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Zerar impostos de combustíveis terá reflexo na eleição

Publicado em coluna Brasília-DF

O anúncio da proposta para zerar o ICMS dos combustíveis e do gás de cozinha feito com a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), representa uma convocação dos governadores e da oposição para que entrem no barco de redução dos impostos. O “sim” dos governadores a esse esforço virá, inclusive, com transferência de receita para compensar a perda de arrecadação. Quanto à oposição, a avaliação dos governistas é a de que os atores não terão muito poder de manobra. Aliados do presidente têm dito que agora é pegar ou largar e, nessa segunda hipótese, vem acoplada a perspectiva de arcar com as consequências de não aprovar a proposta — ou seja, não baixar os preços. Tudo agora terá reflexo eleitoral e, nesse sentido, o presidente Jair Bolsonaro (PL) atirou no alvo. Terá o discurso de que fez tudo o que estava ao seu alcance.

Obviamente, os partidos ainda vão analisar a proposta de emenda constitucional. O texto ainda não chegou ao Congresso formalmente, mas as apostas de Lira e de líderes próximos ao presidente são a de que é possível fazer esse esforço para votar rapidamente. Só a presença de todos, no anúncio da proposta, indica união para salvar
a lavoura — leia-se a eleição.

Guedes respira, mas…

Ao anunciar, na entrevista à Bandnews, que o ministro Paulo Guedes permanecerá no comando da Economia em caso de reeleição, Bolsonaro deixou a ala política com um frio na espinha. É que os políticos estão convencidos de que a área econômica é crucial para as eleições e não dá para “vender mais do mesmo ao eleitor”. O ministro, no entanto, é o padrinho da proposta de zerar impostos.

… tem que entregar mais
É preciso gerar esperança e muitos avaliam que Guedes ainda não conseguiu passar essa mensagem de forma clara, tanto é que as pesquisas continuam apontando dificuldades para a reeleição, e a economia como fator principal no humor do eleitorado. No governo, porém, a avaliação é de que houve geração de empregos, a economia “está melhorando” e, na campanha, será possível detalhar os ganhos que o país obteve apesar do cenário adverso gerado pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. E com a PEC dos combustíveis em curso, Guedes ganhará oxigênio, inclusive entre os políticos.

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O setor sabe o que quer/ A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) decidiu mudar o formato do encontro com os presidenciáveis. Em 2018, nem todos compareceram, especialmente os dois que foram à final, Bolsonaro e Fernando Haddad. Agora, a ideia da entidade é entregar o documento de suas propostas a representantes das campanhas, a serem indicados pelos candidatos. E ponto.

Muita calma nessa hora/ Na CNA, seus executivos já fizeram circular um comunicado sobre a necessidade de conversa com todos os atores do espectro político. O agro é majoritariamente eleitor de Bolsonaro e, até aqui, nada tem feito o setor mudar de rumo.

Quem diria…/ A ex-senadora Ana Amélia Lemos ficou praticamente enfurnada na suíte do hotel em que mora, em Porto Alegre, nos dias em que Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin passaram por lá. Ela, que foi vice de Alckmin em 2018, respeita o ex-governador paulista, mas não quer nem de longe posar para fotos ao lado do ex-tucano, hoje vice do petista.

… que seria assim/ Durante os dias em que Lula e Bolsonaro se hospedaram lá, o hotel ficou praticamente sitiado, com atiradores de elite posicionados em todos os telhados dos edifícios próximos. A segurança do petista está cada dia mais reforçada.

Grave, muito grave/ As ameaças ao jornalista Lucas Neiva, do Congresso em Foco, depois que ele denunciou um fórum na internet que pretende disseminar fake news e ódio a jornalistas profissionais, terá investigação profunda. Todos os Poderes já foram acionados para buscar os culpados e uma resposta que acabe com as intimidações. Um governo que diz pregar liberdade de imprensa e de expressão não pode compactuar com esse tipo de ameaça. Alô, ministro da Justiça Anderson Torres!!!