Terceira via quer Simone Tebet à frente do movimento democrático

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Na próxima terça-feira, MDB e Cidadania apresentarão a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como o nome de consenso para representar a terceira via. “Ou criamos um fato novo, ou não adianta. E Tebet é um fato novo. Além disso, pode resgatar o MDB, não como partido, mas como movimento democrático, algo que o Lula tentou e não conseguiu. Ele só reuniu parte da esquerda”, avalia o presidente do Cidadania, Roberto Freire, que esteve naquele movimento do início dos anos 80, em que o país saiu da ditadura militar.

“Queremos, agora, um movimento para fazer história, não mais para derrubar a ditadura, mas para garantir a democracia que conquistamos lá atrás”, disse Freire.

Foi o MDB o principal indutor da reconstrução democrática, ao pavimentar a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral — algo que, aliás, o PT foi contra.

E, nesse cenário, resta o PSDB para fazer o anúncio oficial. No ninho tucano, João Doria é o pré-candidato, mas a onda agora, dizem outros interlocutores, essa escolha chegou ao momento que a decisão está tomada e caberá ao PSDB pegar ou largar. A avaliação interna é a de que a bandeira da vacina empreendida por Doria não pegou e a pandemia não será o principal mote da campanha presidencial.

Para completar, Tebet também tem em mãos o discurso das menores taxas de inflação e de juros entregue por um presidente da República ao seu sucessor em 10 anos. Esse, aliás, é o discurso que os defensores de uma recandidatura de Michel Temer têm feito para atrair simpatizantes. Como Simone e Temer são do mesmo partido, ela herdará esse tema.

Se tudo der errado, ele estará no banco de reservas. Se tudo der certo, o ex-presidente se prontificou a ajudar no diálogo com todos os setores.

Eletrobras na campanha

Que ninguém se surpreenda se o presidente Jair Bolsonaro (PL) começar a disseminar o discurso de que o “PT atrapalha o país”. E o mote para isso será a privatização da Eletrobras, que o governo pretende concluir até junho. O PT é contra e Lula já avisou que pode rever qualquer privatização da companhia, caso seja eleito. Já o PT dirá que Bolsonaro vende o Brasil a preço de banana.

Eles nem ligam
Até aqui, Lula e Bolsonaro tratam a terceira via como carta fora do baralho eleitoral. Seja Tebet, Doria ou quem mais chegar, o presidente e o ex-presidente concentram desde já a pré-campanha em atacar um ao outro.

Por falar em Doria…
A ideia até aqui é brigar para ser candidato, nem que seja na Justiça. A avaliação dos aliados de Doria é de que, embora tenha uma rejeição maior do que a de Tebet, ele reúne as mesmas chances de chegar ao segundo turno. A pressão para que desista e apoie a senadora será intensa na reunião da executiva nacional do PSDB, na terça-feira.

O discurso de Bolsonaro está pronto
O presidente considera que não há o que mudar no discurso eleitoral. No social, a ordem é disseminar que o Auxílio Brasil é melhor que o antigo Bolsa Família, porque quem consegue emprego não perde o benefício. Seu governo conta, ainda, um programa especial para as mulheres, com cursos que vão chegar agora aos municípios.

Casamento entrou na campanha/ Bolsonaro aproveitou a live para dizer que Lula não chamou quilombolas nem pessoas pobres para o casamento com a socióloga Rosângela Silva. “Ele diz que é pobre, mas gosta é do capitalismo”, comentou Bolsonaro.

Tem que ser zen/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tem uma paciência de Jó com os oradores, não escondia a sua irritação durante a votação dos destaques do projeto do homeschooling. Quando a deputada Érika Kokay (PT-DF) colocava suas preocupações sobre o projeto e sacava dispositivos regimentais para defender seu ponto de vista, eis que Lira solta: “Minha nossa senhora…”.

Leitura obrigatória…/ O livro Eleições Municipais na Pandemia, dos professores Antonio Lavareda (Ipespe) e Helcimara Telles (UFMG), vem no momento certo para ajudar os interessados a analisar o presente e projetar cenários futuros. A obra foi lançada ontem, no último dia do seminário internacional “Desafios e metodologias na democracia contemporânea”, promovido pela Associação Brasileira dos Pesquisadores Eleitorais (Abrapel).

… para quem gosta de política/ Os 11 capítulos tentam destrinchar o impacto da “antipolítica”, da radicalização ideológica e da agenda identitária (movimento negro, feminista, LGBTQIA ), numa eleição diferente de todas, realizada em plena crise sanitária.

