A Seleção enfrenta nesta terça-feira uma República Tcheca que tem como base um clube turbinado por investimento chinês. Único time do Leste Europeu classificado para as quartas de final da Liga Europa, o Slavia Praga emplacou um terço dos jogadores na lista dos convocados para o amistoso contra o Brasil. A equipe lidera o Campeonato Checo com 64 pontos, nove à frente do atual campeão, Viktoria Plzen.
Dos 18 jogadores chamados pelo técnico Jaroslav Silhavy, seis defendem o Slavia Praga: os defensores Vladimir Coufal e Ondfrej Kudela; e os meias Bofek Dockal, Tomas Soucek, Jaromir Zmrhal e Alek Krai. O recordista de títulos do país é o Sparta Praga com 12 troféus.
O sucesso do Slavia Praga tem laços com a China. Em setembro de 2015, a CEFC China Energy — sétima maior empresa privada do país asiático — adquiriu 60% do clube. O momento financeiro da trupe da capital era terrível. O desempenho técnico nem se fala. O clube conquistou 16 títulos nos tempos da Tchecoslováquia. Depois da divisão do país em República Tcheca e Eslováquia, são quatro troféus nacionais.
Antes de ser vendido, o clube conquistou o título em 2009, amargou sete temporadas de jejum e entrou em colapso financeiro. Só voltou a dar a volta olímpica na temporada 2016/2017, ou seja, bombado por dinheiro aplicado pela CEFC. O grupo já investiu pouco mais de 1 bilhão de euros na República Tcheca. Tem participações numa companhia aérea, em fábrica de cerveja, agência de viagens e em vários órgãos de comunicação — entre eles um canal de televisão.
Quer uma prova da dependência do país do dinheiro chinês? Em 2016, o presidente do país, Milos Zerman, e o então primeiro-ministro, Bohuslav Sobotka pediram desculpa à China depois de Dalai Lama, líder exilado do Tibete acusado por Pequim de apoiar o separatismo, ter se encontrado com um ministro durante uma visita a Praga.
O Slavia Praga está a caminho do título nacional e embalado na Liga Europa. Despachou o Genk, da Bélgica, e na sequência o recordista de títulos Sevilla (pentacampeão) nas oitavas de final. O próximo adversário será o inglês Chelsea nas quartas de final.
A República Tcheca jamais chegou à final dos dois principais torneios de clubes do continente. O arquirrival Sparta Praga é quem foi mais longe: alcançou a fase semifinal da Champions League em 1991/1992. Ficou em segundo lugar no Grupo B, atrás do finalista Barcelona.
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