A dimensão do tricampeonato do Real Madrid

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Real Madrid: tricampeão da Champions League em 2016, 2017 e 2018. Foto: Real Madrid

Tricampeonatos são uma raridade em competições de altíssimo nível em qualquer esporte. Quando acabou a final da Liga dos Campeões, comecei a pesquisar os últimos casos de dinastias parecidas com a do Real Madrid em torneios de ponta. São poucos…

Descobri, por exemplo, que a NFL, a liga de futebol americano, jamais teve um tricampeão em anos consecutivos — como esse Real Madrid de 2016, 2017 e 2018. Há vários casos de duas conquistas em série, como aos do New England Patriots, de Tom Brady, em 2004 e 2005. Dallas Cowboys, San Francisco 49ers, Pittsburgh Steelers, Miami Dolphins e The Green Bay Packers também estiveram próximos do tri, mas tiveram as suas sequências quebradas.

O último tricampeonato da NBA, a liga norte-americana de basquete, foi protagonizada pelo Los Angeles Lakers, de Kobe Bryant. Aquele timaço superou Indiana Pacers (2000), Philadelphia 76ers (2001) e o New Jersey Nets (2002). Era comandado pelo lendário técnico Phil Jackson e contava com um baita coadjuvante:  o pivô Shaquille O’Neal. Uma máquina de jogar basquete.

Antes disso, o Chicago Bulls, da era Michael Jordan, enfileirou dois tris: um de 1991 a 1993, antes da primeira aposentadoria de Michael Jordan; e outro de 1996 a 1998, quando o astro retornou às quadras. Há registros de um octa do Boston Celtics, de 1959 a 1966, e de um outro tri do Minneapolis Lakers, precursor do Los Angeles Lakers, em 1952, 1953 e 1954.

A NHL, liga norte-americana de hóquei no gelo, pode testemunhar um tricampeonato nesta temporada. O Pittsburgh Penguins faturou o título em 2016 e em 2017. Para se ter uma ideia, o último tri — que na verdade foi tetra —, teve o New York Islanders como protagonista. A franquia arrebentou nos anos 1980.

O último caso de tricampeonato na MLB, a liga norte-americana de beisebol, aconteceu em 1998, 1999 e 2000, graças ao badalado New York Yankees. De lá para cá, não caso nem de bi.

A Liga dos Campeões da Europa não testemunhava um tricampeonato desde o lendário Bayern de Munique, de Franz Beckenbauer, de 1974 a 1976. Na Libertadores, o Independiente teve uma sequência de quatro títulos, de 1972 a 1975. Antes, o Estudiantes enfileirou um legítimo tri, em 1968, 1969 e 1970. A Copa do Mundo só viu dois bicampeonatos. Um da Itália (1934 e 1938) e outro do Brasil (1958 e 1962). E nem falei das ligas nacionais. A era moderna do Brasileirão registra apenas um tri consecutivo —do São Paulo, em 2006, 2007 e 2008.

Por essas e outras, prefiro exaltar o tamanho do feito do Real Madrid a mergulhar em debates subjetivos — houve vários na decisão de Kiev e ao longo da campanha. Arbitragens polêmicas. Mas vale lembrar: o terceiro capítulo da dinastia foi escrito na fase de mata-mata superando o Paris Saint-Germain de Neymar, contratado por 222 milhões de euros; a Juventus de Buffon; o Bayern de Munique de Robben e Ribéry; e Liverpool de Salah, Firmino e Mané. Sem contar a fase de grupos, quando a trupe merengue encarou Borussia Dortmund e Tottenham.

Sejam bem-vindos ao mundo Real! E olha que eles já foram penta, de 1956 a 1960…

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Marcos Paulo Lima

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