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Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg
Muitos políticos ficaram meio cabreiros com a live do presidente Jair Bolsonaro em que ele mandou uma mensagem direta àqueles que cogitarem qualquer pedido de impeachment. Ao dizer que não podia lançar o país numa aventura e que lutou muito para chegar ao Planalto, o presidente foi direto: “Tudo tem limite. Não tenho sangue de barata, lutei para chegar aqui, me livrei da morte naquela facada (…) e jamais vou aceitar, se aparecer um dia algum movimento conspiratório. Me tirar daqui de qualquer jeito, sem motivo, não vai mesmo. Ou para escravizar o nosso povo”, disse o presidente.
A complementação à essa colocação foi “por decreto, ajudamos muita gente a comprar armas e munições”. Para bons entendedores, a mensagem está dada: Bolsonaro chamará os seus para defendê-lo em caso de qualquer processo. Desde que não seja em caso de um resultado eleitoral desfavorável daqui a um ano e 10 meses, está tudo certo.
A semana de aposta no PT
O candidato do bloco “Câmara Independente” à Presidência da Câmara, Baleia Rossi, aproveita o fim de semana para mapear o apoio da oposição-raiz ao governo federal. Dos governadores, por exemplo, tem o apoio de Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE). Em tempo: ambos defendem que o partido siga em frente e evite o que consideram pior, ou seja, a eleição de Arthur Lira, aliado de Bolsonaro.
Ciúme de político…
… Reza a lenda, é pior do que ciúme de mulher. Não foi bem recebido, no MDB, o almoço do presidente Jair Bolsonaro com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). No governo, porém, há quem diga que o presidente adotou apenas uma “cortesia” com Davi Alcolumbre que nunca deu motivos para não receber um bom tratamento por parte dos inquilinos do Alvorada.
O pulo de Alcolumbre
O atual presidente do Senado pretende fazer com Rodrigo Pacheco tal e qual agiu em 2019, quando oficializou a sua candidatura no último minuto. Só tem um probleminha: desta vez, o candidato do DEM não concorrerá contra Renan Calheiros, que foi para a campanha desgastado. Os nomes do MDB que estão na roda têm condições de derrotar o atual comandante do Senado.
Saúde e economia andam juntas
Até aqui, o turismo, no final do ano, não correspondeu às expectativas, o número de casos de covid-19 voltou a subir e muitas cidades se viram obrigadas a apertar as medidas de isolamento para tentar evitar o pior. Desse jeito, avaliam os economistas, a ideia do governo de cuidar da saúde e da economia terá que ser revista, porque funcional, aos trancos e barrancos, apenas para a segunda.
Um homem, dois discursos/ No quase monólogo que o presidente Jair Bolsonaro transmitiu em suas redes sociais, em 24 de dezembro, faltou espírito natalino e sobraram críticas às vacinas. Muito diferente do pronunciamento que foi ao ar em cadeia nacional de rádio e tevê, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Por falar em discurso…/ A contar pelo discurso de João Amoedo (Novo) em entrevista ao Estadão, o presidente Jair Bolsonaro perdeu seu apoio no segundo turno. Porém, há um senão: desde que o adversário não seja o PT.
Lei Viviane/ A morte da juíza Viviane Vieira Arronenzi, covardemente assassinada a facadas pelo ex-marido na frente das filhas, é mais uma mostra de que ainda estamos longe de garantir proteção às mulheres ameaçadas por ex-companheiros. A Associação Nacional dos Desembargadores (Andes) e a Andes-Mulher vão pedir novas leis para aumento da pena para casos de violência doméstica contra magistradas e mulheres que atuam na área de segurança e Justiça.
Aliados tentam convencer Bolsonaro a prorrogar estado de calamidade pública
Brasília-DF, por Denise Rothenburg
A esperança permanece
Números positivos
MDB vai reforçar bancada no Senado
Vai vendo
Rodrigo Maia, o não-candidato, dá o tom e chama governo a votar reformas
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é agora um não-candidato, em busca de um sucessor e de uma pauta para encerrar seu mandato com chave de ouro, chamado o governo a ajudar na aprovação de reformas cruciais que o país precisa. Esse é recado mais imediato da entrevista que concedeu há pouco à GloboNews, a primeira depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por 6 a 5 que nem ele e nem o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, podem ser candidatos à reeleição para esses cargos no ano que vem.
