Os técnicos que pensam fora da caixinha foram salvos pelo gongo nesta semana na quarta fase da Copa do Brasil. Contestado por exigir um Santos acima da mediocridade do futebol nacional, o argentino Jorge Sampaoli quase deu adeus ao torneio contra o Vasco, em São Januário. Questionado por configurar um Fluminense diferentão, Fernando Diniz penou diante do Santa Cruz, no Arruda. As eliminações de Sampaoli e Diniz seriam um prato cheio para quem defende o paupérrimo repertório da maioria dos nossos treinadores: times recuados, sem a bola nos pés, à espera do erro do adversário para contra-atacar.
Só para contrariar, Santos e Fluminense avançaram às oitavas de final jogando mal. Foi a pior partida do Peixe neste ano. O desorganizado e inseguro Vasco percebeu isso e cresceu no alçapão de São Januário. Venceu a partida na base da empolgação e por muito pouco não levou o mata-mata para a decisão por pênaltis. Em determinado momento do confronto, o Santos perdeu o controle do jogo, recuou e agiu como se fosse o Vasco.
Expulso, descontrolado, Jorge Sampaoli detestou a postura assumida pelo Santos. “Encontramos uma linha de cinco com os extremos avançados. Temos que nos plantar no campo adversário e que eles se preocupem com a gente”, criticou após a classificação. Para sorte dele, a vitória por 2 x 0, na Vila Belmiro, evitou a eliminação.
Quando eu quero ficar bem, assisto a jogos antigos. Do Brasil de 1970 ou de 82; da Argentina de Pekerman; do Barcelona de Cruyff; da Hungria. O futebol atual me aborrece.
Jorge Sampaoli, em palestra na CBF
O Fluminense sofreu horrores no Recife. Como se não bastasse a pressão da fanática torcida do Santa Cruz, o time de Fernando Diniz perdeu a essência no Arruda. O time da posse de bola, da tentativa de jogar de pé em pé, abusou dos erros, perdeu o jogo e precisou dos milagres do goleiro Rodolfo para passar de fase num sufoco terrível.
“Não esperava sofrer tanto. Nossa equipe jogou mais errado do que mal. Erramos coisas que não costumamos errar. Tivemos chances de marcar, erros de passes e tomamos gols que eram evitáveis. Valeu pela classificação”, disse um frustrado Fernando Diniz.
Eu preparo meus jogadores para se divertirem, jogarem bem e viverem em comunidade. Terem coragem e criatividade. Em nenhuma profissão, pessoas que não estejam leves conseguem ter criatividade.
Fernando Diniz, em palestra na CBF
No fim das contas, bom para quem sonha com o futebol fora da caixinha, minimamente diferente acima da média que temos engolido. Mas fica o alerta: Jorge Sampaoli e Fernando Diniz não conseguirão fazer, respectivamente, com que Santos e Fluminense arranquem suspiros a temporada inteira. Em alguns momentos eles terão de se adaptar à realidade dos jogos. E aí, sobreviverá quem tiver um plano B, uma carta na manga, capacidade de reinvenção diante do momento de crise. Em tempos de começo do Campeonato Brasileiro, estou sinceramente ansioso para ver o confronto entre os dois treinadores na próxima quinta-feira, pela segunda rodada da Série A.
Acho que será um barato!
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