Bolsonaro sai do grupo de divulgação das ações contra o coronavírus

Bolsonaro
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Nos Estados Unidos e na França, coube aos respectivos presidentes, Donald Trump e Emmanuel Macron, proferirem as mensagens de incentivo à população para atravessar esse período tenso e doloroso causado pela Covid-19. No Brasil, quem deu o recado do governo em relação a medidas a serem adotadas foi o ministro da Economia, Paulo Guedes. Internamente, há quem diga que, depois da presença do presidente Jair Bolsonaro na manifestação de domingo, é Guedes quem assume agora o comando da divulgação das ações governamentais e pede união. Resta saber quanto tempo durará.

Em tempo: até dentro do governo, a sensação é a de que houve um exagero do presidente Jair Bolsonaro ao promover selfies e apertos de mãos com seus apoiadores no domingo. Especialmente, depois de ter aparecido numa live nas redes sociais três dias antes, de máscara e pedindo aos internautas que repensassem as manifestações do dia 15. A atitude domingueira, entretanto, tirou de Bolsonaro o papel de liderar os apelos de união nacional e de ser exemplo a ser seguido pela população em geral. Daí, o fato de deixar para o ministro Paulo Guedes e para o da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, as injeções de ânimo na população. Porém, a participação na reunião da Economia e na de ministros no Planalto foi a forma a mostrar que, apesar da sua posição, o presidente está de olho nos reflexos do coronavírus.

Na chantagem não vai

O ultimato do ministro Paulo Guedes para que o Congresso aprove logo a privatização da Eletrobras não surtirá efeito. Isso porque os congressistas estão convencidos de que, nesse clima de ações em queda, não é hora de vender nada.

Olha aí, presidente!

O alerta em relação à necessidade de repensar a venda da Eletrobras neste momento casa inclusive com a teoria da conspiração — a qual muitos no entorno presidencial acreditam — de que toda a crise do coronavírus foi inventada pela China para comprar empresas e petróleo barato. Aprovar a venda da Eletrobras agora será permitir que os chineses comprem a empresa a preço de banana.

#ficamandetta

A forma como o presidente Jair Bolsonaro agiu em frente ao Planalto no domingo levou muitos a dizer que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pedisse demissão. Afinal, havia sido desautorizado pelo próprio presidente da República na recomendação para que as pessoas mantenham distância uma das outras. Uma saída do ministro seria piorar a situação.

60 anos em suspense

Por causa da pandemia de coronavírus, balança toda a programação prevista para os 60 anos de Brasília. A ordem é nada de aglomerações até que a curva de número de casos inverta a sua trajetória.

Oposição vem animada I/ Um grupo de parlamentares oposicionistas chega hoje a Brasília disposto a cobrar do presidente da Casa um puxão de orelhas no presidente Jair Bolsonaro por causa da manifestação de domingo. O chefe do Executivo poderia até ter participado, mas não poderia cumprimentar pessoas nem sair sem máscara, uma vez que ainda não está totalmente liberado por causa da viagem que fez aos Estados Unidos.

Oposição vem animada II/ Um dos que vai cobrar é o deputado Júlio Delgado (PSB-MG foto): “O mundo inteiro está passando por isso, pedindo para as pessoas ficarem em casa, e o presidente contraria as orientações em saúde pública do mundo. É caso de interdição pela sanidade do país”, diz o deputado.

E os defensores do presidente também/ A deputada Bia Kicis (DF) foi direta ao dizer que Bolsonaro participou e cumprimentou as pessoas para estar ao lado do povo. “Na alegria e na tristeza”, reforçou em suas redes sociais.

Olhar do filho/ O deputado Eduardo Bolsonaro reforçou em suas redes, em resposta ao pronunciamento da deputada Janaína Paschoal (PSL-SP) criticando o presidente, que 57 milhões votaram a favor de Jair Bolsonaro. Em privado, alguns deputados diziam que os votos não foram a favor do capitão, e sim contra o PT. Bolsonaro era o que tinha para evitar a volta dos petistas, e as excelências acreditam que o presidente será reeleito se a polarização se repetir em 2022.

Google nos 60 de Brasília/ A Google assinou um protocolo com o governo do Distrito Federal para digitalizar todos os museus e documentos da capital. Pelo menos, virtualmente, a festa está salva. E brindes com muito álcool em gel.

Coronavírus deixa crise no governo incubada

Coronavírus
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

As dificuldades políticas caminham para ficar em segundo plano depois do pronunciamento em que o presidente Jair Bolsonaro conclamou seus apoiadores a repensarem a manifestação deste domingo. Porém, da mesma forma que os simpatizantes do governo tendem a substituir a rua por um panelaço e um tuitaço, a política caminha para segurar um pouco as desavenças, mas a tensão não se dissipará.

