Temer apadrinha aliança entre MDB e PL no DF

Prisão de Temer afeta MDB
Publicado em Michel Temer, Política

É bom a senadora Simone Tebet, pré-candidata a presidente da República, começar a fazer as contas para ver que parcerias conseguirá manter ao seu lado país afora numa campanha presidencial. No Distrito Federal, por exemplo, seu partido, o MDB acaba de se apresentar publicamente ao lado do PL de Jair Bolsonaro, com direito a bênçãos do ex-presidente Michel Temer.

A filiação da secretária de Justiça do DF, Marcela Passamani, ao PL serviu de palco para que Temer apresentasse como fato consumado a parceria entre o MDB do governador-candidato, Ibaneis Rocha, e a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, candidata ao Senado. Não por acaso, Temer já chegou ao evento chamando Flávia de “senadora” e Ibaneis de “governador reeleito”, o que reforçou em seu discurso. “Fico muito feliz com esta união do PL com o MDB aqui no Distrito Federal, isso certamente levará os dois à vitória”, avaliou.

Quanto à terceira via, Temer disse que ainda há sete meses até a eleição e não vê empecilhos por causa da aliança no DF. Internamente, no MDB, porém, já tem muita gente dizendo que, para sobreviver, o partido terá que dividir alguns de seus candidatos a governador com Bolsonaro e outros presidenciáveis.

Pior que ciúme de mulher
… Só o de político. Está dando a maior ciumeira na base aliada a filiação de deputados ao PL. Há o receio de que o partido de Valdemar Costa Neto fique grande demais e acabe tirando espaço dos outros aliados. A receita de Valdemar para evitar briga agora é a paciência. Lá na frente, resolve.
Lá é pior
A forma como o PT da Bahia tratou o PP do vice-governador João Leão é citada em todas as conversas dos antigos aliados ao governo Lula com o seguinte comentário: Quem apoia o PT serve apenas de “escada”, os petistas nunca cedem espaços de poder para apoiar um aliado mais ao centro. Essa é a regra, com raríssimas exceções.
A esperança de Valdemar
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, tem dito a amigos que não perdeu as esperanças de ter uma mulher candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. Tem defendido com entusiasmo o nome da ministra Tereza Cristina, mas sabe que a escolha depende do presidente da República. Jair Bolsonaro já declarou publicamente que Tereza será candidata ao Senado. O nome que ele quer na vice é o do general Braga Neto, como todo o mundo político já sabe. Mas, até oficialização da chapa, a pressão continuará.

CURTIDAS

A compensação do Republicanos/ O ingresso do vice-presidente Hamilton Mourão ao Republicanos hoje amenizou um pouco a ciumeira na base, mas não resolveu. É que Mourão concorrerá ao Senado pelo Rio Grande do Sul, e isso não se traduz automaticamente em votos para os deputados federais da sigla, eleição que conta para fundo partidário e tempo de tevê.

Trabalho dobrado/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está “obrigando” vários deputados a fazerem duas campanhas: uma para a reeleição e outra para de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), na vaga decorrente da aposentadoria da ministra Ana Arraes, em julho.

Elas por ela/ A bancada feminina já fechou todos os votos das deputadas no exercício do mandato (são 76 hoje) para a deputada Soraya Santos (PL-RJ), na foto, a única mulher que concorrerá à vaga do TCU. A ministra Ana Arraes é hoje única mulher no colegiado e a campanha das parlamentares será no sentido de que, nada mais justo, ela seja substituída por outra pessoa do sexo feminino.

Quem manda/ Antes mesmo de chegar ao PL, a deputada Bia Kicis (DF) já foi avisada sobre as regras internas da legenda. No Distrito Federal, quem fala sobre candidaturas ao governo e ao Senado pelo partido é a presidente da sigla no DF e ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda. Aliás, nesse tema, não são raras as vezes em que Flávia é bem direta a quem resolve falar sobre as candidaturas majoritárias: “Aqui, quem decide sou eu. Eu concedo a legenda e também posso tirar”.

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Publicado em coluna Brasília-DF

O governo fala de previdência, de economia, de programas sociais, mas o que tira o sono mesmo por esses dias é a proximidade da votação do impeachment e os movimentos que possam surgir em favor da presidente Dilma Rousseff. A avaliação ontem era a de que, conforme adiantou alguns dias a coluna, os reajustes salariais concedidos aos servidores e ao Judiciário vão tirar da porta do Congresso boa parte dos manifestantes que faz coro contra o governo Dilma e faria contra qualquer outro que não lhe atendesse as reivindicações. Mas só isso não basta.
O presidente em exercício, Michel Temer, chegou ao ponto em que, além de votos para permanecer no Planalto, precisará mostrar ao mercado que tem maioria para aprovar qualquer coisa, inclusive emendas constitucionais. Neste sentido, a ideia é aproveitar o impeachment para demonstrar que ficará com respaldo para fazer valer o projeto em curso. Antes disso, nada acontece.

Quem não
deve, não teme

A postura do ministro da Educação, Mendonça Filho, que quando acabou citado, foi lá e se explicou, virou um mantra no governo em exercício. Agora, quem estiver que dar qualquer justificativa em relação a doações de campanha ou envolvimento na Lava-Jato, que o faça. Se não tiver como se explicar, que peça o boné. Simples assim.

Enquanto isso, no
Rio Grande do Sul…

A campanha em Porto Alegre promete. Dia desses, o presidente do PSB local, Beto Albuquerque, foi chamado de “golpista” pelo pré-candidato do PT, Raul Pont, e devolveu assim: “E tu aplaude um bando de ladrão”, referindo-se aos tesoureiros petistas enroscados no mensalão e no petrolão.

Metamorfose ambulante…

Confirmada a aliança entre Marta Suplicy e o pré-candidato do PSD, Andrea Matarazzo, a dificuldade será explicar os impropérios trocados entre ela e o ministro de Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. Há quatro anos, Marta se referia a ele como um “pesadelo”. E, em 2008, a campanha de Kassab mencionava a então petista como “a prefeita das obras paradas”.

…Onde algo não muda

O racha do PSDB, que sempre existiu, agora está exposto: uma parte, a do ministro José Serra, torce por Marta Suplicy e Andrea Matarazzo. A outra, do governador Geraldo Alckmin, trabalha por João Dória.

Recorde em intolerância/ Pesquisa de análise de comportamento nas redes sociais aponta que o Distrito Federal tem proporcionalmente a maior taxa de intolerância do país. A conclusão foi feita a partir de análise de 393.284 menções de internautas no Facebook, no Twitter e no Instagram, entre os meses de abril e junho, e em comentários em blogs e sites.

Recorde em intolerância II/ A amostragem, da agência Nova/sb mostra que a maior intolerância é a política, com 220 mil citações no universo analisado, mais de quatro vezes superior à misoginia, 50 mil menções.

Michelzinho vai à escola/ Começaram as aulas do filho mais novo do presidente em exercício, Michel Temer. No primeiro dia, entretanto, quem foi levar o pequeno à escola foi a mãe, Marcela (foto). O presidente já estava em reuniões de trabalho.