A simbologia do MST

Publicado em coluna Brasília-DF

De caso pensado, os petistas concentraram as manifestações de hoje no Movimento do Sem-Terra com dois objetivos: o primeiro, obviamente, está explícito, a defesa da liberdade de Lula e da candidatura do ex-presidente. Entretanto, o que os petistas querem de verdade, e só admitem em conversas bem reservadas, é reforçar o discurso daqueles que pretendem ver no segundo turno o ex-capitão Jair Bolsonaro, do PSL.
Até aqui, Bolsonaro tem defendido o enfrentamento direto com o MST. Com esse discurso, tirou votos do PSDB no setor do agronegócio, em especial, no Centro-Oeste. Agora, com a marcha do MST sobre Brasília, os petistas esperam mostrar força, mas também dar uma ajudinha a Bolsonaro a manter essa parcela do eleitorado que, em alguns casos, volta suas atenções para Alckmin. Afinal, os petistas, não só querem chegar ao segundo turno, como, de quebra, escolher o adversário.

E agora?

A turma do Paraná ficou atônita com a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, de tirar das mãos de Sérgio Moro parte das delações da Odebrecht. Isso terminará por dar uma ajudinha a Guido Mantega que, essa semana, virou réu, suspeito de negociar medidas provisórias. Até descobrir o que pode ficar e o que não pode, dizem alguns procuradores, Mantega já terá escapado ileso desse processo.

Fica esperto, Geraldo

Parlamentares oriundos do Nordeste consideram difícil replicar a campanha de Geraldo Alckmin na região. É que, lá, Lula lidera, Bolsonaro e Marina surgem na casa dos dois dígitos e Alckmin tem por lá o que Henrique Meirelles consegue no plano nacional. Portanto, ou o tucano amarra o diálogo com os prefeitos, ou não terá quem faça sua campanha por lá.

Por falar em Nordeste…

Fernando Haddad e Manuela D’Ávila embarcam, na semana que vem, para estados da região. A ordem é começar a fazer pegar no eleitorado de Lula o bordão, “Haddad é Lula, Lula é Haddad”.

Olho nele

Os senadores Renan Calheiros (MDB) e Benedito de Lyra (PP) não tiram os olhos dos movimentos de Ronaldo Cunha, filho da ex-deputada Ceci Cunha (PSDB-AL), assassinada em 16 de dezembro de 1998. Quem conhece a política no estado acredita que um dos dois perderá a vaga ao Senado para o filho de Ceci. Para quem não se lembra, o ex-deputado Talvane Albuquerque (PFL-AL) foi condenado há 100 anos de prisão como mandante do crime. Ele não se conformava por ter perdido a eleição.

Se aplausos significam votos…/ O Diálogos da União Nacional das Entidades de Comércios e Serviços (Unecs) com os presidenciáveis teve três mais aplaudidos: Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Alvaro Dias. Fernando Haddad, do PT, e Henrique Meirelles, do MDB, não arrancaram tantos aplausos efusivos.

…/ Jair Bolsonaro não foi ao evento da Unecs. Os empresários comentavam em conversas reservadas que, quando a conversa requer uma visão mais aprofundada do programa de governo, o candidato do PSL dispensa convites e alega problemas de agenda.

Estrutura enxuta/ Candidato a vice na chapa de Lula, Fernando Haddad começa a campanha com assessoria formada por três pessoas: Ex-chefe de comunicação na prefeitura, Nunzio Briguglio, e, ainda, Laio Morais e Frederico Assis, que cuidará da agenda.

Só no filé/ Um dos homenageados do prêmio Congresso em Foco, o senador Magno Malta (foto), do PR-ES, não se fez de rogado. Quando a mestre de cerimônias anunciou que o jantar estava servido, ele fez cara de paisagem para a fila que se formava na ponta do buffet, ao lado dos pratos. Estrategicamente posicionado na outra ponta, onde estava o rechaud da carne, ele pediu um prato ao garçom e se serviu na contramão, sem a menor cerimônia.