Arthur Cabral na Seleção é mais uma face de um futebol suíço que não para de surpreender

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A presença do centroavante Arthur Cabral na lista de Tite como substituto do lesionado Matheus Cunha para os duelos contra Venezuela, Colômbia e Uruguai pela rodada tripla das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Qatar-2022 é mais uma das surpresas recentes protagonizadas pelo surpreendente e cada vez mais competitivo futebol suíço.

Periférico no mundo da bola, o país europeu tem acumulado resultados relevantes. Empatou com o Brasil na abertura da Copa de 2018 na Rússia. Eliminou a França nas oitavas de final da última edição da Eurocopa. Caiu nas quartas de final contra a Espanha nos pênaltis depois de arrancar empate por 1 x 1 no tempo normal e na prorrogação.

A Suíça estreou na Copa do Mundo de Futebol de Areia deste ano empatando por 5 x 5 com o Brasil no tempo normal e na prorrogação e triunfou nos pênaltis por 5 x 4. Outro sinal recente foi o triunfo do atual tetracampeão suíço Young Boys por 2 x 1 contra o Manchester United, em Berna, na primeira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, inaugurando a temporada de surpresas no torneio continental.

Arthur Cabral também recoloca a Suíça no mapa da Seleção Brasileira. O centroavante de 23 anos tem 11 gols e duas assistências em nove jogos na temporada da Superliga Suíça. Ele é o melhor brasileiro na corrida pela Chuteira de Ouro, tradicional prêmio que leva em conta gols marcados em ligas nacionais da Europa atribuindo diferentes pesos ao nível técnico das competições. O paraibano de Campina Grande é o melhor brasileiro na lista. Como bola na rede no futebol suíço tem peso 1,5, Arthur Cabral é o 13º com 16,5 pontos.

O blog questionou Arthur Cabral na zona mista virtual da CBF sobre essa onda de bons resultados da Suíça no futebol de seleções e de clubes e o centroavante justificou os sucessos recentes do país. “É um futebol muito disciplinado, muito tático, de muita intensidade. Para quem vem do Brasil, a gente se assusta um pouco. Se eles não têm, digamos, o mesmo jeitinho brasileiro, eles compensam na tática e na intensidade dentro de campo. Isso eles mostram com os últimos resultados e conseguindo coisas que muita gente não esperava”, explicou.

Artilheiros brasileiros do Campeonato Suíço

  • 1992/1993: Sonny Anderson (Servette), 20 gols
  • 1993/1994: Élber (Grasshoper), 21 gols
  • 2020/2021: Arthur Cabral (Basel): 18 gols

A Seleção Brasileira jamais levou para a Copa do Mundo um jogador empregado na Suíça, mas Arthur Cabral tem a favor dele o fato de ter sido artilheiro da última temporada da Superliga da Suíça com 18 gols ao lado do camaronês Jean-Pierre Nsame (Young Boys).

O jogador do Basel tornou-se o terceiro jogador brasileiro a conquistar a artilharia do Campeonato Suíço. Antes dele, Sonny Anderson (Servette) e Élber (Grasshoper) conseguiram o feito nas temporadas de 1992/1993 e de 1993/1994, respectivamente. Ambos trilharam caminhos de sucesso depois de brilharem na Suíça. Anderson fez história no Lyon da França. Élber empilhou título no Bayern de Munique da Alemanha. A tendência é que Arthur Cabral vá para uma liga mais expressiva em breve.

“Sei que é um futebol que não é muito visto no Brasil. Tenho humildade de admitir que um jogador da Premier League (Campeonato Inglês) é muito mais cotado para a Seleção do que da liga suíça, por níveis de competividade diferentes”, diz, mas ele aposta no momento com a camisa do Basel para continuar no radar de Tite até o anúncio da convocação final para a Copa.

“Acredito que foi evolução não só minha, mas de todo elenco. Tivemos duas temporadas anteriores difíceis e muito irregulares, mas começamos bem com vitórias consecutivas, fazendo bastante gol. Tivemos evolução coletiva que melhorou meu jogo e meus números. Tenho feito muitos gols e tenho tido muitas oportunidade e isso é muito importante”, destaca.

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Marcos Paulo Lima

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