador do CSKA Moscou, Milan e Vitesse da Holanda já se aventurou na Liga MX, como é chamado o Campeonato Mexicano. Fez 13 gols em 36 jogos pelo Pachuca em 2017/2018. Arrumou as malas e se mandou para o Melbourne Victory da Austrália. Marcou oito vezes em 22 jogos.
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