A vez de Vinicius Junior na Seleção e a incrível dinastia do Barcelona na Copa do Rei da Espanha

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A melhor notícia para o futebol brasileiro na derrota do Real Madrid por 3 x 0 para o Barcelona pela semifinal da Copa do Rei da Espanha é o amadurecimento de Vinicius Júnior. Escrevi uma análise sobre o tema em 28 de janeiro e reforço a profecia: o atacante de 18 anos será convocado nesta quinta-feira para os amistosos da Seleção Brasileira contra a República Tcheca e o Panamá. Ouso dizer até que estará na Copa América.

Dito isso, falemos do vencedor Barcelona. Ao contrário da Copa do Brasil, que só testemunhou um bicampeonato em 30 anos de história, os torneios similares ao nosso na Europa se tornaram samba de uma nota só nas últimas versões. Ao eliminar o arquirrival Real Madrid, o Barcelona abre caminho para uma dinastia inédita na Espanha.

As maiores dinastias da Copa do Rei foram protagonizadas por três clubes diferentes. O Real Madrid enfileirou um tetracampeonato de 1905 a 1908. O Athletic Bilbao igualou a façanha no período de 1930 a 1933. Na era moderna, o Barcelona coleciona quatro títulos consecutivos nas últimas quatro temporadas. Logo, pode ser o primeiro pentacampeão do torneio em anos consecutivos. O adversário na final será conhecido nesta quinta-feira. Bétis e Valencia empataram por 2 x 2 no jogo de ida. A volta é no Estádio Mestalla. Só lembrando que o time azul-grená é o recordista com 30 conquistas.

Mais do que os dois gols de Luis Suárez — seriam três se o zagueiro Varane não se antecipasse a ele e marcasse contra —, chamo atenção para a grandeza de Lionel Messi neste triunfo no Santiago Bernabéu. O jogador eleito cinco vezes melhor do mundo foi de uma humildade digna de aplausos. Ao perceber que a noite era do colega uruguaio, não tentou roubar a cena sequer na cobrança de pênalti. O mundo inteiro sabe que o argentino é o cara das cobranças de pênalti e de falta do Barcelona, masa Pulga nem pediu a bola. Suárez sofreu, Suárez bateu o pênalti. E Messi o abraçou como se fosse mais um no time, sem roubar o protagonismo do camisa 9. Sensacional!

Empilhar cinco títulos consecutivos, como pretende o Barcelona, não é nada comum do outro lado do Oceano Atlântico. Inspiração para as copas nacionais, a mais antiga de todas — FA Cup, da Inglaterra —, teve dois tricampeões. O Wanderers enfileirou três conquistas em série nas versões de 1876, 1877 e 1878. O Blackburn Rovers repetiu o feito em 1884, 1885 e 1886. Tottenham (1961 e 1962; e 1981 e 1982) e Arsenal (2002 e 2003; e 2014 e 2015), conseguiram no máximo bi.

A Copa da França viu no máximo tetracampeonato. O badalado Paris Saint-Germain, dos brasileiros Neymar, Daniel Alves Thiago Silva e Marquinhos, abocanhou as últimas quatro edições (2015, 2016, 2017 e 2018). Assim como o Barcelona, está na briga pelo pentacampeonato — algo jamais visto no torneio inaugurado em 1917/1918.

Na Copa da Holanda, há três casos de tricampeões: PSV (1988, 1989 e 1990), Ajax (1970, 1971 e 1972) e Den Haag (1909, 1910 e 1911). Na terra de Camões, Porto e Benfica conseguiram no máximo tricampeonatos na “Copa do Brasil” de lá, a Taça de Portugal.

A Copa da Alemanha tem a realidade mais próxima da Copa do Brasil. Por lá, o máximo que se “permitiu” foram bicampeonatos. Bayern de Munique, Schalke 04, Eitrancht Frankfurt, Colônia, Fortuna Dusseldorf, Karlsruher e Dresdner conseguiram a proeza.

A Copa do Brasil testemunhou no ano passado o primeiro bicampeonato consecutivo. O Cruzeiro foi o protagonista. Vale ressalvar que isso não foi possível durante muito tempo. Motivo: quem disputava a Copa Libertadores da América não podia jogar o mata-mata nacional. Ou seja, o campeão não defendia o título.

Portanto, temos que respeitar o que esse Barcelona está fazendo na Copa do Rei…

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Marcos Paulo Lima

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