O tricampeonato do Fortaleza na Copa do Nordeste ao derrotar o CRB nos pênaltis por 5 x 4 no Estádio Rei Pelé, em Maceió, depois do empate por 2 x 2 no placar agregado, não é mais um título. Significa a vitória de um clube contra a violência. A campanha foi marcada por um atentado ao ônibus tricolor no Recife, em 21 de fevereiro, depois de uma partida contra o Sport pela primeira fase. Jogos do Leão foram adiados. Atletas ficaram feridos. Traumatizados, alguns solicitaram a rescisão. Foi o caso de Thiago Galhardo. O atacante pediu uma semana para tratar a saúde mental depois do episódio. Encerrou o vínculo e acertou com o Goiás.
Em campo, o Fortaleza é a potência da Região Nordeste, mas não se comportou assim durante a Lampions League. A impressão é de que o atentado abalou esportivamente e mentalmente até o elenco voltar ao eixo. Passou em segundo lugar ao mata-mata — o que não é demérito. O concorrente Bahia, bancado pelo Grupo City, avançou em primeiro lugar no Grupo B.
Devidamente recomposto, não deu chance a dois concorrentes na fase eliminatória. Superou o Altos do Piauí por 5 x 0 no Castelão. Voltou à Arena de Pernambuco para curar o trauma da primeira fase e e golear o Sport por 4 x 1 nas semifinais e confirmar presença na decisão.
A final poderia ter sido resolvida no primeiro jogo em Fortaleza. O placar de 2 x 0 contra o CRB, no Castelão, dava toda pinta de suficiente. Só que não. O time alagoano fez do Rei Pelé um alçapão. Encheu a casa, devolveu o 2 x 0 e levou a decisão para os pênaltis. Mais um trauma no retrospecto recente do Fortaleza. O time havia perdido a Sul-Americana assim contra a LDU. O Estadual contra o Ceará. Caiu na Copa do Brasil contra o Vasco. Dessa vez, não. Converteu todas as cobranças e confirmou o favoritismo e o tri na Copa do Nordeste.
O Fortaleza mantém a média de conquistar ao menos um título por temporada há sete anos. É assim desde o título da Série B, em 2018. São quatro troféus na gestão do técnico Rogério Ceni e cinco sob a batuta de Juan Pablo Vojvoda. O processo de reestruturação iniciado pelo então presidente Marcelo Paz evolui com a migração para Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O Leão amargou o vice na Copa Sul-Americana no ano passado contra a LDU. Alcançou a semi da Copa do Brasil em 2021. Caiu contra o Atlético. Se impôs no duelo com o Boca Juniors em casa por 4 x 2 e arrancou empate em La Bombonera.
O Tricolor do Pici trabalhou para competir. Está cada vez mais adaptado aos torneios no sistema eliminatório. Ocupa o 11° lugar no Brasileirão com projeção de voltar à Libertadores em 2025, e está nas oitavas de final da Sul-Americana. Gigantes em crise como o Corinthians e o Vasco precisam olhar com atenção o que acontece na administração do Fortaleza. Prova de humildade.
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