Tag: eleições 2022
Enquanto os políticos se dedicam à campanha eleitoral, uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, esta semana, deflagrou a discussão sobre o resgate da proposta de reajuste do Imposto de Renda, já aprovada na Câmara, para garantir os recursos necessários para que o Auxílio Brasil de R$ 600 se torne permanente. O projeto, considerado a fase dois da reforma tributária, corrige as tabelas de IR e prevê a taxação de lucros e dividendos para os 60 mil mais ricos do país.
“Muitos se esqueceram dessa proposta, mas eu não me esqueci”, disse ao Correio o ministro da Economia, Paulo Guedes, que já discute com a área política — leia-se Casa Civil e Secretaria de Governo — a estratégia para tentar votar essa reforma assim que terminar o processo eleitoral.
Sem escapatória
Propostas de taxação de lucros e dividendos não são privilégio do atual governo. O economista Guilherme Mello, que integra a equipe dedicada a elaborar os projetos econômicos do PT, tem defendido esse caminho em palestras pelo país afora.
Apostas palacianas
No coração do governo, espera-se que os números do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas melhorem a partir da segunda quinzena de agosto, depois que a população receber a parcela do Auxílio Brasil de R$ 600 e os outros benefícios da PEC das Bondades.
Falta garantir o cascalho
A estratégia de José Antonio Reguffe, do União Brasil, de ir às redes sociais para dar um ultimato contra a ameaça de ele não ser candidato a nada, caso a legenda não cumprisse o acordo de dar-lhe passe-livre para uma candidatura ao GDF, deu certo em parte. O partido aceitou a candidatura, mas daí a garantir o financiamento, será outra novela.
6 x 5
É esse o placar que alguns políticos projetam para a votação do Supremo Tribunal Federal (STF) para a retroatividade da Lei de Improbidade. E segundo alguns, será no sentido do que apresentou Alexandre Moraes — ou seja, não retroagir a lei para os casos que já foram julgados.
Ele entende de contas/ O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, passou esta semana em Brasília, em contatos com parlamentares da direita à esquerda. Nesses encontros, a maioria deles no rooftop do B Hotel, projetou a vitória de Bolsonaro.
A missão de André Janones…/ Ao anunciar o apoio ao ex-presidente Lula, o deputado federal recebeu dos petistas um pedido para que ajude a alavancar a campanha presidencial nas redes sociais.
… e dos artistas/ Artistas aliados a Lula, como Chico Buarque, Daniela Mercury, Anitta, entre outros, também serão chamados a ajudar. A ideia é deixar a coordenação dessa turma a cargo de Janja, a mulher do ex-presidente.
Esforço diluído/ O Congresso bem que tentou fazer um “esforço concentrado” para votações, esta semana, mas, no geral, a turma preferiu distribuir o foco entre compromissos de campanha e sessões virtuais. É que, a menos de 60 dias das eleições, ninguém quer perder tempo.
A redução da diferença entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro e da rejeição do presidente Jair Bolsonaro foram vistas com alívio pelo PL. A avaliação é que, com a redução do preço dos combustíveis, os auxílios que começaram a ser pagos à população e a campanha propriamente dita, a partir de 16 de agosto, o presidente terá condições de tentar melhorar ainda mais os índices. Desde que, lembram os integrantes do PL, passe a se dedicar mais a mostrar o que o governo fez e deixe de lado os ataques quase que diários à urna eletrônica, uma realidade que faz parte da regra do jogo.
Enquanto isso, o ex-presidente Lula arremata apoios para ver se, no detalhe, garante alguns votos a mais para tentar fechar a eleição na primeira rodada. Dos pontos de André Janones (Avante) e de Pablo Marçal (Pros), o PT calcula que Lula conseguirá amealhar, pelo menos, 1% do eleitorado. Não é muita coisa, mas, diante das pesquisas eleitorais que indicam uma diferença pequena para resolver a eleição em primeiro turno, os petistas trabalham para tentar garantir essa distância em favor de Lula. Até aqui, porém, a “pescaria” ainda não obteve esse efeito. A intenção do PT é pressionar adversários a apoiar o petista até às vésperas da eleição.
Deu ruim
O apoio do presidente do Pros, Eurípedes Miranda, a Lula provocou um terremoto na regional do Paraná. Lá, a deputada Aline Sleujes, bolsonarista, é candidata ao Senado. O ex-deputado Alfredo Kaefer, candidato a federal, também promete se rebelar: “Eu sou Bolsonaro e não vou mudar”, disse ele à coluna.