O desafio para a reeleição de Bolsonaro é a economia

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Confiantes na aprovação do novo Auxílio Brasil pelo Senado, os estrategistas do presidente Jair Bolsonaro acreditam que está posto o discurso social para que ele apresente na campanha pela reeleição. O chefe do Executivo dirá que não elevou o valor do Auxílio Brasil porque preferiu transformá-lo num programa permanente, “muito melhor” do que o Bolsa Família do PT de Lula. Falta acertar o que fazer com a economia. O anúncio da prévia da inflação de abril, esta semana, deixou o cenário ainda mais nebuloso nessa área.

Até aqui, a estratégia do governo é dizer que está ruim no mundo todo. Porém, avaliam os governistas, isso não basta, porque Lula virá com o discurso de que no governo petista a população comia melhor, e os candidatos da terceira via, em especial, Ciro Gomes, que já foi ministro da Fazenda, também vão puxar a campanha para esse lado. Paulo Guedes terá de se virar para construir um discurso capaz de convencer o eleitor de que é melhor a continuidade do que a mudança nesse setor. Até aqui, a contar pelas pesquisas, o eleitor não se convenceu, e o tempo está se esgotando.

O “sim” de Lula

A fala de Lula em reunião da Rede Sustentabilidade, assumindo de vez a candidatura ao Planalto, vem sob encomenda para que ele possa desfilar hoje, no Congresso do PSB em Brasília, com o convite oficial a Geraldo Alckmin. A partir de agora, os dois caminharão mais juntos nas andanças da pré-campanha.

Dinheiro em caixa
A aprovação dos projetos de suplementação orçamentária, esta semana, vai garantir os recursos para o reajuste do funcionalismo. E também o Plano Safra. Essa fogueira, dizem deputados governistas, o Executivo pulou.

Não os provoque!
Ao dizer que o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) não fará parte da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), tenta acalmar os ânimos, além de promover a paz entre os Poderes. Ele quer evitar uma investida ainda maior do Supremo Tribunal Federal sobre as emendas de relator.

Falta combinar
Lira, porém, ainda precisa se acertar com o PTB. O partido de Roberto Jefferson tem a prerrogativa de indicar quem quiser para compor o colegiado.

Anfavea em Brasília/ Pela primeira vez em seus 65 anos de história, a Anfavea fará a posse de sua diretoria na capital da República, em 3 de maio. É hora de estar mais perto do centro do poder no Brasil. Entre os que já confirmaram presença está o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mineiro como Márcio Lima, o presidente que assume o comando da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

Iniciativa do bem I/ A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) e a Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Distrito Federal (Adep-DF) lançarão, em 5 de maio, a campanha nacional “Onde há defensoria, há justiça e cidadania”. Para marcar o início da campanha, haverá um mutirão de atendimento jurídico prestado pela Defensoria Pública do Distrito Federal, no pátio da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Iniciativa do bem II/ Os defensores públicos realizarão petições iniciais de direito de família e prestarão orientação jurídica para a população. Haverá, também, atendimentos do Núcleo de Direitos Humanos e do Núcleo de Assistência Jurídica da Central de Relacionamento com os Cidadãos (CRC). Outro destaque será o atendimento do Programa Paternidade Responsável, que proporcionará exames de DNA entre as partes. Os atendimentos serão realizados das 8h às 13h.

Noite de homenagens/ A sessão em comemoração aos 62 anos da TV Brasília, na Câmara Legislativa do DF, reuniu autoridades, diretores do grupo Diários Associados e empresários. A primeira emissora de tevê da cidade é parte da história do Brasil.

Auxílio Brasil permanente é vitória do governo Bolsonaro e da base aliada

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A decisão de tornar o Auxílio Brasil de R$ 400 permanente, conforme emenda do líder do Republicanos, Hugo Motta, foi tomada sob encomenda para dar aos governistas o discurso que impedisse ampliar para os R$ 600 defendidos pelo União Brasil e pela oposição. De quebra, a base do presidente Jair Bolsonaro ainda sai com a narrativa de que levou o governo a rever a proposta de encerrar o Auxílio em dezembro de 2022. A oposição, por sua vez, não teve saída, senão aceitar a proposta do deputado João Roma (PL-BA), que, quando ministro da Cidadania, implantou o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.

A negociação de João Roma foi lida no Planalto como um gol que tirou o governo do desgaste e da discussão dos R$ 400 versus R$ 600. No governo, diz-se que, se Bolsonaro for reeleito, João Roma terá assento garantido no ministério.

Lula, fase um

O discurso de Lula sobre o aborto, revisão da reforma trabalhista e militares em cargos civis foi feito com o objetivo de agregar os partidos de esquerda em torno de sua candidatura. Deu certo. PSol, que, em 2018, lançou Guilherme Boulos, já fechou com Lula. Assim como o PSB, que não apoiou integralmente o PT, e o PCdoB. Naquele ano, a legenda ensaiou a candidatura de Manuela D’Ávila, que terminou vice de Fernando Haddad.