Ele acusa o governo de não aprovar a PEC Emergencial no Senado, prometida para em dezembro de 2019, como forma de aliviar o caixa e dar sinais positivos para o mercado. Maia considera que “acabaram as desculpas” para não votar essa matéria e diz com todas as letras: “A eleição já passou, não sou candidato a presidente da Câmara. Podem até derrotar um movimento pela independência da Câmara, mas é preciso avançar na pauta econômica”
Ao mesmo tempo em que cobrou uma postura mais ativa do governo em relação às reformas — ele cita ainda a reforma tributária —, ele lança a campanha “Câmara livre” para buscar um nome que represente seu campo da politica na troca de comando na Casa.
Maia terá o desafio de construir um candidato em oposição a Arthur Lira, que hoje é visto com o nome que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. “Precisamos da Câmara livre de interferência de outros poderes, de uma candidatura que seja a favor do Legislativo”, diz Maia, citando alguns nomes, como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), entre outros, tomando o cuidado de manter a ordem alfabética no elenco.
Ele menciona que não tinha a intenção de ser candidato e, justiça seja feita, nunca disse que seria. Antes da decisão do STF, tomou inclusive o cuidado de se manter equidistante daqueles que se apresentavam para concorrer à Câmara, de forma a poder ajudar e trabalhar a construção de um candidato depois que o STF desse seu veredicto. “Se esse campo que eu e muitos representamos chegar lá, não será a derrota do governo, será a vitória de uma agenda que moderniza o estado e a economia, a vitória da Câmara”, diz.
Ao mesmo tempo que elenca as pautas em curso e a sucessão para presidente da Câmara, Maia lembra ainda que, para 2022, se os campos da centro-esquerda e da centro-direita conseguirem se unir em torno de um nome têm tudo para soarem favoritos. E ele inclui nesse rol de Ciro Gomes (PDT) a João Dória (PSDB).
Quando ao presidente Jair Bolsonaro, ele menciona a questão adas vacinas como algo em que o governo pode perder o controle, uma vez que a população deseja as vacinas. A politica entra agora na fase de construção nos bastidores, algo que requer olho vivo e acompanhamento diário.
E, seja para perder ou ganhar, o não-candidato Maia é um personagem a ser acompanhado bem de perto nos próximos dois anos, porque, além de um nome para a Presidência da Câmara, estará dedicado à construção de uma candidatura de centro em oposição a Bolsonaro, caso o presidente não consiga agregar uma parcela expressiva desse campo político.
Bolsonaro manterá distância de Lira após notícia sobre “rachadinha”
Coluna Brasília-DF
Diante das notícias que envolvem o deputado Arthur Lira (PP-AL) em rachadinhas (desvio de salários de servidores), na Assembleia estadual de Alagoas, o mínimo que os pepistas vão cobrar do governo é o benefício da dúvida que é dado ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente jair Bolsonaro.
Aliados de Lira dizem que o deputado já andou muito em sua pré-campanha para recuar agora, quando começa o jogo. Se desistir, sairá com cara de derrotado e condenado. A tendência de Bolsonaro, porém, é manter uma distância regulamentar.
Afinal, se Lira perder musculatura por causa das denúncias, o presidente sempre poderá dizer que não se envolveu diretamente na eleição congressual. No entorno dele, há quem diga que, desde que Rodrigo Maia (DEM-RJ) não saia vitorioso, está tudo certo para o governo. Se, no caso de Flávio, que é filho, Bolsonaro tenta manter uma certa distância, imagine com Lira, com quem apenas tem uma relação política.
Um nó para o Planalto
Há quem diga que o governo entrou cedo demais na candidatura de Lira a presidente da Câmara. Assim, se o DEM sacar mesmo a candidatura de Fernando Coelho Filho (PE), Bolsonaro estará numa saia justa. Fernando é filho do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e já foi ministro de Minas e Energia no governo Michel Temer.
Olha o nível
A forma como os deputados estão conduzindo a disputa para presidente da Câmara indica que será na linha do voto para derrotar o candidato A ou B, ou seus respectivos padrinhos, e não voto em favor de B ou A.