Tampouco as pressões de alguns pela troca de comando na Secretaria de Governo. Aliás, com a derrubada do veto do Benefício de Prestação Continuada na quarta-feira e a concessão permanente do 13º aos beneficiários do Bolsa Família e do BPC, na semana passada, o ministro Luiz Eduardo Ramos continuará sob ataque. A sorte é que, diante da pandemia, tudo ficou menor, pronto para voltar a crescer quando a situação de saúde se normalizar.

Foro adequado

O governo caminha para garantir a suspensão do pagamento do BPC a idosos de famílias cuja renda per capita seja de meio salário mínimo — regra aprovada após o Congresso derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira. E antes mesmo de qualquer decisão do Supremo Tribunal Federal. Basta pedir ao Tribunal de Contas da União.

Vitória certa

O TCU segue à risca o entendimento de que aumento de qualquer despesa só pode se dar em duas circunstâncias: ou corte de algum outro gasto para garantir cobertura orçamentária, ou aumento de imposto. Até aqui, o governo não se mostra disposto a se mexer nessas direções. Até porque, dizem os especialistas do Executivo, não
tem de onde tirar.

Prazo

Ao buscar o diálogo com a ala bivarista do PSL, a ideia do grupo liderado por Eduardo Bolsonaro é ganhar tempo para montar o Aliança até o final do ano. A virada para 2021 é considerada o momento ideal para arrebanhar parlamentares e candidatos com vistas a 2022.

Adereços

Entre o material que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro produziram para levar às ruas no domingo estão oito mil bonecos do presidente Jair Bolsonaro e do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o mais novo pop star dos movimentos bolsonaristas. A ideia era distribuir esse material em trios elétricos de, pelo menos, três cidades — São Paulo, Fortaleza e Brasília.

A turma não gostou/ Antes de o presidente Jair Bolsonaro pedir a seus apoiadores que repensassem a manifestação do dia 15, a página da deputada Bia Kicis (foto) no Facebook lançou essa sugestão. As respostas dos internautas foram irascíveis. A mais light perguntava “Até tu?!!”

Depois da quaresma/ Agora, ao atender o chamamento do presidente e repensar a manifestação, a ideia é deixar tudo preparado para a semana seguinte à Páscoa, quando se espera que esse pico de coronavírus tenha terminado.

Metamorfose ambulante I/ O clima no Palácio do Planalto ontem era de “deixa quieto” o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter dito há três dias que a situação de coronavírus no Brasil era “fantasia da mídia”. Afinal, aparição do chefe de máscara na live indica que ele mudou de ideia.

Metamorfose ambulante II/ Um presidente que chegou a usar a expressão da música de Raul Seixas para admitir que mudava mesmo de opinião em relação a determinadas situações foi Luiz Inácio Lula da Silva. Qualquer semelhança, entretanto, é mera coincidência.

Sexta-Feira 13… / Em tempo de bruxas soltas e viroses preocupantes, em especial, para os idosos, melhor se prevenir.

Empresários concordam com Bolsonaro e veem com muita desconfiança a pandemia da Covid-19

Deputados Distritais na fiscalizacao do plano de contingencia do coronavirus no HRAN
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Empresários reunidos no almoço da Lide DF, sob o comando do ex-senador Paulo Octávio, eram unânimes em afirmar que, apesar das crises, não vão deixar de investir ou revisar para baixo suas programações. Eles veem com muita desconfiança a pandemia da Covid-19 e concordam com o presidente Jair Bolsonaro de que é preciso ver as coisas com mais calma e menos alarmismo.

“Ganância infecciosa” 

Numa roda, Ennius Muniz, da Conbral, puxou, na hora, a expressão que o ex-presidente do Federal Reserve Alan Greenspan usou em 2002 para definir o perfil do investidor americano. Pelo menos, no DF, tem muita gente acreditando que parte dessa celeuma que derrubou bolsas e fez o dólar subir levará muita gente a adquirir ações pelo mundo afora a preço de banana.

Pousos internacionais devem aumentar casos de coronavírus no Brasil

coronavírus
Publicado em CB.Poder
Coluna Brasília-DF

Mais de mil voos internacionais pousaram no Brasil nos dias que antecederam o carnaval. Depois, entre 25 de fevereiro e 30 de março, a previsão, segundo dados da Polícia Federal entregue às autoridades sanitárias, serão outros 2.329, sendo 1.788 de países como Alemanha, França, Itália, Espanha, Inglaterra e China. Com tantos pousos, os cálculos dos especialistas é que os oito casos registrados até agora são apenas uma amostra do que pode vir por aí nas próximas três semanas.