Lula, fase dois
Agora, o ex-presidente voltará sua atenção para o centro, de olho em construções que possam levar a turma da terceira via a apoiá-lo num provável segundo turno contra Bolsonaro. O PT acredita que a polarização está posta e não tem mais volta. Esse discurso moderado e voltado ao centro começa em 3 de maio, no ato com Paulinho da Força, do Solidariedade.

Daniel, jurista de recado
A indicação do deputado Daniel Silveira para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara pelo seu partido, o PTB, foi vista como uma chacota ao Supremo Tribunal Federal e um recado: ali, na Câmara, quem manda são os deputados.

Finalmente
O governo federal enviou uma comissão para verificar a denúncia de estupro e morte de uma menina ianomâmi de 12 anos. Antes tarde do que nunca.

Eles são de todos/ Todos os pré-candidatos ao Planalto que foram à 23ª Marcha dos Prefeitos saíram de lá com a sensação de que terão apoio da maioria dos prefeitos. Só tem um probleminha: nos bastidores, os prefeitos só querem saber mesmo é das RP9, as emendas de relator.

Apostas/ O União Brasil calcula que poderá eleger dez deputados no Rio de Janeiro. Para isso, porém, quer distância da tal terceira via e uma aproximação com Jair Bolsonaro.

Sai daí rapidinho!/ Aliás, os planos estaduais do partido é que levam o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, a pensar seriamente em abandonar as conversas da terceira via com o PSDB, o Cidadania e o MDB. Ele já percebeu que dificilmente sairá consenso entre essas agremiações. A avaliação no União é a de que João Doria, do PSDB, não desistirá da candidatura. Nem Simone Tebet, do MDB.

Enquanto isso, no Ceará…/ O ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB) é pré-candidato a deputado federal e, se eleito, tem grandes planos. Por exemplo, concorrer à Presidência da Câmara, se Lula vencer a eleição presidencial.

… o céu é o limite/ Depois que o secretário-geral do PT, Paulo Teixeira, declarou com todas as letras à coluna que não irá apoiar Arthur Lira, os aliados de Lula estão todos pensando em ocupar a cadeira onde hoje está o alagoano.

Ação eleitoral: União Brasil quer Auxílio Brasil de R$ 600

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A reunião do União Brasil serviu de termômetro do que está por vir no plenário da Câmara, quando a Medida Provisória do Auxílio Brasil de R$ 400 for à votação. Dos 52 deputados da bancada, nenhum foi contra quando Danilo Forte defendeu que o partido apresente uma emenda passando o benefício para os R$ 600 pagos no primeiro ano da pandemia, de forma a não deixar essa “bondade” como obra dos partidos de oposição. “Todos os entes federados tiveram aumento de arrecadação. E já que não querem ceder em impostos para aliviar o preço da energia e dos combustíveis, que deem esse dinheiro para a população mais pobre”, defendeu Forte, com o aval de toda a bancada. O único que ficou calado foi o líder, Elmar Nascimento. E, diz o ditado, quem cala consente.

Os partidos mais ligados ao governo, porém, vão apostar nos R$ 400, o piso do Auxílio que, em alguns casos, ultrapassa o valor de R$ 800. E deixar claro que é melhor aprovar do jeito que está do que voltar aos parcos recursos pagos pelo antigo Bolsa Família. A discussão promete.

Cena fluminense

Alguns cultos evangélicos no interior do estado do Rio de Janeiro começam com a entrada da bandeira do Brasil e o Hino Nacional. Quem esteve por lá recentemente viu que, quando a música para, um pastor diz: “A nossa bandeira jamais será vermelha”.

Eu sou você amanhã
Dificilmente, a maioria da Câmara dos Deputados vai corroborar a ordem do STF, de cassar o mandato de Daniel Silveira. A ordem que impera nos partidos é na linha do que foi dito pelo presidente Arthur Lira, ou seja, o Parlamento é quem decide a sorte dos deputados.

Direito autoral
Se fosse por um processo interno, Daniel poderia ser até punido, mas cassação por ordem do STF os parlamentares tendem a rejeitar.

Nossos índios estão sozinhos
A denúncia do caso de estupro e morte de uma menina ianomami de 12 anos, em Roraima, obteve até aqui respostas protocolares das autoridades locais. Em Brasília, silêncio de todos os ministérios, seja de Direitos Humanos, seja da Justiça. E se fosse a sua filha?

Terrivelmente chateado/ A alguns amigos, o presidente Jair Bolsonaro disse que, se soubesse que o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, votaria contra Daniel Silveira, teria escolhido Ives Gandra Martins Filho ou Augusto Aras para o STF.

Por falar em escolhas…/ O ex-ministro Carlos Marun (MDB) decidiu que não será candidato a nada. “Descobri que há vida fora do Parlamento”, diz ele.

