Um teto a ser reduzido

Publicado em coluna Brasília-DF

A aposta dos deputados e senadores ligados ao governo é a de que a proposta de limitar os gastos públicos por 20 anos, a ser entregue hoje ao parlamento pelo presidente em exercício, Michel Temer, virá no sentido de deixar para o Congresso fazer a redução. Afinal, é consenso na classe política de que esses 20 anos representam cinco mandatos presidenciais e a ideia é baixar isso para oito ou 10 anos. No governo, há quem diga que é melhor mexer no prazo do que no teto proposto.

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Em tempo: os parlamentares devem ainda prestar muita atenção no tipo de mudança a fazer no ajuste. É voz corrente nos bastidores que qualquer alteração que desfigure o ajuste necessário pode ser a senha para que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, peça o boné. E se tem algo que o governo não deseja nem sonhar é com Meirelles entregando os pontos. Portanto, o momento é de apoiar o que vier a ser proposto.

Quem não controlou 10 em 21…

…Não segurará um colegiado de 40, tampouco um de 513. A cassação do mandato do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, é considerada questão de tempo.

Bateu cansaço

Antigos assessores de Dilma Rousseff perceberam um certo recuo nas falas do senador Humberto Costa (PT-PE). Nas últimas sessões da comissão do impeachment, a única que não aparentava mudança de estilo era Gleisi Hoffman. Do atual grupo de petistas na comissão, ela é a única ex-ministra. Os demais petistas estão mais preocupados é com o futuro de Lula, depois da remessa do processo às mãos de Sérgio Moro.

Todos olímpicos

O governo de Michel Temer divulga há um mês que quem convida para as Olimpíadas é a organização dos jogos. O Comitê Olímpico diz que não é com ele. Continua o mistério sobre quem convidará Dilma Rousseff.

Prioridade

Que teto de gasto que nada. O que causou uma romaria de deputados e senadores ao Planalto é a necessidade de renovação da MP que trata da dívida agrícola.

Festa no aerotemer

O wi-fi no avião presidencial permitiu aos ministros que acompanharam Temer ao Rio de Janeiro saber na hora que a CBF havia dispensado o técnico Dunga. A comemoração foi tanta que parecia gol do Brasil em Copa do Mundo. Raul Jungman, da Defesa, era um dos mais entusiasmados.

CURTIDAS

Perguntar não ofende/ A senadora Lúcia Vânia (foto) quis saber de uma testemunha ouvida na comissão do impeachment se, num banco privado, seria possível o uso de recursos ficar a descoberto por um longo período, como ocorreu com os bancos públicos no caso das pedaladas. Gleisi Hoffman (PT-PR) estrilou: “Essa pergunta não pode ser feita!”. Epa! A pergunta é livre. A testemunha responde se quiser.

Aulão sobre trust…/ Para quem ainda não entendeu o que é trust, repatriação de ativos e o esforço de transparência financeira que toma conta do mundo, a oportunidade é amanhã, 16 de junho, no hotel Mercure da Alameda Itu, em São Paulo, palco do seminário InterNews sobre regularização de ativos no exterior.

…E repatriação/ A palestra de abertura — a cargo do advogado Gil Vicente Gama, sócio do escritório Nelson Wlliams — abordará o regime especial de regularização cambial e tributária e a tendência de maior transparência no sistema financeiro global e o caso Panamá Papers. Depois, entra em cena o trust, na voz do advogado Maucir Fregonesi Júnior, do escritório Siqueira Castro.

Dia D, E, F…/ O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) brincava com o colega Duarte Nogueira. “Te cuida, Duarte: Seu nome começa com D: primeiro foi a Dilma, depois o Dunga e agora o Dudu”. Outros deputados que estavam por perto, brincaram: “Não, a queda dos “D” terminou com Dunga. Depois veio a E de Eduardo. O próximo é F, e é lá no Senado das Alagoas”.