Heleno na mira

Os líderes do governo ainda não conseguiram debelar de vez a vontade dos congressistas em chamar o chefe do Gabinete de Segurança institucional, general Augusto Heleno, para apontar quem são os “chantagistas”. No plenário da Câmara, por exemplo, esse foi um dos temas que dominaram os pronunciamentos no início da semana.

Por enquanto…

Apesar das tensões, os políticos não veem, a preços de hoje, ninguém capaz de bater Jair Bolsonaro no mano a mano de um segundo turno. Agora, com coronavírus em alta, o presidente tem ainda um culpado para os problemas econômicos, inclusive se o PIB deste ano seguir o que foi registrado em 2019.

… é trabalhar

Nesse cenário, a tendência do parlamento é fazer tudo o que o governo pedir. Não dá para ficar com a pecha de “atrapalharam o Brasil”. Já chega o presidente fechar acordo com o Congresso e dizer que não fechou.

O Lago de Furnas…

Em pouco mais de uma semana, o perfil do grupo Todos por Furnas Oficial passou de cinco mil para 208 mil integrantes. Por trás da mobilização está a ameaça aos múltiplos usos do Lago de Furnas, caso não seja mantido um nível mínimo da água. Quem determina a vazão e o nível da água do lago é o Operador Nacional do Sistema (ONS).

… vai virar caso de polícia

Os 34 municípios do entorno do lago dependem disso para seu desenvolvimento, baseado em atividades como piscicultura, navegação e turismo. O Senado debateu o assunto em audiência, ontem, e o senador Rodrigo Pacheco ficou de pedir ao Instituto de Criminalística da PF que faça uma perícia para verificar se o nível da represa baixou para uso da água na hidrovia Paraná-Tietê, em São Paulo.

Alcolumbre e os seus/ O grupo que apoiou a eleição de Davi Alcolumbre começa a se voltar para outros nomes. Se continuar assim, o sonho de mais um mandato no comando do Senado já era.

Presença/ Chamaram a atenção as presenças dos senadores Major Olímpio e Kajuru na filiação de José Luiz Datena ao MDB esta semana. Sinal de que o jornalista tem simpatias além do próprio partido.

Ausência/ O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, não compareceu. Está com outros problemas para resolver.

Candidata, eu?/ A deputada Clarissa Garotinho é pressionada a disputar a prefeitura de São Gonçalo (RJ). Até aqui, não disse nem sim nem não. O município tem 1,1 milhão de habitantes e R$ 1, 4 bilhão de Orçamento.

Militares querem que Bolsonaro faça as pazes com o Congresso

Bolsonaro base política
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Em conversas reservadas, militares têm dito que caberá ao presidente Jair Bolsonaro buscar os políticos e arrefecer os ânimos em torno da manifestação convocada para 15 de março. Afinal, os problemas decorrentes do coronavírus, seus reflexos na economia, indicam que a tensão já estará alta demais para que a política venha a balançar ainda mais a árvore chamada Brasil.

Alguns militares de alta patente e próximos ao presidente consideram, inclusive, que o melhor para Bolsonaro seria resolver as questões do Orçamento na base da conversa e não levando seu pessoal às ruas em manifestações contra as instituições. Que saiam às ruas, mas em apoio ao presidente e não contra as instituições.

Hoje, no próprio Congresso, tem crescido o entendimento de que não dá para o relator da proposta orçamentária ter o poder de decidir a destinação de quase R$ 30 bilhões e que as emendas impositivas já estão de bom tamanho. Porém, se o presidente insuflar manifestações contra o parlamento, esse apoio, em vez de crescer, pode minguar. O momento é de muito calma nessa hora.

O papa está chamando

O papa Francisco convocou dois mil economistas, a maioria até 35 anos e de várias partes do mundo, para discutir um projeto econômico capaz de reduzir as desigualdades sociais. No convite aos profissionais para um encontro em Assis, no fim de março, ele diz que “não há razão para haver tanta miséria”. “Precisamos construir caminhos.”

Tutti buona genti

Entre os convidados especiais, o indiano Amartya Sen, 86 anos, ganhador do prêmio Nobel em 1998 e um dos criadores do IDH, e Jeffrey Sachs, 65, autor de O Fim da Pobreza. Dos jovens brasileiros, um dos convidados é Henrique Delgado, doutorando na Universidade de Denver, nos Estados Unidos.

