Sem controle

Publicado em coluna Brasília-DF
Nas conversas reservadas que manteve no encontro do PMDB promovido pela Fundação Ulysses Guimarães, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, confidenciou com os colegas que estava com dificuldades de arregimentar votos em favor do governo para manutenção de todos os vetos que estariam em pauta ainda ontem à noite. A expectativa era a de que, se os vetos fossem mantidos, seria aos “trancos e barrancos”.
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Moral da história: o governo cede cargos em todos os níveis, mas os deputados não correspondem em bloco aos desejos do Planalto. A esperança do Poder Executivo era o Senado.
Três meses sem DRU
O governo passará o primeiro trimestre sem poder adotar a Desvinculação das Receitas da União. É que a emenda constitucional só será aprovada em março. E na melhor das hipóteses.
Sem-jeito mandou lembrança
O secretário executivo do Ministério dos Esportes, Ricardo Leyser, soube apenas pelo Diário Oficial da União que estava fora do cargo a menos de um ano das Olimpíadas. Será substituído por Marcos Lima, do PRB de Roraima.Tudo por votos do partido no Congresso Nacional.
Eike e as empreiteiras
O empresário Eike Batista deu a entender na CPI dos Fundos de Pensão que faliu porque usou capital próprio e de parceiros privados para seus negócios e não fez como as empreiteiras. Também disse desconhecer que o Postalis (fundo de pensão dos Correios) tenha investido na EBX. Os integrantes dos fundos de pensão presentes à reunião não acreditaram. “Se é assim, por que ele não faz uma doação ao Postalis?”
PMDB, a largada
O encontro promovido pela fundação do partido deixou os peemedebistas com a sensação de começo de um caminhar rumo ao rompimento com o PT. No balanço das horas, os discursos pró-afastamento do governo dominaram a reunião, dando a direção para a convenção do ano que vem. Se a popularidade do governo Dilma não melhorar, a ala do contra vai encorpar.
 
“O PMDB não tem dono, mas está alugado”
Lúcio Vieira Lima, deputado, na reunião do partido
Amigos, amigos…/ Eduardo Cunha chegava à reunião do PMDB quando, na porta do Hotel Nacional, o deputado José Priante comentava: “Não posso esperar. Estou atrasado”.
Sarney, o safo/ Depois das pequenas vaias ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o ex-presidente José Sarney deu um jeito de não citar um a um os integrantes da mesa, evitando assim novos constrangimentos: “Considerem-se todos cumprimentados na pessoa do vice-presidente Michel Temer”.
Em boca fechada…/ A sessão da Comissão Mista de Orçamento estava quase terminada quando um deputado lembrou que, na era da votação eletrônica, ali ainda ocorria tudo de forma manual. Danilo Forte (PSB-CE) na hora reagiu: “Faltou orçamento”. A presidente da CMO, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), respondeu na hora: “O senhor foi relator do Orçamento, poderia ter colocado os recursos”. Foi um “ishhhhh” geral na plateia.
…Não entra mosca/ Outro que causou constrangimento na comissão foi o senador Ronaldo Caiado (foto), do DEM-GO. Parlamentares de países africanos na plateia, ele se saiu com esta: “O que está se discutindo aqui (meta fiscal) não acontece em nenhum lugar do mundo, talvez em algum país africano”. Foi um constrangimento geral.