A boa regra/ Na exposição em homenagem aos 62 anos de Brasília e do Correio, diversas autoridades comentavam o indulto a Daniel Silveira — exceto o ministro Gilmar Mendes. Ele só fala nos autos.

Portfólio/ Onde a deputada Bia Kicis vai, ela carrega o relatório do trabalho de seu período na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Em 2021, em plena pandemia, foram apreciadas ali, em 2021, 934 matérias, entre elas o projeto que prorrogou o subsídio para 17 setores da economia, que ela negociou pessoalmente com o ministro Paulo Guedes.

Bolsonaro põe STF na arena política

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Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza (interino)

O indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira, contrariando o entendimento de dez ministros do Supremo Tribunal Federal, empurra o Poder Judiciário ao terreno do bolsonarismo. O gesto do chefe do Planalto põe a política no caminho da Justiça, em um ano eleitoral. O desgaste para os integrantes da mais alta Corte de Justiça do país será incontornável.

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Ao justificar a concessão do perdão ao parlamentar, Bolsonaro empregou argumentos jurídicos, como defesa da liberdade de expressão, e noções subjetivas, como a de que a “sociedade encontra-se em legítima comoção”. O objetivo, entretanto, é claramente político. Não se trata de preservar um senso de justiça, mas manter no campo eleitoral uma controvérsia que, na última quinta-feira, ganhou claro entendimento no Judiciário.

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O STF pode frear o ímpeto presidencial em resposta ao decreto, mas não conseguirá evitar a tensão institucional detonada pelo Palácio do Planalto, com evidentes efeitos políticos e econômicos. Note-se que o réu em questão foi condenado por incitação a atos antidemocráticos e ataques aos ministros do Supremo.

“Covarde”
Paola Daniel, esposa de Daniel Silveira e pré-candidata a deputada federal, cobrou uma reação mais firme do chefe da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). “Daniel Silveira não é criminoso para ter pena estipulada. Ele não cometeu crime algum e posso garantir que ele não está assustado. Está ainda mais decidido a despertar pessoas para o que poderemos enfrentar. Arthur Lira é um covarde!”, escreveu em uma rede social.

Joio e trigo
Quando ainda não era ministro do Supremo, André Mendonça deixou claro aos senadores que o ouviam em sabatina. “Na vida, a Bíblia. No Supremo, a Constituição”, dizia, sinalizando que saberia distinguir religião e laicidade. Ontem, diante da revolta de bolsonaristas com a condenação a Daniel Silveira, o ministro recorreu às suas convicções morais e jurídicas. “Sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e [b] como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja”, disse.

Está bagunçado

A crise na comunicação da pré-campanha de Lula obrigou o petista a intervir. Ontem, o partido dispensou o marqueteiro Augusto Fonseca, em um revés para o ex-ministro Franklin Martins, até aqui chefe da estratégia de comunicação da campanha de Lula. “A campanha vai ser mais ampla que o PT” e Lula vai “resolver a questão”, disse ao Correio uma fonte do entorno do ex-presidente. O partido ainda não decidiu quem vai ser o novo marqueteiro.

Pé quente
Setores do PT tentam emplacar um marqueteiro mais ligado ao partido. O preferido é o publicitário Sidônio Palmeira, que esteve à frente das campanhas vitoriosas do partido ao governo da Bahia em 2006 e 2010, com Jaques Wagner, e em 2014, com Rui Costa.

Reajuste suspenso
O ministro do STF Luís Roberto Barroso suspendeu o reajuste extra concedido a servidores da saúde, educação e segurança pública de Minas Gerais
. O subsídio foi aprovado pela Assembleia Legislativa do estado e elevou em 14% os salários do funcionalismo. Com a decisão do magistrado, fica valendo o reajuste 10,06% dado a todos os servidores do estado. A medida fica em vigor até a análise do caso pelo plenário da Corte. Na decisão, Barroso alertou para o “risco de impacto significativo e irreversível nas contas do Estado”.

A guerra do auxílio
O governo se articula para barrar a tentativa da oposição de aumentar o valor do Auxílio Brasil para R$ 600. O Planalto pretende deixar a medida provisória que complementa os pagamentos do programa caducar e, em seguida, editar um decreto para fixar o benefício em R$ 400 até o fim de 2022. PT, PSol, PSB, PCdoB e PDT tentam, além de elevar o valor do Auxílio Brasil, tornar o benefício permanente. Nesta guerra, além do cálculo eleitoral, pesa a questão orçamentária.