Vacina, o embate da hora
Bolsonaro e João Doria vão entrar no ano pré-eleitoral de 2021 numa guerra em torno da vacina contra covid-19, e as apostas são as de que os dois correm o risco de perder. O presidente, por causa da resistência ao imunizante. O governador, devido aos anúncios de vacinação em massa que ainda não está assegurada do ponto de vista técnico-científico.
Por falar em vacina…
A aprovação dos R$ 2 bilhões para vacinas contra a covid-19 no Congresso deixa deputados e senadores prontos para chamar o governo de incompetente, se a vacinação não funcionar a contento. Afinal, não vai poder dizer que foi por falta de autorização do Parlamento.
“Deputérica” é a &#@*?/ Se a sessão fosse presencial, com casa cheia, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) não conseguiria deixar o plenário da Câmara, ontem, depois de chamar as deputadas de “histéricas” e se vangloriar de criar o neologismo “deputéricas”. Algumas esperaram Nunes na saída do plenário, pois não sabiam que o discurso tinha sido feito por videoconferência.
Por falar em videoconferência…/ A última das excelências é fazer o pronunciamento de dentro do carro. Capitão Wagner (Pros-CE), por exemplo, parou o veículo num acostamento, na hora em que chegou a vez de falar. Um jovem, no banco de trás do carro, tratou de se esconder quando percebeu que aparecia no vídeo.
Etanol, a nova fronteira I/ Com o ESG (sigla em inglês para meio-ambiente, inclusão social e governança) cada vez mais forte no mundo, o etanol surge como uma saída mais prática para a questão energética no país, muito mais do que os carros elétricos europeus.
Etanol, a nova fronteira II/ “Na Europa, os carros elétricos pretendem levar a uma emissão de 62 gramas de CO2 por quilômetro rodado, enquanto o etanol está abaixo de 60 gramas, com 56 por quilômetro rodado” diz Evandro Guzzi, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), que hoje estará no CB.Agro, 13h15, na TV Brasília e nas redes sociais do Correio.
Governo atuará para o fim do inquérito sobre interferência na PF em fevereiro
Coluna Brasília-DF
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, de prorrogar por mais 60 dias o inquérito sobre interferência na Polícia Federal, deixa o Planalto sob pressão, mas com prazo para terminar e bem antes da eleição de 2022.
Os cálculos bolsonaristas apontam que, depois de fevereiro, o Brasil será outro e esse caso estará esquecido. Para isso, todos os esforços, agora, serão no sentido de trabalhar para que a investigação termine nesses 60 dias, sem mais delongas. Até lá, porém, a ordem é administrar o desgaste.
Ainda que o presidente Jair Bolsonaro tenha decidido não depor, os aliados dele dão como certo que será chamado novamente e, mesmo que o procurador-geral, Augusto Aras, peça o arquivamento mais à frente, o sossego, nesta seara, só virá quando a investigação for arquivada.
Onde mora o perigo
O caso de prorrogação do inquérito sobre a interferência na PF não está no rol de principais preocupações do Planalto. O que mais incomoda é o desemprego, na faixa de 14,6%, conforme divulgado ontem pelo IBGE, e a eleição para a presidência da Câmara.
Alerta de tsunami
Os setores produtivos já levaram ao Planalto sua preocupação com o fim do auxílio emergencial, em janeiro. Se não houver nada para compensar essa perda de receita dos mais necessitados, que fez a economia girar um pouco mais nesse período de pandemia, a parcela da população que Bolsonaro acredita ter ao seu lado buscará outro rumo.
Dividir para reinar I
Quem enxerga mais à frente os cenários políticos vê, nesse apoio do DEM e de outros partidos a Marília Arraes (PT), uma forma de insuflar ainda mais a divisão da esquerda, para 2022, em Pernambuco. Do jeito que está, ficará desunida até o fim dos tempos em Recife.
Dividir para reinar II
O raciocínio dos partidos de centro-direita em Pernambuco é que, com o PT governando a capital do estado e o PSB, o governo estadual, não haverá unidade nesse campo político. Assim, se as forças conservadoras conseguirem se unir, podem derrotar as forças que, no passado, já estiveram juntas sob a batuta de Miguel Arraes.