Tevê contará e muito
Os analistas de pesquisa de opinião acreditam que, ao contrário da eleição de 2018, o tempo de tevê de cada candidato a presidente da República terá importância neste ano. E, entre os apoios que amealha com as conversas Brasil afora, Lula trabalha para ter um tempo mais robusto do que Jair Bolsonaro.
Veja bem
Os petistas calculam que, por ser presidente da República, Bolsonaro sempre terá holofotes. Afinal, Lula já foi presidente e sabe que o cargo, por mais que se diga que não, tem importância na hora do olho no olho com o eleitor.
Estratégia comum
Tanto o União Brasil quanto o PSD jogam da mesma forma: Um pé em cada canoa, ao sabor dos interesses estaduais. O PSD tem aliança com o PT em Minas Gerais. Em São Paulo, com o Republicanos de Tarcísio de Freitas, o candidato de Bolsonaro. E, no Rio, com Ciro Gomes. Já o União, fecha com Bolsonaro no DF, com o PSDB de Rodrigo Garcia em São Paulo e com o candidato de Ciro Gomes no Maranhão, o senador Weverton (PDT).
O que interessa
Tanto o PSD quanto o União Brasil vão apostar firme na eleição de bancadas no Parlamento. Embora o União vá oficializar a senadora Soraia Thronicke como candidata a presidente da República, a prioridade da agremiação é eleger deputados federais. O projeto das duas legendas é ter um protagonismo no Parlamento, seja quem for o presidente da República.
Muita calma nessa hora/ Além dos aliados, a segurança do presidente Jair Bolsonaro também aconselhou o cancelamento do evento na Fiesp em São Paulo. A manifestação prevista para o vão do MASP, na Avenida Paulista, preocupou os responsáveis por esse setor.
Muito além da parada militar/ Os bolsonaristas esperam que o Sete de Setembro no Rio de Janeiro supere a visita do Papa. Para isso, os parlamentares evangélicos ligados ao presidente estão concentrados na organização da Marcha para Jesus.
Por falar em evangélicos…/ Pastores que tentaram marcar agendas com o ex-presidente Lula têm dito a amigos que ainda não foram atendidos.
André na área/ O banqueiro André Esteves, ex-CEO do BTG Pactual, fará a palestra inaugural da Semana de Integração do IDP, na próxima segunda-feira, às 10h30. As inscrições estão abertas em idp.edu.br/eventos.
Sem tempo e informações, Lula pode deixar as propostas para a economia em segundo plano
Com o curto período de campanha e o presidente Jair Bolsonaro voltando mais uma vez ao discurso de ataque a ministros do Supremo Tribunal Federal e às urnas eletrônicas, o PT considera que o ex-presidente Lula pode prescindir de detalhar o projeto econômico que levará adiante caso seja eleito. Primeiro, Lula ainda não sabe o tamanho do buraco nas contas públicas. Em segundo lugar, a divulgação pode levar a narrativas que terminem por tirar votos do ex-presidente.
Assim, caberá aos representantes do mercado decidirem o voto sem essa variável. Até aqui, sabe-se apenas que, seja quem for o próximo presidente, as contas a pagar serão imensas. A expectativa dos economistas é de que 2023 será o ano de aperto nas contas públicas, sem espaço para novos projetos ou aumentos salariais.
Segura o dinheiro
Deputados que vieram a Brasília para o esforço concentrado reclamam que o governo não está sequer empenhando as emendas de relator neste período. No Poder Executivo, técnicos alegam que é preciso segurar recursos para pagamento dos auxílios até o final
deste ano.
Por falar em auxílios…
O PT terá pesquisas para acompanhar de perto o humor do eleitorado com o pagamento do Auxílio Brasil e todos os demais estabelecidos pela PEC das Bondades. Até aqui, a avaliação de alguns é a de que a melhoria de Bolsonaro em algumas pesquisas se deu por causa da redução do preço dos combustíveis.
Para a Justiça ver
Com a obrigatoriedade de gastar parte do fundo com candidaturas femininas, União Brasil, MDB e PSDB garantiram o cumprimento da legislação ao lançarem respectivamente as candidaturas presidenciais de Soraia Tronicke e de Simone Tebet, que terá como vice Mara Gabrilli. Agora, os partidos avaliam que poderão dedicar mais uma parcela do fundo para candidaturas masculinas à Câmara dos Deputados,
por exemplo.