Mais arrocho
Recentemente elogiado pelo ex-ministro Guido Mantega, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, segue fiel à amarga receita para conter a inflação. A investidores estrangeiros, em Washington, ele disse que o Copom deve aumentar a taxa Selic em um ponto percentual na reunião prevista para o início de maio. Atualmente, a Selic está em 11,75%. Na avaliação do presidente do BC, é “apropriado continuar avançando significativamente no processo de aperto monetário para um território ainda mais restritivo”.

A volta da tensão entre os Poderes e da guerra às fake news

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Os recados nos discursos de abertura dos trabalhos do Poder Judiciário, tanto do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, quanto do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, indicam uma nova temporada de embates entre os Poderes. Ambos pediram bom senso e equilíbrio aos brasileiros, em especial aos candidatos. Barroso subiu um pouco mais o tom, ao dizer, com todas as letras, que o presidente da República vazou dados sigilosos das urnas eletrônicas. A fala do ministro foi vista no Planalto como um “puxão de orelhas” indevido de Barroso ao chefe do Executivo. A guerra continuará.

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Vale lembrar que, da mesma maneira que reclamou do presidente da República, Barroso defendeu, ainda, que “todas as plataformas que queiram operar no Brasil têm de estar sujeitas às leis brasileiras”. “Não podemos deixar se transformar num espaço mafioso, de venda de drogas, armas, e notícias falsas.” Significa que, além das tensões com o presidente da República, o país viverá um processo de embate com as redes sociais. De tédio não morreremos.

A aposta dos bolsonaristas

Parlamentares aliados ao governo acreditam que a pior fase da queda de popularidade já passou. Agora, com o Auxílio Brasil de R$ 400 e o respiro da economia, inclusive com a queda na cotação do dólar, os políticos simpáticos à reeleição do presidente avaliam que, a partir do final de março, início de abril, Bolsonaro apresentará melhores índices.

Um cargo para quatro
Corre na Câmara que o presidente da Casa, Arthur Lira, prometeu o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União a, pelo menos, três pessoas: o ex-relator do Orçamento, Hugo Leal (PSD-RJ); a deputada Soraia Santos (PL-RJ), integrante da Mesa Diretora; e o deputado Jhonatas de Jesus (Republicanos-RR). E ainda tem Fábio Ramalho, que foi candidato à Presidência da Câmara nessa corrida.

Vai dar problema
Ex-relator do Orçamento, Hugo Leal percorre o país em busca de votos com as emendas do relator, as RP9, debaixo do braço. Jhonatas e Soraia não gostaram. Enquanto não houver uma solução que contente a todos, o jeito é adiar a escolha do nome que substituirá a ministra Ana Arraes a partir de agosto.

O jeitão da coisa
Fábio Ramalho, como a coluna relatou ontem, está bem colocado nessa disputa, uma vez que muitos deputados veem a escolha do parlamentar mineiro como uma compensação por não ter dado ao colega votos para presidente da Casa no ano passado.

Compensei aí, “talquei”?/ Com a presença do presidente Jair Bolsonaro nas áreas afetadas pelas chuvas em São Paulo, os estrategistas do governo esperam amenizar a ausência dele no início do ano, na Bahia, quando o estado nordestino passou por problemas semelhantes ao vivido agora por São Paulo. Naquela época, em férias, Bolsonaro enviou seus ministros.

Ali, não dava para faltar/ Na Bahia, lembram os maldosos, Bolsonaro não foi porque não obteve tantos votos quanto em São Paulo.

Por falar em votos…/ No Rio, o PSB vislumbra uma guerra dos deputados Alessandro Molon e Marcelo Freixo. Molon quer concorrer ao Senado, numa parceria com o PSD do prefeito Eduardo Paes. Freixo quer disputar o governo local em parceria com o PT. Essa briga só termina quando houver um desfecho a respeito da federação.

… a conta não fecha/ Quanto mais os partidos de esquerda se reúnem em busca de uma federação, mais distantes PT e PSB ficam de um desfecho para a união das legendas como se fosse uma única sigla. O que causa resistência, agora, é a proposta do PSB, de que estados e municípios governados pelo partido tenham o direito de escolher os candidatos a governador, agora, e a prefeitos, daqui a dois anos. A turma petista de Pernambuco não pretende deixar o PSB definir quem será o postulante a prefeito de Recife daqui a dois anos. Brigam agora e pelo futuro. Mau começo.

Depois do Auxílio Brasil, governo prepara ajuda à geração ”nem nem”

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Depois da medida provisória para garantir os R$ 400 no programa que substituiu o Bolsa Família, o governo prepara um programa para ocupação de jovens que estão no “nem-nem” — nem trabalham nem estudam. A ideia é batizar de Voluntariado Brasil, mas o nome ainda não está totalmente fechado. O programa consiste em dar às prefeituras interessadas uma forma de contratar jovens entre 18 e 24 anos, com dificuldades de colocação no mercado, com meio salário mínimo. O beneficiado ficaria vinculado à permanência na escola no outro turno, de forma a garantir uma qualificação e alguma experiência de trabalho.