Curtidas
Sem embate final/ O cancelamento do último debate em São Paulo por causa do exame positivo de Guilherme Boulos para covid-19 tirou do candidato do PSol um movimento que era considerado crucial para tentar avançar sobre os votos de Bruno Covas (PSDB). Ele só tem chance amanhã se tirar votos do adversário, o que até agora não aconteceu.
A torcida pelo não voto/ Sem o embate e movimentos de rua, Boulos torce, agora, pelo #fiqueemcasa. É a única forma, avaliam seus aliados, de vencer Bruno Covas.
Quem diria…/ O bolsonarismo torce pela esquerda. A turma mais ligada ao presidente cogita votar em Guilherme Boulos para prefeito. Uma forma de tentar evitar que os tucanos continuem mandando na capital paulista e ajudem a fortalecer uma pré-campanha de João Doria. Quem diria.
… ele está se vacinando/ Ao dizer que não chamou a covid-19 de “gripezinha”, o presidente tenta, desde já, amenizar o estrago que isso pode fazer numa campanha. A afirmação da live da última quinta-feira, apostam aliados, já está devidamente arquivada para servir de imunizante eleitoral no futuro.
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro vai esperar mais algum tempo antes de definir filiação partidária. Afinal, ainda falta um ano e meio para a eleição e sua caneta “Compactor ou Bic” ainda tem tinta, conforme repetem aliados. Por mais que haja algum desgaste, não está fora do jogo para 2022. Quem acompanha atentamente todos os movimentos da política lembra que, em 2008, quando Gilberto Kassab se elegeu prefeito de São Paulo, o PT do então presidente Lula jogou todo o prestígio presidencial para tentar eleger Marta Suplicy –– e ela perdeu. Dois anos depois, lá estava Lula fazendo de Dilma Rousseff sua sucessora no Planalto. Portanto, qualquer avaliação de derrotado neste momento tem a validade de um iogurte.
O que realmente importa
Um estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI) sobre a situação das contas estaduais indica que pelo menos nove não teriam respeitado o limite de 60% da receita corrente líquida com despesas de pessoal “se a metodologia de aferição fosse a adotada pelo Tesouro Nacional”.
Olho neles
Eis a lista dos estados que ultrapassam os 60% pela metodologia do Tesouro: Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Acre e Tocantins.
Passaram na prova
O Distrito Federal, São Paulo, Espírito Santo, Rondônia, Pará e Amapá são os únicos abaixo dos 54% da receita corrente líquida, ou seja, com uma situação mais tranquila.
O alerta de Jobim
Ao participar do XXIII Congresso Internacional de Direito Constitucional, promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), o ex-ministro da Defesa e do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim defendeu Forças Armadas equipadas e afirmou que a incerteza no cenário internacional é grande. Lembrou, inclusive, que os Estados Unidos consideram águas internacionais até mesmo a área próxima à praia de Copacabana e “isso não é bom”.
O teste de Bolsonaro
A viagem do presidente ao Amapá será uma aferição de popularidade. Lá, ele venceu a eleição em 2018 com 50,2% dos votos e Fernando Haddad ficou com 49,8%. Ou seja, sem larga margem.
Debate desce a ladeira I/ A campanha em Recife chegou ao ponto de Marília Arraes (PT), que lidera as pesquisas, colocar Renata Campos, mãe do adversário João Campos (PSB), no meio do debate, ao dizer que a viúva do ex-governador Eduardo Campos é quem vai mandar na prefeitura se o deputado for eleito.
Debate desce a ladeira II/ No Rio de Janeiro, com Eduardo Paes (DEM) liderando Datafolha e Ibope com larga vantagem, o prefeito-candidato Marcelo Crivella ataca o governador de São Paulo, João Doria. Sinal de que está faltando argumento para arregimentar votos e apoios.
Bolsonaro, o moderado/ O presidente calibrou o discurso na live sobre a extração ilegal de madeira da Amazônia, evitando acusar diretamente os países. Melhor assim.
