A demora do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, em anunciar o futuro secretário de Segurança Pública tem lá suas razões. É que desde que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, decidiu deslocar o general Carlos Alberto Santos Cruz para o Planalto, começou uma discreta queda de braço entre militares e policiais federais para o cargo. Moro até gostaria de colocar um policial por ser o grupo como qual tem mais afinidade. Porém, já tem muitos representantes da corporação na equipe do futuro ministro. Há quem diga que a preferência do presidente eleito é por um militar, de forma a facilitar a conversa quando for necessário alguma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) pelo país afora.
Há ainda quem veja outro problema: Moro está se dedicando muito ao combate ao crime organizado, tarefa para lá de nobre e urgente, porém, com reflexos a médio e longo prazo. E deixando meio de lado as outras funções do Ministério da Justiça, que hoje é o maior cipoal de temas, como, por exemplo, imigração, assunto que ganha cada vez mais importância no país. Ninguém duvida que Moro vai montar uma nova operação mãos limpas na América do Sul e a maioria aplaude. Entretanto, um ministro da Justiça não pode esquecer as outras áreas.