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Votação da Previdência alça Rodrigo Maia à posição de “primeiro-ministro”
Coluna Brasília-DF
Antes mesmo de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciar o placar surpreendente de 379 votos em favor da reforma da Previdência, ele já era tratado pelos colegas como o grande vencedor da noite.
Em seu discurso, reforçou essa posição, ao mencionar a recuperação da “força da Câmara”. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, Maia defendeu a necessidade de uma “relação diferente, onde o diálogo e o respeito prevaleçam”.
Há aí uma janela para que governo e Parlamento se entendam para a batalha da reforma tributária e medida provisória da liberdade econômica, os próximos itens da agenda de reformas.
Em tempo: A guerra da Previdência ainda não terminou. A forma súbita como Maia encerrou a sessão prevista para seguir madrugada adentro deixou muitos governistas com a sensação de que é preciso acertar o passo.
Afinal, do alto da mesa diretora dos trabalhos, o presidente percebeu que poderia perder o destaque que pretendia tirar os professores da reforma.
E não dava para, depois da grande vitória, começar os destaques com uma derrota. Ainda há outras votações envolvendo policiais, viúvas e até professores. E, reza a lenda, o diabo mora nos detalhes.
O que interessa
A agenda de costumes, tão cara ao presidente Jair Bolsonaro, não está entre as prioridades do “primeiro-ministro”, Rodrigo Maia. O deputado apostará na agenda que ajude a recuperar a economia e gerar empregos. O resto é perfumaria.
Há exceções
Entre as propostas que não mexem diretamente com a economia, mas vão entrar na pauta de Rodrigo Maia, estão a lei do abuso de autoridade e o pacote anticrime de Sérgio Moro.
A volta de Onyx
O resultado pra lá de favorável ao texto base da reforma deu novo fôlego ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Agora, caberá ao novo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, conseguir manter o mesmo nível de diálogo com o Parlamento.
Enquanto isso, no Ministério da Economia…
O ministro Paulo Guedes avisou que entregará sua proposta de reforma tributária nos próximos dias.
É para não deixar as propostas em discussão na Câmara, de Bernardo Appy, e no Senado, do ex-deputado Luiz Carlos Hauly, seguirem sem que o governo tenha dado o seu tom nesse quesito.
Curtidas
Um por todos…/ …todos por um. Com 11 votos a favor da reforma da Previdência dentro do PSB, de um total de 21 da bancada, os deputados ganharam um aliado forte, o ex-líder Júlio Delgado. “O texto que chegou ao plenário é muito diferente daquele que esteve em votação na Comissão de Constituição e Justiça. Portanto, vou defender os deputados”, disse ele.
Por falar em PSB…/ Pelo menos cinco partidos já estenderam o tapete vermelho para o deputado pesselista do Espírito Santo Felipe Rigoni, o primeiro parlamentar cego, que vem se destacando por posições equilibradas e firmes na Casa. Ele votou a favor da Previdência. Se os socialistas insistirem em punir os deputados, Felipe não vai ficar ao relento.
Salvo-conduto/ Dos oito deputados do PDT que votaram a favor da reforma da Previdência, Tábata Amaral (SP) tem em mãos uma carta do partido que lhe conferiu essa prerrogativa antes mesmo de ser eleita. “A carta existe”, disse Tábata à coluna, sem esconder o mau humor. “Já disse que não vou falar com a imprensa. O que eu tinha a dizer já
está nas minhas redes sociais”. Aff…
Mais um AGU para o STF/ Ao se referir a um nome “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro tinha em mente o pastor André Mendonça, advogado-geral da União, como já antecipou a coluna. Aliás, Gilmar Mendes e o atual presidente do STF, Dias Toffoli, também já ocuparam o mesmo posto. Só não são formados em teologia.
Se tem algo em que a equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, joga junto é quanto à necessidade de um levantamento criterioso sobre os recursos que hoje irrigam o Sistema S — Sesi, Sesc, Senac, Sebrae, entre outros. Quem se preocupou e foi verificar se é possível rever essa disposição entre os escudeiros de Guedes não encontrou brecha para preservar, em 2019, o valor na casa dos R$ 17 bilhões repassados este ano a esses serviços. Nem mesmo quando se argumenta que são geradores de qualificação de mão de obra para os mais diversos setores da indústria. Até no Banco Central, comenta-se que o Sistema S recebe demais.
O “número um” tampouco se mostra disposto a ceder a pressões. Inclusive, tem cortado quem tenta jogar um verde para ver se colhe um recuo nessa seara. Aos interlocutores, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, desconversa, dizendo que quem cuidará desse tema é Paulo Guedes.
O adversário de Maia
Na visão geral dos parlamentares, é o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho, que vai virar o ano com ares de principal desafiante da reeleição de Rodrigo Maia ao comando da Casa. Há quem esteja convicto de que, se Fabinho Liderança for ao segundo turno, “lascou”.
Enquanto isso, no Senado…
A avaliação geral é a de que, até agora, não surgiu um adversário de peso para derrotar o senador Renan Calheiros, caso ele anuncie sua candidatura à Presidência da Casa.
CURTIDAS
O general é pop I/ O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, marcou hora, dia desses, para cortar o cabelo e deu um nome fictício: “Antônio”.
O general é pop II/ Enquanto a mulher dele dava uma olhada nos produtos à venda, uma das clientes, que não tirava os olhos do tal “Antônio” mencionou em voz alta: “General!!! Que bom ver o sr. aqui!”
O general é pop III/ Meio constrangido e tentando disfarçar, ele acabou revelando a verdadeira identidade. Foi um tal de “parabéns” para lá, “o senhor e o Bolsonaro têm de resgatar o Brasil” para cá, que não acabavam mais. Na hora, a mulher do general largou sua distração e foi para perto do marido, sem entender como é que ele havia sido reconhecido. Daqui para frente, d. fulana, acabou o anonimato.
Feliz Natal!!!/ Hoje, é dia de almoço em família e mais uma chance de deixar de lado todas as rusgas eleitorais. Que Deus abençoe a todos com muita saúde, paz, harmonia e alegria.