“Marília e João Campos são frutos da mesma árvore. Deveriam parar de brigar, definir um vice do outro e irem juntos para a urna. Ambos são Arraes”
Ex-deputado federal Paulo Delgado
Bolsonaro quer que Guedes dê um jeito de prorrogar auxílio emergencial
Coluna Brasília-DF
Durante a viagem a Santa Catarina, no início do mês, o presidente Jair Bolsonaro orientou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a dar um jeito de conseguir recursos para prorrogar o auxílio emergencial de R$ 300. Com o desemprego ainda num patamar bastante elevado, não dá para deixar as pessoas desassistidas, ou dependentes apenas do valor do Bolsa Família.
O problema é que todas as propostas de cortes para cobrir a elevada despesa foram descartadas pelo Planalto, pelo Parlamento, ou pela sociedade de um forma geral. “Não sabemos como resolver essa questão, mas o certo é que preciso prorrogar, sob pena de termos uma legião de pessoas sem renda”, diz o vice-líder do governo, senador Jorginho Mello (PL-SC). A equipe econômica, porém, não tem como fazer mágica. Ou corta, ou não tem como resolver.
A cada dia a sua aflição
O presidente Jair Bolsonaro avisou a aliados que não pretende trocar seus ministros. Nem agora, nem em fevereiro, depois da eleição do presidente da Câmara. Tem razão, o chefe do Executivo em não deixar esse tema prosperar agora. Se abre a porteira antes da hora, aumenta a pressão.
Mais dinheiro para o DF
Um alerta do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) garantiu, pelo menos, R$ 75 milhões a mais em recursos para Brasília, dentro do Projeto de Lei 3364, que destina R$ 4 bilhões a estados, ao Distrito Federal e aos municípios com mais de 200 mil habitantes para garantir o serviço de transporte público coletivo de passageiros em razão da pandemia da covid-19.
Questão de isonomia
O projeto distribui R$ 1,2 bilhão aos estados e R$ 2,8 bilhões aos municípios com mais de 200 mil habitantes. Logo, Salvador, por exemplo, receberá R$ 84 milhões, enquanto a Bahia ficará com R$ 53 milhões. O DF, como estava incluído apenas na partilha dos recursos aos estados, receberia R$ 31 milhões. Agora, incluído na divisão dos recursos municipais, vai triplicar o valor a receber dentro da proposta.
Bolsonaro investe no DEM/ A presença do presidente Jair Bolsonaro em Goiás, ao lado do governador Ronaldo Caiado (DEM), não é por acaso. Caiado representa uma ala do partido que tem votos e é aliada do presidente. Diante do distanciamento do DEM em relação ao chefe do Planalto, ele, agora, trata de amarrar aqueles que lhes são próximos.
Urnas em debate/ Na discussão sobre a segurança da urna eletrônica, ontem, na sessão da Câmara, o deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE) foi direto: “Olha, quem acha que tem fraude deveria renunciar ao mandato”, disse, referindo-se àqueles que criticam o sistema, mas não acham que a própria eleição teve problema.
A que ponto chegou o Parlamento/ “Antes, não tínhamos Orçamento. Agora, não temos Comissão Mista de Orçamento. Vamos ficar muito mal no início do ano, sem Orçamento”, afirmou o senador Esperidião Amin.
Todo o cuidado é pouco/ Recuperado da covid-19, o senador Eduardo Braga ligou para a senadora Kátia Abreu, diagnosticada nesta semana: “Senadora, cuide-se. É uma doença traiçoeira”, alertou.
“Rodrigo Maia e Arthur Lira ficam de mal, e o Brasil paga por isso. Parece que não existe um Brasil fora da Câmara dos Deputados. Falta grandeza de parte a parte para buscar soluções políticas”
Do deputado Marcelo Ramos (PL-AM), referindo-se à disputa entre o presidente da Câmara e o líder do Centrão e à falta de debate para solução dos problemas econômicos, tais como teto de gastos e auxílio emergencial
Centrão quer dar ultimato a Bolsonaro: elege Arthur Lira ou abre o governo
Coluna Brasília-DF
Se não houver uma intenção firme do Planalto em fazer de Arthur Lira (PP-AL) presidente da Câmara, em substituição a Rodrigo Maia (DEM-RJ), o Centrão aproveitará o embalo do sucesso nas urnas para pedir a abertura do primeiro escalão do governo a seus quadros. Um dos sonhos de consumo, que, vale lembrar, não está nos planos do presidente fazer qualquer alteração, é o Ministério da Infraestrutura.
