Celso Roth lembra o dia em que contratou Lúcio após o Guará ser goleado por 7 x 0 pelo Internacional

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Como informou o blog no post de ontem, o pentacampeão Lúcio está oficialmente de volta ao futebol do Distrito Federal 20 anos depois de ser contratado pelo Internacional no dia em que sofreu uma goleada por 7 x 0 do time colorado na Copa do Brasil, no velho Mané Garrincha, com a camisa do Guará. Na época, ele havia sido emprestado justamente pelo Gama ao Guará para a disputa do mata-mata. Em 2012, conversei com um dos responsáveis pela transferência de Lúcio para o Internacional — o técnico Celso Roth.

No bate-papo, o treinador lembra de ter gostado de Lúcio na lateral direita. O zagueiro lembra de ter atuado como zagueiro, mesmo, mas brinca: “Naquele jogo, eu comecei como zagueiro, mas, à medida em que os gols foram saindo, eu acho que passei a jogar em todas as posições. Talvez, até como lateral-direito, mesmo”, diverte-se Lúcio.

Lúcio saiu do Guará para ser o capitão do Inter no título da Copinha de 1998 sob o comando de Guto Ferreira

Celso Roth conta que gostou tanto de Lúcio que comprou briga no elenco profissional para ele ser o capitão do time. “É verdade. Eu era muito jovem. Quando isso acontece, a decisão é questionada, mas aprendi muito nas vezes em que usei a braçadeira. Serviu para eu ser um líder mais tarde, em outros clubes e na Seleção”, lembra o zagueiro, que alguns meses antes havia sido campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior como capitão de Guto Ferreira.

Por sinal, foi Guto Ferreira quem deu nome de guerra a Lúcio. O brasiliense se apresentou ao Internacional como Lucimar. Guto Ferreira conversou com ele e o batizou de Lúcio.

Conterrâneo, Washington, era o centroavante do Inter na goleada por 7 x 0. “Eu lembro que o Inter já tinha informações sobre o Lúcio. Na preleção, o Celso Roth virou pra mim e disse para eu ter cuidado com o um zagueiro que marcava forte e tinha um futuro promissor. Não posso dizer que ele me deu trabalho naquele jogo (risos), mas fez o suficiente para ser contratado”,  relembra o Coração Valente em entrevista ao blog.

MPL — Em 18 de fevereiro de 1997, o Internacional, comandado por você, vencia o Guará por 7 x 0. No fim do jogo, você pediu a contratação do Lúcio. O que lembra daquela partida?

Celso Roth — Foi uma partida normal, mas a qualidade do Internacional imperou e os gols foram saindo um atrás do outro. Nós fizemos o resultado, não precisamos do segundo jogo e surgiu a possibilidade de contratá-lo.

Os times daquela noite no velho Mané

  • Guará 0
    Anderson; Chaguinha, Lúcio, Jairo e Paulo Henrique (Romero); Marquinhos, Marcos Antonio, Gilmar e Julio Cesar; Joãozinho (Alysson) e Luis Fábio (Fábio Gaúcho)
    Técnico: Déo de Carvalho
  • Internacional 7
    André; Gustavo, Gamarra, Régis e Paulo Roberto; Luiz Gustavo, Fernando, Enciso e Arilson (Marcelo Rosa); Fabiano Souza (Sandoval) e Washington “Coração Valente” (Christian)
    Técnico: Celso Roth

MPL — Como conseguiu enxergar talento no Lúcio em uma goleada?

Celso Roth — Isso realmente é muito difícil (risos), quase impossível, mas o Lúcio era um menino muito bom, voluntarioso e rápido para a época. O perfil físico, a qualidade técnica e a explosão dele me chamaram a atenção. Vi, em um jogo, todas as características que marcam a carreira dele. O Lúcio enfrenta atacantes com a velocidade de atacantes. É um defensor alto e forte, mas compensa com a velocidade e a explosão.

MPL — Foi você que pediu a contratação?

Celso Roth — Sim. Naquele jogo, eu lembro bem, o Lúcio atuou como lateral-direito. Pedi que fosse feita uma pesquisa sobre ele. Gostei da exibição e ele foi contratado para jogar no júnior do Internacional (onde foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1998 como capitão do técnico Guto Ferreira). Ele ficou lá por seis meses e o lancei no time principal. Vi qualidade nele para isso.

Em 1998, ele foi seu capitão no Gauchão com 18 anos…

Celso Roth — Verdade. E eu fui ridicularizado no Rio Grande do Sul. Fizeram até matéria lembrando que era um desrespeito dar a braçadeira que um dia foi usada por Elias Figueroa a um menino de 18 anos que tinha acabado de sair da base vindo do futebol de Brasília. Hoje, está aí, o Lúcio foi capitão da Seleção em uma Copa (2010) e já usou a braçadeira no Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, na Internazionale (risos).

Marcos Paulo Lima

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