A gratidão de Cuero e a desolação de Allan depois da derrota para a LDU, em Quito. Foto: Rodrigo Buendia/ AFP
A bola pune. Abel Ferreira também. Competitivo ao extremo, o técnico do Palmeiras tem tolerância zero com o erro. Deixou isso claro na escalação da derrota por 3 x 0 para a LDU no duelo de ida das semifinais da Copa Libertadores da América.
Três dias depois da derrota por 3 x 1 para o Flamengo, ele sacou os culpados pelo resultado no Rio. Bruno Fuchs, Anibal Moreno e Mauricio foram barrados. Deram lugar, respectivamente, a Murilo, Emiliano Martínez e Raphael Veiga. Moreno ficou no banco de reservas, mas, segundo o treinador, estaria lesionado.
Vestiário ganha jogo. Perde também. Tenho a impressão de que o ambiente pesou de um jogo para o outro. Abel teve de fazer escolhas. Expôs e aborreceu quem saiu. Pressionou os substitutos e alguns deles decepcionaram. O português deu nomes na entrevista coletiva.
Em contrapartida, faltou assumir os próprios erros ao sofrer seis gols em duas partidas. Ele cometeu erros no plano de jogo contra o Flamengo e diante da LDU. Por que Piquerez jogou praticamente centralizado como zagueiro? E Felipe Anderson atuando praticamente como ala-esquerdo em vez de meia? Giay não seria mais confiável do que o ofensivo Khellven em um duelo no qual a segurança defensiva era necessária? Raphael Veiga está 100% de capaz de entregar tudo e mais um pouco em um confronto de altíssima intensidade a 2850m de altitude?
Abel preferiu individualizar erros: “O (Raphael) Veiga tinha a missão de bloquear o número 33 (Leonel Quiñonez). A missão do Emiliano (Martínez) era acompanhar o jogador que fez dois gols (Villamil), e a do Murilo, por ser um jogo mais físico, era usar essa capacidade. Nosso adversário tinha três jogadores no meio-campo e queríamos pressionar na linha do meio-campo. Na minha opinião, há uma coisa que eu avisei a eles — eles competem muito e são muito fortes em casa. Na primeira parte, não fomos agressivos nem intensos”, admitiu Abel Ferreira.
As cobranças se estenderam a quem desperdiçou oportunidades raras. “Tivemos uma chance com o Roque diante do goleiro, uma com o Veiga na área, uma com o Flaco, uma com o Ramón e a última também com o Flaco. Quem quer estar na frente, precisa fazer. Estivemos muito abaixo”, reconheceu o comandante alviverde.
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Há quem puxe pela memória a vitória do Palmeiras por 3 x 2 contra o Bolívar na fase de grupos, em La Paz, a 3.600m de altitude, em 24 de abril, para minimizar os efeitos dos 2.850m de Quito na derrota para a LDU. Naquela semana, o Palmeiras vinha de um duelo com o Fortaleza, na Arena Castelão. Nesta, havia enfrentado o Flamengo, no Maracanã.
Para mim, Abel Ferreira exagerou na dose contra o Flamengo. A opção por marcar a saída de bola rubro-negra com aquela intensidade no último domingo causou esgotamento físico em parte do time. Foram três dias de descanso antes de uma partida na altitude contra a LDU. As pernas pesaram. Daí a frouxidão do Palmeiras na marcação. O Palmeiras não foi Palmeiras no Estádio Casa Blanca. Sofreu três gols — e escapou de levar mais.
A LDU fez um primeiro tempo brilhante sob orientação do técnico brasileiro Tiago Nunes. Acho, no entanto, que o time equatoriano perdeu a chance de nocautear o Palmeiras. Uma vitória por três gols de diferença nunca é demais diante de um adversário com a capacidade técnica e o repertório tático de Abel Ferreira. Não considero impossível o Palmeiras levar a partida aos pênaltis em casa, ou até mesmo impor 4 x 0 no Allianz Parque. O Palmeiras venceu sete vez em casa pela vantagem necessária, no mínimo, para forçar a decisão por pênaltis na volta.
Vitórias no Allianz Parque em 2025 pelo placar necessário no mínimo para pênaltis
A diferença favorável à LDU chama-se Tiago Nunes. Ele conhece o futebol brasileiro e sabe da capacidade de Abel Ferreira. O desafio dele é manter o time focado em São Paulo. Mais do que administrar o resultado, o time equatoriano precisa fazer gols na casa do adversário. Obviamente, quanto mais balançar a rede, mas difícil tornará a missão do adversário.
O resultado necessário pelo Palmeiras jamais aconteceu na história das semifinais da Libertadores. Talvez esse seja o combustível para Abel Ferreira reconquistar o vestiário em uma semana. As barracões de Bruno Fuchs, Anibal Moreno e Mauricio e o dedo apontado para Emiliano Martínez e Raphael Veiga certamente causarão um climão nos bastidores.
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