Politicamente, o programa pode ajudar o governo a abarcar mais um naco do eleitorado jovem. O Planalto, obviamente, não faz qualquer menção aos benefícios eleitorais que a iniciativa pode proporcionar ao presidente Jair Bolsonaro. Mas, para quem está precisando melhorar seus índices junto à população, será mais um projeto promissor.

Nem Mourão nem Braga Netto

Bolsonaro comentou com aliados, recentemente, que Hamilton Mourão não será mais vice e que o atual ministro da Defesa, Walter Braga Netto, não agregaria tantos votos quanto o presidente necessita. Por isso, a inclinação é por uma mulher na vaga de vice em sua chapa à reeleição. No topo da lista está a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A ideia é segurar o agro e pegar um pedaço do União Brasil.

Por falar em União Brasil…
Bolsonaro vai, aos poucos, tentando dinamitar o futuro partido de Luciano Bivar (PSL) e de ACM Neto (DEM). Além de Tereza Cristina como vice, ele colocou abertamente o deputado Vitor Hugo, que irá para o PL, como candidato ao governo de Goiás.

…A vida não será fácil
Bolsonaro jogou a candidatura de Vitor Hugo da mesma forma que mencionou, há meses, a de Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura. No caso de Goiás, comentando com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, o presidente irritou o PL, que tem a deputada federal Magda Mofatto como pré-candidata a governadora e, ainda, o atual governador Ronaldo Caiado (DEM), criticado por manifestantes.

Reciprocidade
A ideia inicial da Anvisa era exigir o passaporte da vacina a todos os estrangeiros que desembarcassem no Brasil. Alguns técnicos ainda não desistiram de fazer com que Bolsonaro adote essa ideia para países que cobrarem esse documento dos turistas brasileiros.

Agora é, invariavelmente, assim/ O fatiamento de propostas de emendas constitucionais, para promulgação imediata apenas da parte consensual, já era pedra cantada pela coluna há dias, conforme informação apurada junto aos líderes governistas. O anúncio oficial demorou porque era preciso cumprir o ritual de conversas, processo que já virou moda em relação às emendas constitucionais.

Ranking na área/ Hoje tem cerimônia de premiação do Ranking dos Políticos 2021, que reconhece os melhores deputados estaduais, federais e senadores. Este ano, 200 parlamentares serão agraciados, depois de uma seleção com base nos critérios de combate a privilégios, ao desperdício
e à corrupção.

Minas, o objetivo de todos/ Pré-candidato ao Planalto pelo Novo, Felipe D’Ávila desembarca, nesta sexta-feira, em Belo Horizonte para almoçar com o governador Romeu Zema — que, dia desses, almoçou com Sergio Moro, mas declarou apoio total ao candidato do partido.

A terra dele ninguém tasca/ Quem tem esperança de sair com os votos fechados dos mineiros para garantir um espaço e tentar se firmar como candidato é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Hoje, ele estará no almoço do grupo Lide Empresarial do DF, ao lado do comandante do colegiado por aqui e presidente do PSD local, o ex-governador Paulo Octávio.

MP dos R$ 400 põe o Congresso na berlinda

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A medida provisória que o governo editará para garantir os R$ 400 de Auxílio Brasil este mês vem no sentido de dar ao presidente Jair Bolsonaro o discurso de que fez tudo o que estava ao seu alcance para garantir um Natal melhor para os brasileiros. Se não conseguiu, a culpa foi do Congresso.

O cálculo dos bolsonaristas é de que não dá para esperar mais. Especialmente diante da identificação de Lula com os programas de combate à fome e dos planos do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) de criar uma Agência de Combate à Pobreza, para ter de quem cobrar metas e serviços nessa área. Bolsonaro quer sair com o discurso de que, enquanto os outros prometem,
ele é que faz.

Turma de Moro em campo

O governo está em alerta para o depoimento do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, à comissão de Fiscalização e Controle do Senado para explicar a liberação de recursos para a compra de tratores. O autor do pedido de convocação foi o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), que, no domingo, estava no Recife para acompanhar o lançamento do livro de Sergio Moro.

O que vem lá

A bancada do Podemos promete ser cada vez mais ativa no sentido de buscar explicações sobre a aplicação de recursos por parte do governo federal. Na sessão de hoje, por exemplo, será exposto o direcionamento de verbas para alguns municípios que têm outras prioridades distantes da distribuição de tratores patrocinada pelas emendas.

Por falar em STF

O ano chegou ao fim e, até aqui, o Congresso não apresentou os padrinhos mágicos das emendas do relator do Orçamento, contrariando a decisão do Supremo Tribunal Federal. E, ao que tudo indica, só o fará no ano que vem. E olhe lá. As cobranças, porém, não vão cessar. Hoje, por exemplo, essa informação será solicitada ao ministro Rogério Marinho.

