Brasil 0 x 1 Argentina: as notas e a análise do superclássico

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A melhor notícia da primeira derrota de Tite à frente da Seleção Brasileira é que temos o rascunho de um time sem Daniel Alves, Marquinhos, Miranda, Marcelo, Casemiro e, principalmente, sem Neymar, o astro da companhia. A falta de planos B, C, D… foi um dos erros graves cometidos pelos três antecessores de Tite, ou seja, Mano Menezes, Luiz Felipe Scolari e Dunga. Quando o Brasil não tinha seu único fora de série, não havia time.

Sem Neymar, Philippe Coutinho assumiu a função de “pestinha” da companhia. Começou na direita, seu habitat natural com Tite, foi para a esquerda, seu cantinho predileto no Liverpool, e terminou centralizado. A movimentação de Willian fez bem ao lado direito. Tanto Coutinho quanto Willian precisam ser menos perfeccionistas na hora de finalizar. Evitar o toquinho a mais. Gabriel Jesus deu azar acertar a trave no lance que poderia ter mudado a história do jogo. O camisa 9 precisa evitar impedimentos. E cometer menos faltas desnecessárias.

Defensivamente, o Brasil reduziu o raio de ação de Messi, mas deu espaço para Di María trabalhar no primeiro tempo. A inversão dos pontas Coutinho e Willian no segundo tempo deixou a retaguarda da Argentina em pânico no início do segundo tempo, mas quando Jorge Sampaoli consertou a marcação, o duelo tático com o Tite voltou a ficar equilibrado.

Um dado começa a chamar a atenção na era Tite. Os três gols sofridos sob o seu comando nasceram em cobranças de falta ou de escanteio. Talvez, seja um ponto a ser corrigido urgentemente. A Austrália vai exigir muito isso. Entre os titulares, a preocupação continua sendo Renato Augusto. Não é a primeira partida que ele tem uma atuação discreta — ao menos na minha opinião. Se há uma vaga aberta no time, é justamente a dele. Tite fará testes contra a Austrália no último jogo do primeiro semestre antes da retomada das Eliminatórias. A expecttiva é que arme o time com uma linha de três zagueiros e David Luiz no time, do jeitinho  que ele foi campeão inglês no Chelsea.

A hora de fazer testes é essa. De perder também.

Weverton

Não teve culpa no gol de Mercado. Estava na bola, mas ela bateu na trave e voltou nos pés do argentino. Quando foi acionado, mostrou segurança. É mais um goleiro que sai de campo sem sofrer gol de Messi, que só marcou uma vez em Victor e três em Rafael Cabral. Nota: 6

Fagner

Não acho que seja o nome ideal para a reserva de Daniel Alves. Mostrou isso contra a Argentina. No segundo tempo, entre a bola e a simulação de uma falta, preferiu se jogar na área. Vale a pena investir em Rafinha contra a Austrália. Nota 5 Rafinha entrou no lugar de Fagner e diminuiu o espaço da Argentina, que atacava nas costas de Fagner. Nota 5,5

Thiago Silva

Seguro, saiu jogando com tranquilidade e deu conta de Higuaín, que atuou enfiado entre os dois zagueiros da Seleção. Voltou a usar a braçadeira de capitão. Nota: 6

Gil

Acho que faltou atenção na cobrança de falta de Di María e na cabeçada de Otamendi , que originou o gol da Argentina. O zagueiro subiu sozinho. Nota 5,5

Filipe Luís

Nada mais do que dele se espera. Eficiente na marcação, esforçado no apoio, tentando participar de algumas triangulações. Nota: 6

Fernandinho

Roubou bola de Di María, vigiou Messi e deu até um belo passe para Gabriel Jesus empatar o jogo, mas o camisa 9 acertou a trave da Argentina. Nota 6

Philippe Coutinho

Um dos melhores do Brasil em campo. Impressionante como dá opções ao time. Começou na direita, caiu pela esquerda no segundo tempo e terminou o jogo centralizado, quando Douglas Costa entrou no lugar de Renato Augusto. Tabelou, finalizou, deu passes e assumiu, em tese, o papel de Neymar ao pelo menos tentar ser o maestro. Nota 7

Paulinho

Desarmou Di María, comandou a saída de bola e teve chance de marcar, mas estava com o pé descalibrado. Jogou de zagueiro em uma perigosa finalização de Philippe Coutinho. Nota 6 Giuliano Substituto natural de Paulinho, entrou para renovar o gás na marcação. Nota 5

Renato Augusto

Entre os titulares, é quem vem destoando ultimamente. Mais uma vez foi discreto. Assume o papel de carregador de piano para Paulinho jogar mais liberado. Nota 5,5 Douglas Costa Cortado três vezes por causa de contusão, entrou em campo ansioso para mostrar serviço. Errou passes e cruzamentos fáceis quando o Brasil partiu para o abafa. Nota 5,5

Willian

Sem Neymar, teve chance de começar como titular e foi bem. Acionou Fagner, foi à linha de fundo, buscou aproximação com Coutinho, cobrou falta e até acertou bola na trave. Nota: 7

Gabriel Jesus

Deu azar ao passar pelo goleiro Romero e acertar a trave depois de receber um lindo lançamento de Fernandinho. Estava muito bem posicionado para cabecear um cruzamento de Willian, mas Maidana evitou. Precisa ser mais prudente. Comete faltas bobas. Nota 6,5 Taison Não foi dessa vez que provou ser melhor do que Messi. Os entendidos entenderão. Nota 5

Marcos Paulo Lima

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