O PT prepara uma vigília em frente ao Supremo Tribunal Federal para esta terça-feira, quando a 2ª Turma julgará um novo pedido de liberdade do ex-presidente Lula, com suspensão dos efeitos da sentença, ou seja, a inelegibilidade. A ansiedade impera porque, até dentro do Supremo, há ministros preocupados com a possibilidade de a 2ª Turma optar por um meio-termo: deixar Lula aguardar fora da prisão o julgamento nas demais instâncias, mas não acolher o pedido de suspensão dos efeitos da pena, ou seja, a inelegibilidade. Afinal, uma coisa é suspender a execução da pena, algo possível. Porém, não dá para o Supremo dizer desde já que o presidente pode ser candidato, uma vez que essa questão tem que passar primeiro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Enquanto alguns ministros deixam transparecer suas preocupações, outros consideram que o PT pode fazer barulho, mas não conseguirá soltar Lula. É que, na prática, conforme avaliam juristas, não há diferença entre esse pedido de medida cautelar e os habeas corpus já julgados pelo STF, como aquele de 10 de maio, quando a 2ª Turma optou pela manutenção da prisão do ex-presidente. Na dúvida, os petistas vão fazer coro para dizer que o caso de Gleisi Hoffmann, absolvida num dos processos de corrupção, e o de Lula, já condenado, são iguais — mas não são. Gleisi é senadora e seu processo se baseava apenas em uma delação premiada. O caso do tríplex no Guarujá não ficou apenas na palavra do delator contra a do ex-presidente Na avaliação da Justiça, havia provas. É nesse clima de confronto que a 2ª turma analisará mais uma vez o destino de Lula.
Onde mora o perigo
Os partidos à esquerda não querem nem cogitar a hipótese de o STF soltar Lula, mas não lhe garantir a candidatura. É que, nesse caso, o petista prontamente percorreria o país nessa fase “apagando” os adversários de esquerda. Porém, não passaria a garantia da candidatura, considerada condição primordial para atrair aliados. Logo, o debate continuará travado e com o não-candidato no papel de favorito.
Onde mora a tática
Lula não está nem aí para a preocupação dos partidos de esquerda. Ele sabe que apenas um milagre fará dele candidato, mas vai jogar com o tempo. Como a campanha só começa em agosto, ele tem até lá para ver qual o melhor nome do PT para substituí-lo.
França na lida
O governador de São Paulo, Márcio França, vem aí com uma medida pra lá de polêmica: obrigar a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos a arcar com as despesas de transportes de seus usuários quando houver paradas no meio do trajeto, por falta de manutenção. “As pessoas pagam por um serviço e a Companhia vai precisar entregar. Seja de táxi, de Uber, Cabify ou que for”. Se a moda pega, muitas empresas terão que cumprir a entrega do transporte de qualidade ou ficar no prejuízo, pagando táxis para os usuários chegarem ao trabalho na hora.
E o Geraldo, hein?
A nova operação envolvendo investigações sobre o Rodoanel de São Paulo deixou mais uma vez Geraldo Alckmin na defensiva. E, justamente, no momento em que ele começava a quebrar resistências dos aliados e se aproximava de João Dória. No PSDB, há quem esteja convicto de que nada é por acaso. Embora o ex-governador negue qualquer envolvimento, nenhuma campanha presidencial consegue decolar quando fadada a passar horas explicando temas espinhosos. Vislumbra-se mais uma rajada de vento para tentar trocar o candidato tucano. Haja vista a romaria de partidos rumo à pré-candidatura de João Dória em São Paulo.
Quem vem lá/ O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (foto), que terminou por derrubar Geddel Vieira Lima (MDB-BA) do governo Temer, veio ao auditório do Correio Braziliense ontem cumprimentar o idealizador do RenovaBR, Eduardo Mufarej. Calero resistiu às pressões de Geddel para liberar a construção de um prédio, em Salvador, que havia sido embargada pelo Iphan. “O tempo, realmente, é o senhor da razão”, comentavam aqueles que reconheceram o ex-ministro.
Menos, Ana Amélia…/ Ao discursar logo depois do ministro Luiz Roberto Barroso (STF) no evento do RenovaBR, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) comentou que era um avanço ver um ministro do Supremo celebrado como um pop star. Da plateia, um jovem que frequentou a escola de formação política RenovaBR comentava com o colega ao lado: “Pode ser, mas é um perigo. Um juiz não pode fazer coisas populares ao arrepio da lei, e, às vezes, faz”.
Enrubesceu/ Num dado momento, Ana Amélia ainda deixou o senador Cristovam Buarque todo constrangido, quando perguntou a ele qual era o número do PPS, partido do senador. “Não pode, se não é propaganda antecipada”, disse Cristovam. Ana Amélia sorriu, lembrou que estavam num ambiente fechado e que ninguém estava pedindo votos, e a plateia soprou 23.! Risada geral.
Juiz & futebol/ Ministros dos tribunais superiores estavam em sessão durante o jogo da Argentina contra a Croácia. Restou a muitos colocar o aparelho celular no silencioso e dar aquela consultada básica, de vez em quando, para verificar o resultado. Não foram poucos que arregalaram os olhos, descrentes nas informações da internet. Hoje não tem sessão. Vamos Lá! Brasiiiiiillllll!