Depois do lockdown

Agora é o passaporte da vacina que virou o samba da maluquice no Brasil. Umas capitais vão exigir, outras, não. Assim como as medidas de restrição, o governo federal chega atrasado, e com o Supremo Tribunal Federal estipulando prazo para essa providência.

Tucanos & juristas/ A festa de aniversário da deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), na semana passada, mostrou que o poder chegou mesmo ao período das confraternizações, que deixam as rusgas de lado. Guiomar e Gilmar Mendes cederam a casa, que reuniu a política de A a Z.

Tucanos & bolsonaristas/ Por lá, passaram Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Aécio Neves e Rodrigo de Castro, ambos do PSDB mineiro, e outros. As apostas sobre o futuro do PSDB estavam em todas as rodas. Mas os bolsonaristas se sentiram em casa.

Tucanos & ministros/ A festa reuniu, ainda, os ministros da Secretaria de Governo, Flávia Arruda; o da Saúde, Marcelo Queiroga; e, de quebra, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que preside o PP. Há quem diga, aliás, que Mariana não descarta uma mudança para o Progressistas e, assim, para a base do presidente
da República.

Depois da vitória do Galo…/ Circulou no grupo de WhatsApp dos parlamentares fotos dos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Antonio Anastasia (PSD-MG) com camisas do time. Só faltou, dizem as excelências, os dois serem mais efusivos nas comemorações. A “bancada do Galo”, como brincam os senadores, está muito comedida.

Se tiver pedalada, agora se descobre

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Depois de 20 anos sem se agarrar nesse serviço, o Comitê de Fiscalização de Execução Orçamentária fará um estudo aprofundado para saber como estão as despesas da União em programas-chaves do ponto de vista social. O presidente do comitê, deputado Danilo Forte (PSDB-CE), já listou, pelo menos, 10 áreas que terão relatório até o final do ano. Já tem gente no Congresso se referindo a esse trabalho como “a busca da pedalada” de Bolsonaro — ou seja, se houve gasto sem cobertura orçamentária.

Estão na mira o fundo do regime geral de Previdência, todos os programas sociais a cargo do Ministério da Cidadania — como adiantamentos ao antigo Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, seguro-desemprego e abono —, repasse a organismos internacionais, transferências a estados, municípios e ao Distrito Federal e, para completar, as RP9 — as emendas de relator. Pode se esperar confusão entre o governo e o Parlamento.

A lupa nos repasses a estados, municípios e ao DF se dará sobre os recursos repassados para o combate à covid-19. Esse trabalho estava no escopo da CPI da Covid, mas não foi feito. “A ideia desse trabalho é cobrar mais transparência na aplicação de recursos públicos em todas as áreas. Elencamos essas (transferências) para dar tempo de fazer até o final do ano”, diz o deputado.

Militares insatisfeitos
Se tem algo que o meio militar não quer saber é de privatização da Petrobras. No Congresso, a proposta hoje não passaria. Os estudos sobre venda de ações também não estão agradando.

As contas de Valdemar
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, está convencido de que a presença dos Bolsonaro no partido ajudará a alavancar a formação de uma bancada expressiva, mesmo sem coligações. Daí o convite, em vídeo, para que o presidente da República e seus filhos ingressem na legenda.

Noves fora…
O PL, quando se chamava Partido da República (PR), elegeu 33 deputados em 2018 e 34, em 2014. Com Bolsonaro, os cálculos indicam que é possível fazer mais do que isso ou, pelo menos, manter o partido nesse patamar. Em 2018, o PSL, embalado por Bolsonaro, elegeu 52 deputados federais.

O estrago está feito
A avaliação do governo é de que o desgaste que a pandemia poderia causar a Bolsonaro está feito, e a leitura do relatório da CPI da Covid não vai mudar isso. A ordem, agora, é voltar as baterias para as instâncias jurídicas, que vão tratar dos pedidos de indiciamento.

Estamos todos bem/ Aliados do governo acreditam que o placar de hoje, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será favorável à chapa de Bolsonaro no processo sobre disparos em massa de notícias falsas na campanha eleitoral.

Estações separadas/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deflagrou um movimento para deixar projetos políticos de 2022 longe da pauta de votações no Senado.

Ministro roda o Nordeste/ Enquanto o governo busca recursos para ampliar o Auxílio Brasil, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, anda por todo o Nordeste, na Jornada das Águas. Ele só deve voltar a Brasília na semana que vem.

Maratona/ Marinho leva no bolso ordens de serviço para retomada de obras paralisadas, projeto de integração de bacias, inaugurações e apoio a projetos locais e estaduais. Politicamente, é uma forma de Bolsonaro mostrar serviço na região onde tem mais dificuldades eleitorais.