Paz, porém…

… não com todos. O presidente Bolsonaro tem dito a seus aliados que não quer briga com os governadores de um modo geral. A principal exceção dessa lista é Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, onde o presidente faz política.

Versões

O chefe do Executivo recebe hoje de manhã, em audiências separadas, os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e, logo depois, o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ambos foram a Fortaleza conferir a paralisação dos policiais e tentar acabar com a greve. Ele quer ouvir o que cada um tem a dizer sem que combinem as impressões sobre o conflito.

Presidente na lida/ Bolsonaro avalia apoiar alguns candidatos a governos municipais, ainda que o Aliança pelo Brasil não tenha saído do papel. É coisa para a partir de julho, quando a campanha começar a esquentar.

Agora, vai!/ Brasileiro faz piada com tudo. Ontem, um gaiato num restaurante de Brasília falava alto. “Quem vai conseguir que a turma não gaste dinheiro no exterior é o ministro da Saúde (Luiz Henrique Mandetta). E só precisou citar um vírus”. É, pois é.

Novo escritor na área/ Felipe Dantas, um jovem brasiliense de 14 anos, lança, neste sábado, seu primeiro livro, A Vila dos Magos, com sessão de autógrafos na Leitura do Terraço Shopping, a partir das 16h.

Novo escritor na área II/ Desde pequeno, Felipe sempre dizia que sua profissão seria “escritor de livro grosso”. O primeiro chega às livrarias com 204 páginas e conta a história de quatro amigos que caem numa cilada ao entrar numa casa velha, embarcando num mundo mágico. Brasília chega aos 60 anos com seus jovens filhos em franca produção. Que venham outros!

Mobilização brasileira contra coronavírus contrasta com o combate à dengue

Dengue coronavírus
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

A mobilização dos poderes federais contra a ameaça do coronavírus ao Brasil mostra que as instituições – leia-se, os seus representantes – são capazes de tomar providências para situações consideradas emergenciais. Com uma celeridade poucas vezes vista em Brasília, o Executivo e o Legislativo definiram os termos da lei da quarentena; o governo preparou uma operação para repatriar da China 34 brasileiros assintomáticos do coronavírus; o Ministério da Saúde atualiza diariamente os números de casos suspeitos; a pasta liberou R$ 140 milhões para compra de insumos contra a doença; orientou as secretarias estaduais na prevenção contra o coronavírus; capacitou equipes médicas de países vizinhos.

Chama a atenção o trabalho para combater uma doença que, até sexta-feira, contabilizava oito casos suspeitos no país. É uma mobilização que contrasta com os males causados por outro agente transmissor, velho conhecido dos brasileiros: o vírus da dengue. Segundo dados do Ministério da Saúde, a dengue já matou 14 brasileiros em 2020. É três vezes mais do que o número de óbitos registrado no mesmo período em 2019. O país já soma 94 mil casos este ano.

É de se perguntar quando – e se – as autoridades mostrarão a mesma presteza para combater esse mal tão brasileiro.

Manhãs agitadas

Desde que o Legislativo voltou aos trabalhos, as manhãs na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, têm sido bastante movimentadas. Os acordos e definições sobre pautas e prioridades junto aos líderes estão ocorrendo lá em vez de ocorrer no Congresso. Um dos visitantes foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele bateu à porta de Maia nesta semana em busca de apoio para acelerar a votação do projeto que trata da independência do Banco Central.

Novas instalações

Com o fim do recesso, jornalistas foram surpreendidos com novos banheiros masculino e feminino no comitê de imprensa ao lado do Plenário da Câmara. Estão maiores e mais arrumados, e um deles tem acesso para deficientes. Contudo, no primeiro dia, o banheiro novo deu defeito e precisou ser interditado. No dia seguinte, o problema de entupimento e vazamento havia sido sanado.

A outra reforma

Procurada, a assessoria da Câmara informou que a reforma “teve a finalidade de adaptar o espaço para acessibilidade e de substituir as instalações hidráulicas e sanitárias, de aço galvanizado, com elevado grau de desgaste, que provocavam frequentes vazamentos”. Ainda informou que as obras duraram cerca de 75 dias e os recursos utilizados na obra “fazem parte de um contrato geral de prestação de serviços de manutenção de edificações civis com fornecimento de material por demanda”.

No fundo

Na próxima terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado centra as atenções na PEC da Desvinculação dos Fundos. Serão ouvidos especialistas para debater medidas que permitam destravar os recursos bloqueados em fundos infraconstitucionais. Os integrantes da CCJ devem votar a PEC dos Fundos na quarta-feira.