E por falar em Justiça…
As atenções dos políticos estarão voltadas ao Supremo Tribunal Federal e à possibilidade de retroatividade da nova Lei de Improbidade. As apostas no STF são as de que, se a retroatividade for descartada, será por um placar apertado.
Ganha-ganha/ Assim como Soraia Thronicke (UB-MT), Mara Gabrilli (PSDB-SP) também não tem nada a perder ao concorrer à vice-presidência na chapa de Simone Tebet. Soraia e Mara têm mais quatro anos de mandato.
Ele tem a força, mas…/ O presidente da Câmara, Arthur Lira, deixou a oposição revoltada ao manter a votação por sistema remoto nesta semana de esforço concentrado. Esse gesto irritou o PT, que esperava aprovar a prorrogação da Lei de Cotas, que terminou retirada de pauta, e a pedido da própria oposição, diante da falta de quórum presencial.
Enquanto isso, no Itamaraty…/ O governo brasileiro observa atentamente a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan e a reação da China. Com a guerra da Ucrânia, esse é mais um tema explosivo no cenário internacional.
A força do comércio/ Este é o tema do Correio Talks em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC) nesta quinta-feira, 15h30. A abertura estará a cargo do presidente em exercício do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.
Assinar carta da democracia não é apoiar Lula, alertam empresários
Com a profusão de cartas em defesa da democracia, como a da USP e a da Fiesp, empresários simpatizantes do governo têm dito em conversas reservadas que é bom o PT ficar atento, porque a chancela aos documentos não representa um voto em favor do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Representantes do MDB de Simone Tebet, por exemplo, e do PDT, de Ciro Gomes, vão se colocar como signatários do texto, até para evitar que haja uma leitura de apoio ao petista.
O PL de Valdemar da Costa Neto, para diluir o peso do documento como um recado direto ao presidente Jair Bolsonaro, vai colocar suas falas em favor das urnas, tal como a do líder do governo, Capitão Augusto, em defesa do sistema eletrônico de votação. Ele tem reforçado em todas as entrevistas que a urna é segura.
A ordem entre os bolsonaristas é sair desse tema e seguir para a economia — redução do preço da gasolina, por exemplo, onde eles consideram que Bolsonaro pode surfar.
Combustível
O governo respirou aliviado com os dividendos da Petrobras — R$ 87 bilhões, dos quais R$ 32 bilhões ficarão com a União. A avaliação entre os bolsonaristas é de que o presidente ganhou pontos com a redução no preço dos combustíveis e, agora, terá recursos para pagamento dos auxílios previstos na PEC das bondades, cujos benefícios ainda não surtiram efeito eleitoral.
Sigam o Lira!
No PL e no QG de Jair Bolsonaro, a ordem é seguir a linha que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expôs em seu twitter: “Má notícia para os pessimistas de plantão! Estamos na contramão do mundo, mas isso é bom! Inflação em baixa, PIB em alta. Desemprego com a menor taxa dos últimos anos. Estamos trabalhando com o Brasil real, que vai prosperando, melhorando, avançando”, publicou.
Cada um no seu quadrado
A campanha de Lula montou um grupo especial para conversar com segmentos do eleitorado religioso de uma forma geral. Geraldo Alckmin cuidará mais dos católicos, enquanto Benedita da Silva focará nos evangélicos. A avaliação é que o petista ainda tem muito terreno a percorrer nessa faixa do eleitorado.
Deu ruim
O vazamento do atestado médico que a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) apresentou para justificar sua ausência à reunião da federação PSDB/Cidadania, inviabilizou qualquer reaproximação entre ela e o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Paula é considerada por quem a conhece “uma leoa ferida”.
Nas rodas de Brasília/ Os cientistas políticos, que sempre se reúnem para discutir o processo eleitoral, concluíram que o cenário está assim: quando Lula fala, Bolsonaro ganha. E quando Bolsonaro fala, Lula ganha. Está explicado o motivo de ambos serem avessos a um debate com os demais candidatos.
Por falar em Brasília…/ Lula foi ovacionado pelos estudantes ao caminhar pelo “Ceubinho”, apelido da entrada norte do Minhocão da UnB. Contava-se nos dedos os que passaram “batidos” — ou seja, sem levantar a mão com os dedos formando um “L”, marca da campanha, ou gritar um “Lula lá”.