Placar da PEC da Vingança é recado para Arthur Lira

Publicado em coluna Brasília-DF

A derrota da PEC da Vingança, que pretendia fazer com que os congressistas pudessem influir na escolha dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público, foi lida como uma revolta de parte do baixo clero contra o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A turma está irritada porque considera que as RP9, as emendas de relator, por exemplo, representam um privilégio de poucos. Os deputados avaliam, ainda, que o presidente da Casa está se sentindo tão poderoso que começou a jogar só para si, e não para o colegiado. Os parlamentares preferem ter seu espaço de negociação direta com o Poder Executivo, sem intermediários, como um presidente para lá de empoderado. Por isso, avaliam alguns, Lira, em vez de 330, como esperava, ficou em 297 votos. Agora, cabe ao presidente da Câmara estudar o resultado e buscar resolver as diferenças.

Vale lembrar: a derrota da PEC se dá ainda no mesmo dia em que uma operação no Amapá fisgou o primo de Davi Alcolumbre (DEM-AP). Faltando um ano para a eleição, tem muita gente convicta de que não é o momento de brigar com o Ministério Público.

Vai dar R$ 500

Aliados de Jair Bolsonaro já fizeram os cálculos e o novo valor do Auxílio Brasil, somado ao vale-gás, chegará a R$ 500 em transferência de renda aos mais pobres. Com isso, avaliam alguns, Bolsonaro terá fôlego entre os menos favorecidos.

Deixar sangrar
Com o adiamento da votação do relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Covid, a estratégia é discutir o tema ao longo dos próximos dias. Quanto mais se esticar este assunto, mais desgaste para Bolsonaro.

E a Petrobras, hein?
Logo depois no café com a Frente Parlamentar Brasil Competitivo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi incisivo quando perguntado sobre estudos para privatização da Petrobras: “Não há nenhum estudo no âmbito do governo, no Ministério da Minas e Energia, sobre a privatização da Petrobras. O presidente não conversou comigo, não tomei conhecimento desse assunto nem ouvi o que ele falou. Não há nenhum estudo em relação à privatização”, respondeu, com cara de quem não gostou muito da pergunta.

Rodrigo Pacheco no jogo
Quem acompanha o Blog da Denise soube da conversa que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), teve com o presidente do DEM, ACM Neto, para avisar que está deixando o partido e vai se filiar ao PSD, na próxima quarta-feira. Na nova legenda, conforme o leitor da coluna e quem acompanha o programa CB.Poder já sabe há tempos, tem vaga garantida para concorrer ao Planalto. O tom da conversa com Neto não foi de rompimento e, sim, de abertura de frentes rumo a 2022.

Mineiro não perde o trem
Pacheco chega antes da definição do candidato do PSDB ao Planalto, a ser escolhido na prévia de 21 de novembro. E vem com vontade de levar adiante a reforma tributária ampla, projeto que tem defendido desde que assumiu a Presidência do Senado. Quer ter como cartão de visitas a paciência e a capacidade de diálogo.

Muita calma nessa hora
Enquanto presidente do Senado, Pacheco se colocará à disposição para concorrer ao Planalto, mas, antes de colocar os dois pés na candidatura, vai se movimentar nos bastidores e trabalhar as chances de aliança. Tem mais quatro anos de mandato de senador e, assim como JK, a sorte sempre lhe sorriu.

O suco ferveu…/ A campanha do Sindilegis, que desde terça-feira distribui garrafinhas de suco de laranja com a foto de parlamentares favoráveis à reforma administrativa (PEC 32) no rótulo, incomodou a ponto de Arthur Lira tentar impedir a circulação dos rótulos com o seu rosto estampado.

… e rendeu/ Um deputado ficou tão irritado que tentou dar uma “carteirada”, e pedir ao Governo do Distrito Federal que impedisse a circulação dos carros de som nas quadras onde há residências oficiais dos parlamentares. O pedido “deu água”.

Outubro rosa na Embaixada/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro e o grupo de mulheres contra o câncer do Hospital de Base participaram da inauguração da nova iluminação da embaixada de Israel, como parte do mês de conscientização e combate ao câncer de mama. A solenidade é também parte das boas-vindas do embaixador Daniel Zonshine e da embaixatriz Loira Zonshine ao Brasil. No mês passado, a primeira-dama dançou em evento na Embaixada da Índia.

Lobby Stories/ Esse é o título do livro do consultor Jack Corrêa, que promete agitar o mundo da política na capital do país. Cenas reais de uma vida nas antessalas do poder. O lançamento em Brasília será em 9 de novembro, na Trattoria da Rosário, de 18h às 21h.