Em circunstâncias normais de temperatura e pressão, Maycon não estaria na Arena Corinthians contra o Boca Juniors nesta terça-feira no duelo válido pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. Iniciado há 62 dias, o ataque da Rússia à Ucrânia determinou a vitória por 2 x 0 com dois gols do herói inesperado.
O volante emprestado pelo Shakhtar Donetsk era um dos refugiados em um hotel de Kiev no começo da guerra no Leste Europeu. À época, contou ao blog o drama vivido por ele e outros brasileiros antes de deixarem o país em segurança rumo ao Brasil.
Maycon não é volante-artilheiro. Amargava abstinência desde 6 de maio de 2022. Quase um ano de jejum. Desencantou em jogo grande. Em 90 minutos, teve o desempenho da temporada inteira de 2020/2021: dois gols. O recorde pessoal é de cinco bolas na rede, em 2017, justamente no Corinthians. Jamais esquecerá a exibição de gala diante da Fiel em uma Neo Química Arena que pulsava — palavras do próprio volante depois da partida.
“A arena estava pulsando hoje. Esse é o sentimento. Eles (torcedores) jogam com a gente. No momento difícil, em que precisamos deles, lotaram o estádio, e nos entregamos por completo”, afirmou o jogador emprestado ao Corinthians até o fim do ano.
Decidir jogos a partir da infiltração de volantes é uma tradição no Corinthians. Paulinho fazia isso na Era Tite. Não se limitava a defender. Construía, pisava na área, surpreendia, tinha papel decisivo na engrenagem alvinegra. Maycon usou a cabeça no primeiro gol ao completar o cruzamento do lateral-direito Fagner. No segundo, acompanhou o rápido contra-ataque puxado por Róger Guedes e encheu o pé para aproveitar o rebote depois da finalização do companheiro. Além de fazer gols, Maycon encorpa o meio de campo.
O protagonista da noite é cria do Corinthians. Sabe exatamente o peso da camisa. Eis um dos motivos para ter sido um dos melhores em campo. Moderno antes mesmo de partir rumo à Europa, Maycon defendeu e atacou com a eficiência exigida no futebol europeu. Ele certamente é cobrado assim no Shakhtar Donetsk pelo técnico italiano Roberto de Zerbi.
Vitória convincente sobre o frágil Boca Juniors à parte, o Corinthians precisa mostrar sua verdadeira face para a torcida. Conquistar a confiança da Fiel. O Timão é o das vitórias contra Boca Juniors, Deportivo Cali, Avaí, Botafogo e Ponte Preta ou aquele das derrotas nos clássicos paulistas, o último deles por 3 x 0 contra o Palmeiras? Por enquanto, o Corinthians de Vítor Pereira é o enigma da esfinge: “decifra-me ou te devoro”.
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