Separados I/ O QG da campanha de Bolsonaro está preparando uma agenda solo para a primeira-dama, Michelle. Ela já se dispôs a participar de encontro de mulheres e com o eleitorado evangélico, de forma a tentar reforçar a posição eleitoral do marido.
Separados II/ O candidato a vice, Walter Braga Netto, também terá agenda própria daqui para frente. Até porque, Bolsonaro terá dificuldades em agendas eleitorais durante a semana por causa do horário de expediente. No sábado, porém, estarão todos juntos em Montes Claros (MG).
Aliados de Lula não vão desistir de sabotar a candidatura de Simone Tebet
A decisão do ministro Edson Fachin de manter a convenção do MDB garantirá a candidatura de Simone Tebet, mas não significa que os aliados de Lula desistiram de sufocar as perspectivas de apoio à senadora, não só no MDB como também entre os aliados de Tebet. O telefonema de Lula ao senador Tasso Jeiressati, por exemplo, faz parte desse pacote. Mas, a abordagem foi suave, no sentido de montar um palanque entre PT e PSDB no Ceará, depois do rompimento entre o PDT de Ciro Gomes e os petistas. Lá, o MDB já apoia Lula e, agora, a ideia é atrair os tucanos, tirando Tasso da chapa de Tebet.
Em outros estados, o PT fará o mesmo. A ideia é, onde não for possível fisgar o MDB, buscar o PSDB. No caso do Ceará, esta eleição comprova as voltas que o mundo dá. Em 2010, PDT e PT se juntaram para derrotar Tasso Jereissati no Senado. Um dos objetivos de Lula era derrotar o senador. Agora, PT e PDT, separados, buscam o senador para fortalecer suas bases no estado. Em política, o adversário de ontem é o aliado de amanhã. Por isso, muitos deles sempre deixam uma pontezinha para o futuro.
Faz parte do serviço
Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) ouvidos pela coluna classificaram como perfeitamente normal e dentro dos padrões o pedido da área técnica para que o governo explique de onde vai tirar o dinheiro para o pagamento dos benefícios decorrentes da PEC Emergencial. Concedidos por emenda constitucional, não há nada de ilegal nos auxílios.
O problema é o futuro
A avaliação é de que, se faltar orçamento de dividendos de estatais, privatização da Eletrobras e outras fontes que o governo possa usar, a saída será a emissão de dívida. Logo, essa conta não será quitada agora.
Por falar em futuro…
As promessas dos candidatos a presidente, tanto Lula quanto Bolsonaro, de manter os auxílios no próximo ano também serão alvo de questionamento do TCU quanto a recursos para a manutenção desse gasto. Mas essa é uma história que só estará em pauta a partir de novembro, quando os parlamentares voltam da eleição para tratar do Orçamento de 2023.
Ação & reação
A contar pelos xingamentos do advogado Luís Felipe Belmonte ao senador Izalci Lucas, de quem é primeiro suplente, a derrota da deputada Paula Belmonte na reunião da Federação do PSDB/Cidadania, que garantiu a candidatura do senador tucano ao GDF, terá desdobramentos. Ao ver a esposa chorar e dizer que não aceitaria essa “violência contra a mulher”, o suplente de Izalci, aos gritos, dizia que o senador tem mandato “até enquanto não for cassado”. No DF, a federação está por um fio.
Adeus, gravatas/ A reunião da presidente da Caixa, Daniella Marques, com todos os servidores da instituição e o lançamento do programa #temCaixaparaMais, terminou com a abolição das gravatas obrigatórias. Os vice-presidentes prontamente tiraram as suas no palco mesmo. Por isso, se alguém for à Caixa Econômica e reparar que seus funcionários não usam gravata, não pensem que é desleixo. Aliás, Daniela tem razão: num país tropical, o acessório é perfeitamente dispensável.
Cidadão do mundo/ A exemplo do encontro que manteve com a vice-presidente eleita da Colômbia, Francia Márquez, Lula terá outros atores internacionais, de forma a ampliar a visão de globalplayer, capaz de exercer uma diplomacia presidencial efetiva.
Frustrante/ O cancelamento do debate da CNN, inicialmente marcado 6 de agosto e anunciado aos quatro ventos como o primeiro encontro dos presidenciáveis, é mais um passo à polarização. Muito triste um país em que, quando os líderes das pesquisas, no caso, Lula e Jair Bolsonaro, não confirmam, os demais perdem a chance de debater.
