Questão de honra

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

Os bolsonaros colocaram como prioridade absoluta dar uma votação retumbante a Carlos Bolsonaro na eleição de hoje. É o teste da família — e de como o presidente lida com a pandemia. Se 02 for eleito, mas ficar na rabeira, é sinal de problemas. Se repetir a performance do irmão Eduardo, que saiu do pleito de 2018 como o deputado federal mais votado da história, será um indicativo de que nada precisa ser alterado.

Como o presidente não tem um partido para chamar de seu, qualquer outro candidato derrotado entre todos que ele apoia não é visto como um teste familiar. Nem mesmo o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. Se ele perder, calculam os aliados do presidente Bolsonaro, será por falhas na administração e sinal de que, nessa seara, não tem milagre nem padrinho que dê jeito.

Pandemia & eleição
Nos últimos dias, em que alguns estados apresentaram problemas na atualização diária dos casos da covid-19, ampliaram-se as suspeitas de boa parte do mundo da política de que há uma subnotificação proposital, de forma a não atrapalhar as eleições municipais. Se, ao passar o pleito, os números subirem rapidamente, a confusão estará criada.

Vai sobrar para todos
Se as urnas confirmarem o fraco desempenho do candidato do PT, Jilmar Tatto, com percentual de votos abaixo dos dois dígitos, como indicam as pesquisas, o partido, em São Paulo, vai entrar numa crise profunda. Nem Lula escapará de ser culpado pelo vexame.

Se conselho fosse bom…
Se Lula seguisse as recomendações de estrategistas do partido, teria se mudado para o Nordeste nesta eleição e apostado mais em Marília Arraes, em Recife, e em Major Denice, em Salvador. As duas representam a promessa de renovação do PT.

O céu é o limite
A subida de Bruno Covas, nas últimas pesquisas, levou os tucanos a acalentarem o sonho de repetir o feito de João Doria em 2016, quando o atual governador de São Paulo foi eleito no primeiro turno para comandar a prefeitura da capital. E o partido, hoje, está preparado tanto para enfrentar Russomano quanto Guilherme Boulos, do PSoL.

Lista de licenciados
Os movimentos políticos dos ministros de Jair Bolsonaro, nesta eleição, indicam que, em 2022, haverá uma lista grande de licenciados para concorrer a um mandato. Tereza Cristina, por exemplo, é considerada nome forte para o governo de Mato Grosso do Sul ou ao Senado. O mesmo vale para Onyx Lorenzoni no Rio Grande do Sul.

Mãos atadas/ O senador Flávio Bolsonaro bem que gostaria de ajudar mais a campanha da mãe. Mas, diante do desgaste pelo caso das rachadinhas do tempo em que era deputado estadual, não pôde fazer muita coisa.

Damares e as crianças/ A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves está convencida de que a melhor forma de combater as drogas no Brasil é com esclarecimentos às crianças nas escolas desde a primeira infância. Legalizar? “Nem pensar”, diz Damares Alves.

Olho nela/ Damares é vista como capaz de se eleger deputada federal pelo estado que escolher, foi discreta e é vista como o nome para acompanhar Jair Bolsonaro numa chapa reeleitoral, no papel de candidata à vice.

Por falar em vice…/ A nota oficial divulgada, ontem, pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes militares, com o posicionamento das Forças Armadas em relação à política e às declarações do comandante do Exército, general Edson Pujol, foi vista como o encerramento público da celeuma criada em torno da relação entre o presidente Jair Bolsonaro e os militares. Nos bastidores, porém, continua, a cada dia, a sua aflição.

… Está tudo como sempre foi/ O vice-presidente Hamilton Mourão, que ocupa um cargo político, não vai se calar. Nestes dois anos, ele apresentou seus posicionamentos. E sempre que houver algo que considere importante se manifestar, ele o fará.

Pesquisa XP: Bolsonaro recupera popularidade; Sergio Moro cai, mas ainda está à frente

Bolsonaro e Sérgio Moro
Publicado em Política

A pesquisa da XP Investimentos de setembro indica que a estratégia do presidente Jair Bolsonaro, de criticar o isolamento social lá atrás, deu certo. Ele se diferenciou dos governadores, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e, depois da popularidade presidencial ter despencado em maio, agora, com as pessoas cansadas do isolamento, ele se recupera. Mas, em relação à pandemia, 49% consideram que ele tem uma atuação ruim e péssima.

Em maio, a pesquisa indicava 25% de ótimo bom para o governo. Hoje, essa avaliação está em 39%. O regular continuou estável, em 24%, e o ruim e péssimo caiu para 36%. Em maio, oscilou entre 49% e 50%. De quebra, Sérgio Moro continua com uma nota maior do que a do presidente.

