PP cobra apoio de Bolsonaro nas chapas estaduais

Publicado em coluna Brasília-DF

Depois de quase “uma blitz” nos estados para evitar coligações com o PT de Lula, o Progressistas, partido do ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PI), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), querem agora que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não jogue seu peso político apenas em um candidato, quando houver dois aliados concorrendo a governo estadual. Os pepistas colocam, pelo menos, três estados como cruciais nesse sentido: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Acre.

No caso do Rio Grande do Sul, Bolsonaro tem como candidato ao governo o deputado Onyx Lorenzoni (PL), aliado de primeira hora, e o senador Luís Carlos Heinze (PP). Embora Onyx tenha sido ministro, a cúpula do PP lembrou ao presidente com todas as letras que Bolsonaro, se quiser vencer, precisará dos votos de ambos. Portanto, é bom colocar os dois no mesmo patamar quando chegar a hora de fazer campanha. O presidente disse aos pepistas que irá avaliar o que pode ser feito.

Esconde aí, tá?
Enquanto o PL e o PP querem o presidente próximo de seus candidatos, a turma do União Brasil, por exemplo, prefere manter distância. É assim, por exemplo, que tem feito ACM Neto (BA) e Capitão Wagner (CE), ambos candidatos a governador pelo partido.

Empata o jogo

Depois do ato em defesa da democracia no Largo do São Francisco, em São Paulo, com a leitura da carta com quase um milhão de assinaturas, a ideia dos aliados de Bolsonaro é aproveitar a ida do presidente à posse do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para amortecer o impacto da manifestação. Ao prestigiar o evento, a ideia é reforçar que o ato desta semana, em vez de defesa da democracia, foi mesmo um ato contra o governo.

Por falar em democracia…
O presidente vai bater na tecla de que o PT deseja o controle da mídia. Na live de ontem, por exemplo, estava no roteiro inicial citar o fechamento de rádios católicas na Nicarágua, onde o governo “tem o apoio do PT”.

O primeiro passo
Dessa vez, foi Bolsonaro que mandou a pomba da paz a Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE. Interlocutores fizeram chegar a ele que o presidente havia manifestado disposição de ir à posse. Diante da sinalização, o ministro decidiu ir pessoalmente levar o convite.

CURTIDAS

Depois do Flow…/ Com o recorde de visualizações da entrevista ao canal do YouTube, Bolsonaro está quase desistindo de participar de debates.

Efeito cascata/ Se Bolsonaro não for, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto, dificilmente participará. Afinal, não irá para um debate para virar alvo dos adversários.

Agora vai/ Quem tem o que comemorar esta semana é o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Depois da recusa de um recurso do Ministério Público pelo desembargador Néviton Guedes, ele está liberado pelo TRF-1 para concorrer às eleições deste ano.

Enquanto isso, no DF…/ A aprovação da lei que permitirá a regularização dos terrenos da colônia agrícola 26 de Setembro serviu de palco para que, no plenário do Senado, a deputada Flávia Arruda (PL), candidata a uma cadeira na Casa, puxasse o senador Izalci Lucas (PSDB), candidato a governador, para dar uma palavrinha a quem estava ao vivo em suas redes sociais.

… as candidaturas se misturam/ Flávia soltou, ainda, um “estamos juntos”, o que, para muitos, foi lido como a possibilidade de a deputada se transformar numa candidata ao Senado com dois candidatos ao governo, Ibaneis Rocha (MDB) e o tucano. Sabe como é: com Damares Alves puxando votos do bolsonarismo, Flávia precisa caminhar para o centro a fim de compensar o segmento que ficará com a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Assinar carta da democracia não é apoiar Lula, alertam empresários

Publicado em coluna Brasília-DF

Com a profusão de cartas em defesa da democracia, como a da USP e a da Fiesp, empresários simpatizantes do governo têm dito em conversas reservadas que é bom o PT ficar atento, porque a chancela aos documentos não representa um voto em favor do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Representantes do MDB de Simone Tebet, por exemplo, e do PDT, de Ciro Gomes, vão se colocar como signatários do texto, até para evitar que haja uma leitura de apoio ao petista.

O PL de Valdemar da Costa Neto, para diluir o peso do documento como um recado direto ao presidente Jair Bolsonaro, vai colocar suas falas em favor das urnas, tal como a do líder do governo, Capitão Augusto, em defesa do sistema eletrônico de votação. Ele tem reforçado em todas as entrevistas que a urna é segura.

A ordem entre os bolsonaristas é sair desse tema e seguir para a economia — redução do preço da gasolina, por exemplo, onde eles consideram que Bolsonaro pode surfar.

Combustível
O governo respirou aliviado com os dividendos da Petrobras — R$ 87 bilhões, dos quais R$ 32 bilhões ficarão com a União. A avaliação entre os bolsonaristas é de que o presidente ganhou pontos com a redução no preço dos combustíveis e, agora, terá recursos para pagamento dos auxílios previstos na PEC das bondades, cujos benefícios ainda não surtiram efeito eleitoral.

Sigam o Lira!

No PL e no QG de Jair Bolsonaro, a ordem é seguir a linha que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expôs em seu twitter: “Má notícia para os pessimistas de plantão! Estamos na contramão do mundo, mas isso é bom! Inflação em baixa, PIB em alta. Desemprego com a menor taxa dos últimos anos. Estamos trabalhando com o Brasil real, que vai prosperando, melhorando, avançando”, publicou.

Cada um no seu quadrado
A campanha de Lula montou um grupo especial para conversar com segmentos do eleitorado religioso de uma forma geral. Geraldo Alckmin cuidará mais dos católicos, enquanto Benedita da Silva focará nos evangélicos. A avaliação é que o petista ainda tem muito terreno a percorrer nessa faixa do eleitorado.

Deu ruim
O vazamento do atestado médico que a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) apresentou para justificar sua ausência à reunião da federação PSDB/Cidadania, inviabilizou qualquer reaproximação entre ela e o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Paula é considerada por quem a conhece “uma leoa ferida”.

Nas rodas de Brasília/ Os cientistas políticos, que sempre se reúnem para discutir o processo eleitoral, concluíram que o cenário está assim: quando Lula fala, Bolsonaro ganha. E quando Bolsonaro fala, Lula ganha. Está explicado o motivo de ambos serem avessos a um debate com os demais candidatos.

Por falar em Brasília…/ Lula foi ovacionado pelos estudantes ao caminhar pelo “Ceubinho”, apelido da entrada norte do Minhocão da UnB. Contava-se nos dedos os que passaram “batidos” — ou seja, sem levantar a mão com os dedos formando um “L”, marca da campanha, ou gritar um “Lula lá”.

Separados I/ O QG da campanha de Bolsonaro está preparando uma agenda solo para a primeira-dama, Michelle. Ela já se dispôs a participar de encontro de mulheres e com o eleitorado evangélico, de forma a tentar reforçar a posição eleitoral do marido.

Separados II/ O candidato a vice, Walter Braga Netto, também terá agenda própria daqui para frente. Até porque, Bolsonaro terá dificuldades em agendas eleitorais durante a semana por causa do horário de expediente. No sábado, porém, estarão todos juntos em Montes Claros (MG).