Fica a dica/ A Lei Eleitoral poderia ter um dispositivo que obrigasse os candidatos a presidente a participarem de, pelo menos, alguns debates. Afinal, quem deseja ser presidente da República deveria estar preparado para este tipo de ocasião.
PT e Lula usam Renan para torpedear a candidatura de Simone Tebet
PT e Lula estão dedicados a evitar a profusão de candidaturas de centro e, assim, ampliar as chances de vitória no primeiro turno. O alvo da vez é Simone Tebet (MDB). É nesse sentido que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ajudou a promover a ação judicial contra a convenção que escolherá a senadora candidata, amanhã (27/7), embora não assine o pedido. A ação de Renan, porém, carece de apoios dentro do diretório nacional, que tirou o pé do acelerador no esforço pró-Lula depois das críticas diretas de Dilma Rousseff a Michel Temer. A tendência, se a Justiça não interceder, é a candidatura de Tebet ser homologada esta semana e se tornar mais uma pedra contra a decisão da eleição no primeiro turno.
Embora se preparem para dois turnos, PT e Lula agem desde o início do ano para tentar fechar a eleição no turno inicial. Primeiro, Lula atraiu os partidos de esquerda, PSol, Rede, PV, PCdoB. Restou o PDT, que manteve a candidatura de Ciro Gomes e, inclusive, já realizou a sua convenção. O segundo movimento foi em direção ao centro: atraiu Geraldo Alckmin para vice na chapa e evitou a busca de uma candidatura do PSB ao Planalto. Agora, restam o MDB e o PSD de Gilberto Kassab, que se manterá neutro no primeiro turno da sucessão presidencial. Embora muitos políticos acreditem que Lula pode vencer a eleição, a aposta geral é de que todos os fatores ainda não estão colocados e, diante dessa constatação, a eleição está em aberto.
Onde mora o perigo
Os petistas acompanham com lupa as pesquisas desta semana. Eles avaliam que, na amostra do Ipespe, Bolsonaro apresentou poder de fôlego. E, nesse sentido, se o Auxílio Brasil obtiver efeito sobre o eleitorado, vai dar ao presidente-candidato uma vantagem justamente entre os mais pobres, segmento em que Lula lidera com folga.
Até aqui, eleitor “descasou” eleição
Ao que tudo indica, o eleitor não está vinculando a eleição presidencial à estadual. Até aqui, na Bahia, Lula lidera, mas seu candidato a governador, Jerônimo Rodrigues, não. A mesma situação se repete em Minas Gerais, em Pernambuco e no Rio de Janeiro.
O fator Michelle
O ingresso da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha presidencial foi visto como “uma bênção” pelos coordenadores políticos de Bolsonaro. Uma parte estava preocupada, porque ela, embora participe de alguns atos, ia falar de improviso. A aposta é que, se Michelle conseguir atrair uma parte do eleitorado feminino, Lula perderá a vantagem que tem hoje.
Ajudinha
Ao não dar prosseguimento a denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República dá ao candidato à reeleição o discurso de que os pedidos não passaram de “perseguição”, tanto é que foram arquivados. É por aí que o PL tratará desse tema.
Veio a calhar…/ A reunião da 15ª Conferência de ministros da Defesa das Américas, esta semana em Brasília, reforçará o compromisso com a democracia, na Carta de Brasília a ser divulgada quinta-feira.
… e amarrar/ O documento, segundo generais mais progressistas, tem tudo para ser lido como uma resposta das Forças Armadas a qualquer tentativa de desrespeito ao resultado das urnas em outubro.
Conta outra/ Em 2020, vários partidos fizeram convenções virtuais sem problemas. Por isso, o MDB acredita que está tudo certo para a manutenção da convenção que homologará Simone Tebet, amanhã.
A volta de Adélio/ A possibilidade de soltura de Adélio Bispo às vésperas de o atentado contra Jair Bolsonaro completar quatro anos é considerada pelos aliados do candidato do PL ao Planalto como uma provocação. Se Adélio for solto, será mais um ato que dará discurso para dizer que a vítima de violência nas eleições é o presidente.