“Ultra far right”

Em Londres, onde a maioria dos britânicos é mais liberal e votou contra o Brexit, os brasileiros agora são vistos como cidadãos de um país governado por um presidente muito mais conservador do que o atual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Lá, o presidente Jair Bolsonaro é visto como um representante da “Ultra far right” ou “ultra- extrema-direita”.

Esse foi o termo usado por um agente da imigração para qualificar o presidente brasileiro a uma turista brasileira assim que ela pisou na capital da Inglaterra, poucos dias depois do episódio que repercutiu internacionalmente de o ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, fazer apologia ao nazismo.

Empresas aéreas temiam fazer o regaste de brasileiros e perder clientela

empresas aéreas para resgate de brasileiros
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Antes de o presidente Jair Bolsonaro ordenar o uso dos dois aviões da Presidência da República para buscar os brasileiros em Wuhan, a Aeronáutica moveu mundos e fundos em busca de uma aeronave de grande porte para essa tarefa. Não conseguiu. Nos bastidores do comando aéreo brasileiro, a coluna soube que nem as empresas queriam expor suas marcas nesse serviço, com receio de perder clientela, nem as tripulações estavam dispostas a assumir a tarefa, com medo de contágio. Afinal, buscar essas pessoas é uma missão. E, nesse caso, só mesmo militares fazem sem questionar.

A Força Aérea não tem um avião de grande porte para realizar o serviço, seja um Airbus, seja um Boeing. A licitação de leasing está suspensa por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), que apura se houve irregularidades na operação. Enquanto a pendência não for resolvida, o país está sem uma aeronave destinada a resgate de brasileiros em situação de risco, como no caso do coronavírus. Num país deste tamanho, a situação é um fiasco aéreo.

Para quem não acompanhou, vale lembrar: no ano passado, a Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington (CABW) do Comando da Aeronáutica cancelou uma licitação de US$ 30 milhões, do Grupamento de Apoio Logístico do Comando da Aeronáutica (GAL), ainda no governo Michel Temer, para a compra de um Boeing, vencida pelo consórcio Cloud Aria. Depois, abriu outra licitação para leasing do mesmo tipo de aeronave. Resultado, a Aria foi ao TCU e pediu que se abrisse uma investigação, alegando ato antieconômico, uma vez que o leasing estava mais caro do que a compra do avião em US$ 10 milhões. O processo está em fase de parecer do Ministério Público.

Feitiço contra o feiticeiro

Ao montar o plano de trabalho da CPI da Chapecoense para este ano, os técnicos do Senado descobriram que a Lei de Abuso de Autoridade cortou as asas das investigações parlamentares. Várias solicitações de documentos e pedidos de busca tiveram de ser revistos por causa da nova legislação.

E sem cenas teatrais

Os técnicos já avisaram às excelências que acabou, inclusive, a história do “Teje preso!”, que marcou a carreira da senadora Heloísa Helena (PSol-AL), quando do depoimento do ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes à CPI dos Bancos, em 1999. Agora é que algumas excelências descobriram como se sentiram integrantes do Ministério Público diante dessa nova legislação.

Acordo contra cartéis

O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai hoje de manhã ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) assinar um acordo de cooperação técnica para repressão dos cartéis e outras infrações à ordem econômica e relações de consumo. A troca de informações é o principal objeto da parceria assinada entre Aras e Alexandre Barreto, presidente do Cade, e terá validade de cinco anos.

Diferenças/ A série de escalas prevista para os voos rumo a Wuhan poderia ser evitada se fosse um Boeing. Já havia, inclusive, uma rota definida, com apenas uma escala, em Israel. Sem essa aeronave, o jeito é seguir “pingando” por outro caminho.

Dez lugares/ Até ontem estava prevista uma equipe de cinco profissionais de saúde em cada avião para acompanhar os brasileiros durante todo o percurso.

Aliança/ Sempre que perguntado se vai assumir algum cargo no governo ou se tornar senador a partir de uma eventual indicação de Izalci Lucas para o Ministério da Educação, Felipe Belmonte responde, com bom humor, que o casamento com Bolsonaro foi por amor e não por interesse. “O meu apoio ao Bolsonaro e à criação do Aliança surgiu da admiração pelo presidente e da vontade de contribuir para um projeto que vai transformar o Brasil. Esse é meu único interesse”, disse a interlocutores.

“Sextou” na terça/ Muitos imaginaram que o Congresso ficaria vazio apenas na sessão de abertura, por ser uma segunda-feira, em que as excelências costumam ficar nas bases. Nada disso. Ontem, alguns deputados já estavam no aeroporto voltando para casa, em plena terça-feira. Isso, depois de 40 dias de férias. E olha que serviço não falta.