Em quatro meses, o diretor técnico Arthur Antunes Coimbra, o Zico, conseguiu o que parecia impossível. Ajudou o Kashima Antlers a saltar do nono para o terceiro lugar no Campeonato Japonês. E neste sábado, adicionou o clube na lista dos campeões da Champions League da Ásia ao vencer na final o Persépolis, do Irã, por 2 x 0 no placar agregado. Detalhe: foi a primeira final continental do clube.
O Kashima Antlers tinha um complexo. Era uma espécie de “Corinthians” japonês. Havia se classificado para o Mundial de Clubes sem jamais ter conquistado um título continental. Curiosamente, o clube quase faturou o torneio da Fifa em 2016. Chegou à final contra o Real Madrid, arrancou empate heroico por 2 x 2 no tempo normal, mas perdeu por 4 x 2 na prorrogação.
Há dois anos, o Kashima Antlers entrou no torneio na vaga de campeão nacional do país sede, algo semelhante com o que aconteceu com o Corinthians, em 2000. Ao contrário do Kashima, o Timão levou o troféu ao derrotar o Vasco na finalíssima.
Desta vez, o Kashima Antlers chegará ao Mundial de Clubes da Fifa pela porta da frente. Repete os feitos dos clubes compatriotas Urawa Red Diamons, Jubilo Iwata, JEF United Chiba, Gamba Osaka e Yokohama Marinos. Em vez de disputar a fase prévia do torneio, em dezembro, nos Emirados Árabes Unidos, entrará nas quartas de final contra o Chivas Guadalajara, do México, vencedor da Champions League da Concacaf. Se avançar, o time terá direito a revanche contra o Real Madrid.
O histórico de Zico nas competições continentais de clubes exige respeito. Como jogador, levou o Flamengo ao título da Copa Libertadores da América em 1981. Como técnico, levou o Fenerbahçe, da Turquia, às quartas de final da Champions League. Avançou em segundo na fase de grupos, atrás apenas da Internazionale. Nas oitavas, passou pelo Sevilla. Só foi às semifinais porque bateu de frente com o inglês Chelsea. Agora, no papel de diretor técnico, contribuiu com a conquista inédita da AFC Champions League.
Na fase de grupos, o Kashima passou em segundo lugar, superado apenas pelo Suwon Bluewings, da Coreia do Sul. Na etapa de mata-mata, desbancou o Shangai SIGP, dos brasileiros Oscar, Elkeson e Hulk. Nas quartas, passou pelo Tianjin Quanjian, de Alexandre Pato. Na final, os brasileiros Léo Silva, com passagem por Cruzeiro e Botafogo, e Serginho, revelado pelo Santos e ex-jogador do Vitória, Santo André e América-MG, marcaram para o Kashima no triunfo por 2 x 0, no Kashima Soccer Stadium. Na volta, o time japonês segurou empate por 0 x 0 neste sábado e conquistou a Liga dos Campeões da Ásia.
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