Que ninguém estranhe se Ciro Gomes e Simone Tebet fizerem acordo no 1º turno
Nesta temporada de convenções para oficialização de candidaturas, o eleitor verá que nenhum partido está complemente fechado, seja com o seu candidato a governador ou ao Planalto. No Distrito Federal, por exemplo, o mesmo governador Ibaneis Rocha (MDB), que assinou o manifesto em apoio à candidatura presidencial da correligionária Simone Tebet, já estava posando para fotos, na mesma semana, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No Rio de Janeiro, André Ceciliano, pré-candidato ao Senado pelo PT, tem reunião com o governador Cláudio Castro (PL), lançado oficialmente candidato à reeleição, e com o pré-candidato a vice, Washington Reis, na quadra da escola de samba Estácio de Sá, daqui a oito dias. O encontro foi marcado por Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral.
Siga o dinheiro
A operação que investiga fraudes em licitação da Codevasf assustou parte do Centrão. Nas áreas técnicas do Parlamento, há quem diga que se a polícia seguir passo a passo as emendas enviadas à autarquia, vai ter muita gente obrigada a se explicar em plena campanha eleitoral.
Fique mais perto
Os políticos aliados de Bolsonaro estão tentando ocupar mais espaço na agenda presidencial a fim de evitar que a turma mais radical, os bolsonaristas-raiz, faça prosperar ideias como a reunião com os embaixadores.
“Dog whistle politics”
Entre aliados mais radicais do presidente, porém, há a certeza que o encontro com os embaixadores “ajudou” Bolsonaro a conclamar sua turma a questionar as urnas. O conceito, muito usado por Donald Trump no passado, é chamado de “dog whistle” (apito usado em treinamento de cachorro, numa frequência que o ouvido humano não capta). No caso, o cidadão comum talvez não tenha atentado que o presidente comentou que as eleições de 2020 não deveriam ter ocorrido. Mas a turma radical registrou o recado.
Ciro e Simone no mesmo barco
Que ninguém se surpreenda se Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tiverem alguma conversa ainda no primeiro turno. O pedetista é, agora, oficialmente candidato, mas tem uma ala do partido disposta a balançar a candidatura e apoiar o petista Luiz Inácio Lula da Silva. A senadora tem o mesmo problema na sua legenda, com a diferença que os emedebistas são mais explícitos.
Assunto encerrado
O PSD de São Paulo faz convenção, amanhã, para homologar o apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo do estado. Simultaneamente, a direção nacional oficializará a neutralidade na eleição presidencial. Os dois atos serão assinados na sede regional do partido, na capital paulista.
Escondidinho de governador/ Com a aprovação em baixa, os socialistas querem simplesmente ver se conseguem manter o governador Paulo Câmara distante da campanha de Danilo Cabral ao governo de Pernambuco.
Ops!/ Ao mencionar que apenas dois candidatos fizeram o quociente eleitoral no Distrito Federal, o consultor da Action, João Henrique Hummel, se referia ao universo daqueles que serão candidatos a deputado federal este ano. No DF, Reguffe não só atingiu o coeficiente em 2010, como também foi o deputado federal mais votado proporcionalmente no Brasil. Obteve 18,95% dos votos válidos. Outro que também fez o coeficiente ao se eleger deputado no passado foi Tadeu Filippelli.
Aliviado/ O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), que desistiu de concorrer à eleição para o governo do estado e apoia Fernando Haddad (PT), está em paz com a decisão que tomou. Hoje, o socialista lidera todas as mais recentes pesquisas para o Senado.
Preocupações semelhantes/ Dirigentes do PT e do PL estão tensos com os eventos de lançamento das candidaturas. Tanto hoje, em São Paulo, na convenção que oficializará a candidatura de Lula, quanto no domingo, quando acontecerá o evento do PL para lançar Bolsonaro à reeleição, há a mesma preocupação. Os dois partidos temem ser acusados de propagar a violência.
Largada/ Que tenhamos um processo eleitoral pacífico.
O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos embaixadores, na segunda-feira, colocando dúvidas sobre o sistema eleitoral e dizendo que as eleições de 2020 deveriam ter sido adiadas, assustou a parte do mercado financeiro que ainda apostava na reeleição. Grupo de empresários e investidores, mais afeitos à estabilidade política que gera e promove negócios, passaram a olhar com atenção para a pré-candidata do MDB Simone Tebet. Apesar da chacoalhada que vem recebendo da ala lulista do partido, ela não vai desistir e tem convenção marcada para a semana que vem.
A aposta de parte dos investidores, que não deseja o retorno de Lula e do PT ao poder, é de que Simone tem tudo para lastrear um projeto que baixe a poeira da polarização. Esse movimento de parte dos financistas reforçará o apoio que a senadora já recebeu da maioria do partido, embora o grupo lulista faça mais barulho.