A tendência é que o presidente Jair Bolsonaro termine forçado a abrir o governo, uma vez que a entrega da presidência da Câmara ao aliado está longe de ser vista como favas contadas. O DEM, outro partido vitorioso e hoje afastado do Centrão, não quer saber de Lira na presidência da Casa. O MDB tem seu candidato, Baleia Rossi (SP), presidente do partido e líder da bancada. Difícil será o presidente dormir com um barulho desses.
Vacina 100% brasileira
Nem Butantan, nem Fiocruz. As vacinas próprias a que Bolsonaro se referiu são 12 espalhadas pelo país, sem parceria, seja com a China ou qualquer outro país estrangeiro. O acompanhamento desses estudos está a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia, sob o comando do ministro Marcos Pontes. O estágio de testes está abaixo das quatro pesquisadas em parceria com outros países, mas o ministro está confiante. Em recente entrevista, disse ter esperança de que, no segundo semestre de 2021, talvez já tenhamos boas notícias.
O clube dos nove
Quem já fez projeções com base nas contas das eleições deste ano para vereador não tem dúvidas de que, com o fim das coligações proporcionais, restarão nove partidos fortes para 2022. “Os demais, ou se unem ou morrem ao longo de 2021”, prevê o ex-deputado Saulo Queiroz, um dos fundadores do PSD, com uma vasta experiência em articulação e estratégia política.
Ele quer ser o primeiro
Bolsonaro quer ser o primeiro nessa fila de agremiações sobreviventes. Por isso vai buscar o seu partido o mais rápido possível. Afinal, como antecipou a coluna na terça-feira (18/11), seus aliados consideraram um erro não montar um “time” para 2020. Agora, é preciso correr a fim de ter tudo pronto para a hora de entrar na arena eleitoral.
Balaio de gatos?
O risco de Bolsonaro ao juntar o bolsonarismo raiz com partidos pequenos, como o PSC, o PRTB, o Patriotas, é ocorrer o que houve com o PSL. Terminar rachado e todo mundo brigando.
Faltou diplomacia/ Diplomatas brasileiros na Europa estão preocupados com o fato de Bolsonaro acusar países de importar madeira ilegal. Alguns consideram que, em vez de partir para o confronto, cabe ao governo do Brasil pedir que ajudem a identificar as empresas que cometem esse crime, e não brigar com governos estrangeiros.
Por falar em diplomacia…/ O PT gostou de ver Bolsonaro defender a ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Em seu discurso na sede das Nações Unidas, no ano passado, o presidente passou longe dessa reivindicação, cobrada insistentemente nos tempos de Lula e Dilma Rousseff.
A vida é dura/ O ex-senador João Alberto Souza (MDB-MA) tomou um susto nesta eleição. Aos 85 anos, ele que já foi governador do estado, presidente do Conselho de Ética do Senado, deputado federal, estadual e prefeito de Bacabal, obteve 944 votos para vereador, ficando na segunda suplência do MDB.
Esse santo quer reza/ Ao comentar os resultados eleitorais e, em seguida, defender o general Santos Cruz dos ataques do escritor Olavo de Carvalho, o ex-ministro Sergio Moro deixou nos políticos a certeza de que está no jogo para 2022. Resta combinar o partido.
Diplomatas se assustam com discurso de Bolsonaro na cúpula dos Brics
Em seu discurso hoje cedo na cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o presidente Jair Bolsonaro prometeu a apresentação de uma lista de países que compram madeira extraída ilegalmente das florestas brasileiras. Parte da diplomacia ficou atordoada, porque acusações não podem ser feitas diretamente a países e sim a empresas, ou seja, as compras são feitas por entes privados e não por países. A divulgação de uma lista de países __ e não de empresas __ poderá deixar o Brasil numa situação ainda mais difícil no cenário internacional e ainda prejudicar o país na geopolítica. O máximo que pode ser feito, conforme alertam alguns diplomatas, é pedir aos países que investiguem essas compras por parte de empresas sediadas em seus territórios.