A expectativa para o restante do mandato também melhorou. Hoje, 40% acreditam que será ótimo e bom; e 35% acreditam que será ruim e péssimo. Regular, ficou em 22%. Em maio, as expectativas eram o inverso, 48% consideravam que seria ruim e péssimo e 27% ótimo e bom.

Governadores e Congresso

A avaliação dos governadores, que registrava índices de ótimo e bom na faixa dos 44% em maio, hoje está em 34%, sendo 27% de ruim e péssimo e 36% de regular. O melhor período de avaliação para os governadores foi no início de abril, quando o país erva no auge do isolamento social.

Os congressistas, por sua vez, também viveram dias melhores em abril. Lá, o ótimo e bom dos congressistas chegou a 21%, a melhor desde 2018. Hoje, está em 13%. A avaliação ruim e péssimo chegou a 32% em abril e hoje está em 38%. Já o regular subiu de 42% para 44%.

Economia

A amostragem indica que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não vive seus melhores dias: 48% dos entrevistados consideram que a economia está no caminho errado e 38% no caminho certo. Em dezembro do ano passado, 47% viam o caminho da economia como o correto e 42% consideravam o caminho errado. Daqueles que estão empregados, 52% se mostram confiantes na perspectiva de manter o emprego, enquanto 39% considera essa chance pequena.

Quanto à confiança de volta da renda ao patamar anterior à pandemia, as dúvidas persistem. A amostragem indica que 49% consideram que voltará ao normal e 44% acham que não. Quanto à manutenção do auxílio emergencial até o final do ano, mas com um valor de R$ 300, 47% consideraram ótima e boa e 20% classificaram como ruim e péssima.

Pandemia

A percepção da pandemia de covid-19 também vem mudando. Em fevereiro, 49% não estavam com medo do vírus. Hoje, são apenas 29%. O medo, entretanto, tem duas variações. 40% estão com um pouco de medo. Em fevereiro eram 29%; enquanto 30% estão com muito medo e, em fevereiro, eram 21%. Esses números já foram maiores. Em abril, por exemplo, 48% estavam com muito medo do vírus. Hoje, 60% acreditam que o pior passou e apenas 32% consideram que o pior ainda está por vir.

Quanto à atuação do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia, 49% consideram ruim e péssima, 19% regular e 28% ótima e boa. Essa percepção, porém já foi pior. Em maio, 58% achavam a atuação do presidente ruim ou péssima e 21% ótima e boa e 19% regular.

Moro versus Bolsonaro

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro obteve este mês sua pior avaliação na série de pesquisa XP, sinal de que a desconstrução patrocinada pelo bolsonarismo teve efeito. Ele recebeu nota 5,7. No mês passado, era 6,5. O presidente Jair Bolsonaro, que no mês passado registrou 4,7; este mês aparece com 5,1. o ex-presidente Lula, que no mês passado, tinha 4,3, hoje tem 4,5, ou seja, abaixo do presidente Bolsonaro.

Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, está no mesmo patamar de Paulo Guedes, 5,5 — também acima de Jair Bolsonaro. Moro, ainda é, dos adversários do presidente, quem tem a nota mais alta.

Bolsonaro se agarra a Guedes para lavar as mãos na crise econômica

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Coluna Brasília-DF

Em meio à pandemia, o presidente Jair Bolsonaro decidiu fortalecer o ministro da Economia, Paulo Guedes, porque acredita que, nas propostas do seu subordinado, está a chave para, logo ali na frente, poder dizer que o país quebrou por culpa do Congresso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos governadores que paralisaram o Brasil.

Essa narrativa começou a ser construída com a promessa de veto ao projeto que abriu a perspectiva de reajuste salarial para servidores de setores como o da saúde e outros considerados estratégicos. A tendência, avaliam alguns dentro do próprio governo, é de veto a tudo o que Guedes recomendar daqui para frente.

Resta saber se a população engolirá a versão de que as instituições foram responsáveis por quebrar o país e não uma pandemia que já matou mais de 10 mil no Brasil e, dada a falta de vacina e de um tratamento eficaz para todos os casos, as pessoas se vejam obrigadas a ficar em casa.

Assim, Bolsonaro, ao reacomodar Guedes numa posição mais confortável, espera recuperar a parcela do mercado que lhe abandonou por causa da negação da pandemia da covid-19. Só tem um probleminha: o projeto de Guedes não casa com os desejos de gastos do Centrão, que apoia Bolsonaro, e nem com a injeção maior de recursos públicos na economia, algo que corre o risco de ter que perdurar por mais tempo do que o governo previa.

Há quem diga que, em breve, será chegada a hora de o presidente se ver obrigado a escolher entre ficar com Guedes (e o mercado) ou o Centrão e sua fome por cargos de polpudos orçamentos.