A mão de Flávio
Quem fez a ponte entre o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), pré-candidato à reeleição, e o ex-governador José Roberto Arruda (PL), com Flávia Arruda ao Senado, foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Com todo apoio do pai.
Recado está dado
O ex-presidente Michel Temer bem que tentou levar o pedido de adiamento da convenção feito pelo MDB lulista, mas o presidente do partido, Baleia Rossi, foi incisivo: não vai mudar a data da reunião que escolherá Simone Tebet candidata.
Sem Simone, implode
Os diretórios do MDB fechados com Lula não têm maioria, hoje, para levar o partido a seguir com o PT no primeiro turno. A candidatura de Simone é que tem segurado a ala do MDB que não fechará com Lula de jeito nenhum.
No aquecimento
Uma das apostas do MDB mais ligado a Temer é que, se essas duas alas ficarem brigando, quem sabe sobre um espaço para o ex-presidente entrar na disputa. Apesar da rejeição, há quem diga que ele tem o discurso da recuperação econômica pós-Dilma e PT, e o da estabilidade política.
Continhas I/ Com o ex-governador Arruda, Bia Kicis e Alberto Fraga puxando os votos para deputado federal dentro do PL, a expectativa é que o partido conquiste, pelo menos, três das oito vagas do Distrito Federal, conforme projeções feitas pela consultoria Action Relações Governamentais, para a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).
Continhas II/ Consultor da Action, João Henrique Hummel lembra que Arruda e Fraga foram os únicos que já atingiram o coeficiente eleitoral do DF. Há 20 anos, o ex-governador atingiu a marca de 301.165 votos para a Câmara dos Deputados.
Fechada com Damares/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro continuará defendendo Damares Alves para o Senado. Ela e o deputado Júlio César, que teme ficar em segundo lugar no ranking do partido para a Câmara, se Damares for candidata a deputada federal.
Quem diria…/ Nos grupos de WhatsApp do MDB circulava ontem uma notícia de outubro de 2020, que apontava o senador Eduardo Braga (AM) como portador de um convite para se filiar ao MDB. E hoje, como líder da bancada do Senado, Braga é visto como uma espécie de porta-voz do grupo lulista, dividindo a função com Renan Calheiros (AL).
Para caciques do PL, Bolsonaro não irá para a ruptura institucional
Os presidentes do PL, Valdemar da Costa Neto, e do PP, Ciro Nogueira, já sabiam que o presidente Jair Bolsonaro criticaria as urnas eletrônicas em encontro com embaixadores. Agora, vão se preparar para as representações judiciais que a oposição levará ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal. E é por aí que vão agir. Até aqui, ambos têm dito, em conversas reservadas, que a missão deles está relacionada a questões partidárias. Aliados de Ciro vão além: dizem que ele já cumpriu o seu papel ao aprovar a emenda constitucional que ampliou o Auxílio Brasil e criou o Auxílio Caminhoneiro.
Isso não significa que irão apoiar qualquer medida que tente comprometer o processo eleitoral. Porém, inicialmente, acreditam que Bolsonaro não irá para a ruptura institucional. Se a aposta deles está correta, o tempo dirá.
Corrida pelo primeiro turno
A reunião de Lula com representantes de diretórios do MDB em 11 estados a poucos dias da temporada de convenções faz parte do jogo do PT para ver se consegue ampliar a distância para Jair Bolsonaro e, assim, tentar vencer no primeiro turno. O PT considera que uma vitória na primeira rodada daria mais estofo para lidar com o presidente Bolsonaro e as ameaças sobre as urnas eletrônicas.
Ela vai assim mesmo
Simone Tebet não vai desistir. Ela continuará viajando pelo país e será candidata, mesmo sem o lastro de todos os diretórios regionais. Alguns desses dirigentes regionais já admitem votar na candidatura dela, embora estejam inclinados a apoiar Lula.
Dois imbróglios
Só Rio de Janeiro e o Distrito Federal são considerados problemas hoje dentro da Federação do PSDB com o Cidadania, a ponto de serem tratados na reunião desta semana. No DF, como já se sabe, é a queda de braço entre a deputada Paula Belmonte e o senador Izalci Lucas, que têm projetos diferentes.
O que vem por aí
A unidade do União Brasil em torno de Reguffe deu uma balançada. No partido, há quem esteja pregando que ele só tenha recursos financeiros para a campanha se concorrer à reeleição para o Senado.