Outro ponto que chamou a atenção foi a defesa de reforma no Conselho de Segurança da ONU, pauta antiga da diplomacia brasileira, que o presidente só passou a adotar em janeiro deste ano, quando da visita à Índia. A reivindicação era marca do governo brasileiro nos anos do presidente Lula e sua sucessora, Dilma Rousseff, e não constou, por exemplo, do discurso de Bolsonaro na ONU em setembro do ano passado __ a estreia naquele colegiado.
A mudança tem posição está diretamente relacionada à China, que tem vários interesses no Brasil, porém, mas geralmente evita apoio formal à ampliação das vagas no Conselho de Segurança, em especial, por causa dos países da sua região interessados, caso da Índia e do Japão. Hoje, o Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes, Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China, e dez não-permanentes, eleitos para mandatos de dois anos pela Assembleia-geral.
Para aliados, erro de Bolsonaro foi não adiantar o Aliança pelo Brasil a tempo das eleições
Coluna Brasília – DF
(colaborou Luiz Calcagno)
Time que não joga não tem torcida
Conhecidos os resultados das urnas, aliados do presidente Jair Bolsonaro consideram que ele errou ao não montar o Aliança pelo Brasil a tempo de concorrer às eleições municipais. Assim, se Bolsonaro não pode ser responsabilizado por derrotas, também não terá vitoriosos em dívida com ele. Portanto, em 2022, quem venceu não estará automaticamente atrelado à campanha reeleitoral dele.
Sem esse “time” fechado com o presidente na alegria e na tristeza, e diante de um eleitor cada vez mais pragmático, Bolsonaro terá de apresentar resultados, ou seja, uma economia equilibrada, recuperada e capaz de gerar empregos. Tem praticamente um ano para isso. Se não tiver nada a entregar, o Centrão, que hoje sai vitorioso das urnas, buscará outro nome para representá-lo na eleição.
Aliás, a partir de 31 de dezembro, um personagem já estará disponível para essa articulação política: o presidente do DEM, ACM Neto. Vitorioso e com o partido bem posicionado, virou peça-chave para essa construção longe do bolsonarismo.
PTB por Bolsonaro
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, pretende incluir as pautas de costume do governo no estatuto de seu partido, como forma de atrair o presidente para a legenda. A ordem é estar com tudo pronto para o caso de fracassar o Aliança pelo Brasil.
A pacificadora
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é vista como a única capaz de unir os partidos do Centrão ao centro comandado por Rodrigo Maia (DEM-RJ). Falta convencer o líder do PP, Arthur Lira (AL).
Seis por meia dúzia
A contar pelo que disse a deputada Bia Kicis (PSL-DF) ao CB.Poder, segunda-feira (16/11), essa operação só não será levada adiante se o PP se recusar a deixar a disputa. O Planalto considera que não dá para perder o PP.
Não move um músculo
Antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) dizer se os atuais presidentes da Câmara e do Senado podem ser candidatos, ou de uma resposta do PP, Tereza Cristina não fará qualquer movimento.
CURTIDAS
Tábuas de salvação/ Lula vai se agarrar às campanhas dos petistas Marília Arraes, em Recife, e de João Coser, em Vitória. Bolsonaro apostará em Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro, e no Capitão Wagner, em Fortaleza. Ambos querem sair com, pelo menos, uma vitória para chamar de sua.
Voos programados/ Marcada a posse de Jorge Oliveira no Tribunal de Contas da União (TCU) para 31 de dezembro, às 11h, muitos ministros começaram a marcar seus voos para Brasília apenas para essa solenidade. Sinal de prestígio de quem assume e de quem se aposenta, o ministro José Múcio Monteiro, que por esses dias se recupera da covid-19.
Festa do RenovaBr/ O movimento Renova Br, que hoje é uma espécie de escola de formação de novos quadros para a política, saiu desta eleição com 147 de seus alunos eleitos, dez prefeitos, um vice-prefeito e 136 vereadores. Aos poucos, conforme calculou Eduardo Mufarej, idealizador do movimento, a política vai ganhando qualidade.
Quem não estudou…/… e se elegeu, ainda está em tempo de tentar aprender algo até a posse. Presidente do Centro de Liderança Pública (CLP), Luiz Felipe D’Ávila acaba de lançar a quarta edição do curso de formação para prefeitos eleitos, de 23 a 26 de novembro. O curso é gratuito e os interessados podem se inscrever em www.clp.org.br.