Política sob tensão I

Na sexta-feira, estava na agenda do presidente Jair Bolsonaro o coronel Aristomendes Rosa Barroso Magno, coordenador do grupo Agir. No Facebook, há a seguinte descrição sobre um grupo chamado “Agir-Brasil”: “É um grupo ideologicamente de Direita, formado por brasileiros que querem contribuir com açõespara a derrota da esquerda no Brasil e para o fim do caos que se criou nos Três Poderes da República”.

Política sob tensão II

A cada dia que passa, cresce a preocupação das instituições com a proliferação de grupos paramilitares que ameaçam invadir o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. A avaliação de muitas autoridades é a de que, enquanto as ações dos aliados de Jair Bolsonaro se mantiverem dentro dos limites democráticos de carreatas e atos em defesa do presidente da República, será parte do jogo. Qualquer ato além disso será um atentado tão grave quanto a facada que quase matou Bolsonaro.

Até o Natal

A comissão externa da Câmara de acompanhamento da pandemia da covid-19 no Brasil trabalhará até o fim do ano. A intenção é apurar as compras de equipamentos de saúde superfaturados em muitos estados, para ver se houve abuso por parte dos gestores. Afinal, embora os preços estejam elevados, as denúncias de que houve erros e má fé não param de chegar.

A judicialização do porto I

Os trabalhadores portuários de Santos comemoraram a decisão do desembargador Roberto Carlos de Oliveira, do TRF-1, que manteve o contrato da Marimex, cujo prazo de renovação expiraria no último dia 8. Nada menos do que seis mil empregos foram salvos em um momento dramático na Baixada Santista, quando o número de contaminados pela covid-19 aumentou, segundo o governo do estado de São Paulo, em 2.500%. “Não está nada garantido — disse o presidente do Settaport, Francisco Nogueira. “Mas ganhamos tempo precioso para manter a nossa luta pelos empregos na região.”

A judicialização do porto II

Agora, o governo deve recorrer, porém, os cálculos são os de que essa ação vai demorar anos para um desfecho. Marimex tem uma concessão há 20 anos para operação de contêineres no Porto de Santos. O governo não quis renovar o contrato por mais duas décadas, o que é possível por lei, porque pretende fazer ali uma área de manobra de trens para a Rumo. O máximo que foi oferecido foi um contrato provisório.

Curtidas

Eleições ainda sem definição/ Até aqui, ninguém tem uma avaliação segura de como serão as eleições municipais. “Esse tema só poderá ser tratado quando houver uma rota de saída da pandemia. E deve ser feito com diálogo e uma pactuação entre os Poderes a fim de definir as regras do jogo”, diz o líder do DEM, Efraim Filho. Se, até o fim de junho, não houver definição, prevalecerá a tendência por adiamento e não prorrogação de mandatos.

Surtou I/ Viralizou nas redes o vídeo em que o deputado estadual de Alagoas Antônio Albuquerque (PTB) protesta contra o isolamento e o uso de máscara, por ter sido chamado para tirar o carro estacionado na avenida principal, na orla de Ponta Verde. Chamou Rui Palmeira, que perdeu o pai há poucos dias, de “prefeitinho”.

Surtou II/ No vídeo, ele desafia a ciência: “Estão querendo dizer que um homem respirando a própria saliva está melhor do que respirando ar puro. Isso é o começo do socialismo ridículo, é uma covardia e a população aceitando calada, acovardada. Isso é uma vergonha.” O discurso, na orla de Maceió, porém, não trouxe nenhuma sugestão para proteger a população do novo coronavírus, que o deputado já pegou e parece estar curado.

Dia das Mães/ Fica aqui um abraço por escrito a todas as mães, em especial, à minha, dona Paula. Feliz Dia das Mães! #Fiqueemcasa.

Empresários concordam com Bolsonaro e veem com muita desconfiança a pandemia da Covid-19

Deputados Distritais na fiscalizacao do plano de contingencia do coronavirus no HRAN
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Coluna Brasília-DF

Empresários reunidos no almoço da Lide DF, sob o comando do ex-senador Paulo Octávio, eram unânimes em afirmar que, apesar das crises, não vão deixar de investir ou revisar para baixo suas programações. Eles veem com muita desconfiança a pandemia da Covid-19 e concordam com o presidente Jair Bolsonaro de que é preciso ver as coisas com mais calma e menos alarmismo.

“Ganância infecciosa” 

Numa roda, Ennius Muniz, da Conbral, puxou, na hora, a expressão que o ex-presidente do Federal Reserve Alan Greenspan usou em 2002 para definir o perfil do investidor americano. Pelo menos, no DF, tem muita gente acreditando que parte dessa celeuma que derrubou bolsas e fez o dólar subir levará muita gente a adquirir ações pelo mundo afora a preço de banana.