CURTIDAS
Leite leva MDB/ A maioria dos prefeitos do MDB gaúcho selou o apoio à candidatura de Eduardo Leite para o governo do Rio Grande do Sul. Foram 52 votos a dez.
A paróquia é o que interessa/ Enquanto Rodrigo Pacheco falava em suas redes sociais sobre o discurso de Bolsonaro aos embaixadores, o presidente da Câmara, Arthur Lira, postava que o prefeito de Arapiraca (AL) irá apoiar o Rodrigo Cunha (PSDB) e Davi Davino Filho (PP) ao governo estadual.
Um google resolveria/ O power point que o presidente Jair Bolsonaro apresentou em seu discurso contra as urnas eletrônicas trouxe a inscrição “brienfing”, quando a palavra correta é briefing. A contar pelos parcos aplausos, a fala presidencial também não agradou.
Temer cortejado/ O ex-presidente Lula não desistiu de ter um diálogo com o ex-presidente Michel Temer. Hoje tem mais uma tentativa do PT de se aproximar dele.
Foto da promulgação da PEC das Bondades será “santinho” de Bolsonaro
Ao garantir presença na solenidade de promulgação da emenda constitucional que dará R$ 1 mil aos caminhoneiros e elevará o Auxílio Brasil para R$ 600, o presidente Jair Bolsonaro trabalha para colar a sua imagem a benefícios sociais e, assim, tentar buscar o empate com o ex-presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto. As fotos da promulgação serão distribuídas em todas as redes sociais e grupos do chefe do Executivo, para passar aos eleitores a ideia de que a proposta foi da lavra presidencial. Os bolsonaristas acreditam que, até início de setembro, o jogo vira.
Os deputados de oposição não votaram massivamente contra a PEC justamente para ver se tiram de Bolsonaro a primazia dos dividendos eleitorais. Os petistas, porém, estão preocupados, porque sabem que quem está no poder terá ônus e bônus dessa proposta quando os recursos
começarem a ser pagos.
Urnas em debate
Na próxima segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro terá o prometido encontro com embaixadores de vários países, a fim de rebater a exposição do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, a diplomatas em maio deste ano. Há quem diga que será mais um capítulo do roteiro para não aceitar uma derrota nas urnas.
O pacificador
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem cobrado tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto do ex-presidente Lula paz no processo eleitoral e permanecerá nessa missão até o pleito. Pacheco é um dos poucos que conversa com os dois polos que dominam o palco de 2022 e o único político em posição de destaque nos Poderes da República que não será candidato a um mandato eletivo este ano. E o partido dele, o PSD, acaba de anunciar a neutralidade na eleição presidencial.
Por falar em Pacheco…
Os integrantes do PSD avaliam que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, marcou pontos com o governo e com a oposição nos últimos dias. Primeiramente, com o governo, ao deixar a CPI do MEC para depois das eleições. Depois, com a oposição, ao receber o ex-presidente Lula.
… quem planta, colhe
Paralelamente ao papel de pacificador no processo eleitoral, Pacheco constrói, ainda, uma ponte para a sua recandidatura à Presidência do Senado, independentemente de quem for o próximo presidente da República.
Agora, ficou difícil/ Ao anunciar a composição de sua chapa à reeleição diante de dirigentes nacionais do PP e do Republicanos, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, inviabilizou uma mudança de planos mais à frente. Agora, se houver uma união entre Reguffe e José Roberto Arruda, Ibaneis terá problemas.
Empurrãozinho/ Há quem diga que quem incentivou essa formatação foi a primeira-dama Michelle Bolsonaro, à revelia do marido, que preferia esperar mais um pouco. Afinal, ainda faltam 22 dias para o fim do prazo de convenções partidárias destinadas a escolher os candidatos.
Enquanto isso, no PSDB…/ Não será nada tranquila a reunião local convocada pela vice-presidente da federação regional PSDB-Cidadania, deputada Paula Belmonte, que se prepara para ocupar a vice na chapa de Reguffe ao GDF.
Ficou para novembro/ O Tribunal de Contas da União (TCU) funcionará com um ministro a menos até novembro, quando a Câmara escolherá o nome para ocupar o lugar da ministra Ana Arraes. A bancada feminina está, desde já, em campanha pela deputada Soraya Santos, do PL-RJ. As deputadas têm dito aos colegas que, se Soraya não for eleita, o TCU vai virar um “clube do Bolinha”.