As últimas duas conquistas do Brasil na Copa América foram com elencos considerados de segunda linha. Carlos Alberto Parreira levou o país ao hepta, em 2004, no Peru, sem Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Rivaldo, Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos. Três anos depois, o time de Dunga faturou o octa liderado por Robinho. Enquanto isso, os principais astros da companhia à época, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, curtiam férias. Hoje, isso é inimaginável. A velha lesão no quinto metatarso de Neymar causa pânico na comissão técnica de Tite. Retrato de uma Seleção que opera no limite, ou seja, considerada inviável sem Neymar, Philippe Coutinho, Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Marcelo, Casemiro, Miranda, Thiago Silva, Marquinhos…
Não seria fácil, óbvio, disputar a Copa América em casa sem Neymar. Porém, é preciso procurar o lado positivo. Enxergar as oportunidades oferecidas pela possível ausência. Antes da convocação para a Copa da Rússia, perguntei ao Tite se havia espaço para um estagiário como Vinicius Junior, por exemplo.
A resposta ao blog foi a seguinte: “Em Mundial, não há espaço para estagiário na Seleção Brasileira. O espaço é para quem possa ser utilizado na pressão do jogo. Momentos de preparação são nas Eliminatórias, amistosos, Copa América, não em momento de Mundial. Respeito as outras situações (Ronaldo e Kaká), respeito o passado, mas eu não consigo ver o jogador que pode vir a ser… Jogador que vai para a Seleção já é. A responsabilidade dele de entrar dentro do campo, ou em um treino, é de desempenho, não de estagiário”, argumentou.
No meio da resposta de Tite está a palavrinha mágica Copa América. Portanto, tenho a impressão de que Tite se renderá a Vinicius Junior na convocação para os amistosos de março. São oito assistências na temporada do Real Madrid — uma no Campeonato Espanhol, uma na Champions League, uma no Mundial de Clubes e cinco na Copa do Rei. Vinicius não é o Neymar, claro, mas ocupa a mesma faixa de campo do jogador do PSG. Oferece um pouquinho do que o ídolo dele entrega: velocidade, drible, assistências. Um bom nome para compor no mínimo o banco de reservas. Considero uma excelente alternativa tática.
“Em Mundial, não há espaço para estagiário na Seleção Brasileira. O espaço é para quem possa ser utilizado na pressão do jogo. Momentos de preparação são nas Eliminatórias, amistosos, Copa América, não em momento de Mundial”
Tite ao blog sobre Vinicius Junior, antes da convocação para a Copa
Alternativa pois, em tese, o risco de não contar com Neymar pode consolidar Richarlison como titular. O jogador do Everton é quem mais soube aproveitar os amistosos pós-Copa. Mostrou capacidade para atuar aberto na esquerda, na direita ou no papel de falso centroavante. Na meritocracia de Tite, é quem merece figurar no chamado time-base.
Neymar não pode nem deve ser a única preocupação de Tite. A temporada de Philippe Coutinho no Barcelona é ruim. Gabriel tem oito gols em janeiro, mas não se deixe enganar, o desempenho dele é irregular em 2018/2019. Por enquanto, trata-se apenas de uma boa fase.
Por falar em base, Tite está apegado ao time da Copa da Rússia. Se pudesse, estrearia na Copa América em 14 de junho, no Morumbi, contra a Bolívia, com Alisson; Danilo, Miranda, Thiago Silva e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Renato Augusto; Philippe Coutinho, Gabriel Jesus e Neymar. Entre o mundo dos sonhos e a vida real há uma lesão no quinto metatarso do principal astro da companhia, a má fase de Coutinho, os altos e baixos de Gabriel Jesus, o empenho de Richarlison, a possibilidade aberta com a evolução de Vinicius Junior no Real. Sensibilidade não falta ao Tite. Basta colocar em prática a lei do desapego. Ter coragem.
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