O lançamento da pré-candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, à Presidência da República mudou a direção dos ventos na base governista. Ainda que seja “só para valorizar o passe”, conforme repetem alguns deputados do próprio DEM, o fato é que os movimentos de Rodrigo fizeram com que deputados fossem ao Planalto pedir um tratamento melhor, caso contrário, seguiriam o democrata. Daí, a ideia de chamar os líderes para aquela conversa olho no olho.
Há o receio de que, enquanto presidente da Câmara, Rodrigo dê uma guinada nos projetos da Casa, de forma a marcar o distanciamento do governo e a sensibilidade aos desejos do cidadão comum e do empresariado. Para esta semana, Rodrigo programou a continuidade da pauta relacionada à segurança pública. Mas, para as próximas, a tentativa de Rodrigo é descolar do governo e arriscar refletir nas combalidas contas públicas. É tudo o que o Planalto não quer. Rodrigo fez acender o alerta contra tempestades. Não se sabe, porém, se as ventanias virão seguidas de chuvas e trovoadas. No momento, todo o cuidado é pouco.
Ex-ministro sob os holofotes I
A Ordem dos Advogados do Brasil estará de olho hoje em um julgamento que tem o ex-ministro José Eduardo Cardozo como advogado. Ele foi contratado pelo interventor da Fecomércio-RJ, Luiz Gastão, para atuar no Superior Tribunal de Justiça, onde a 1ª Turma vai decidir se a entidade pode continuar comandada por um interventor ou deverá ser dirigida pelo vice-presidente eleito.
Ex-ministro sob os holofotes II
O ex-ministro foi contratado um dia depois de o STJ pautar o processo para julgamento, o que causou desconforto no tribunal. Dos cinco ministros, três foram nomeados por Dilma Rousseff quando Cardozo era ministro. O Sistema Sesc/Senac entrou na Justiça para que o vice-presidente assuma o comando da Fecomércio, depois que o presidente Orlando Diniz foi preso pela Lava-Jato. Porém, a CNC nomeou um interventor.
A rede furada
de Marun
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, não tem tido muito sucesso na empreitada de segurar os deputados no MDB. É que o próprio Planalto tratou tão bem os deputados de outros partidos para conquistar apoios a Michel Temer que as mágoas se acumularam entre os emedebistas.
A esperança é o tempo
O que anima os aliados do deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) é a proximidade das eleições. É que vem aí a Semana Santa, depois, o país engata na Copa do Mundo e o Congresso esfria até o recesso e as eleições. Nesse clima, qualquer processo de cassação de mandato terminará na gaveta.
O problema é o projeto Rodrigo
Os aliados do deputado baiano irmão de Geddel veem apenas um obstáculo à operação salvamento com base no tempo: a pré-campanha de Rodrigo Maia ao Planalto. Lúcio é considerado um nome emblemático para que Maia reforce o discurso de implacável em casos de suspeita de corrupção.
Silhueta // O ex-ministro José Eduardo Cardozo voltou à dieta Ravenna, aquela que deixou a ex-presidente Dilma Rousseff magrinha. O braço direito do ex-ministro foi visto no restaurante da clínica comprando a comida especialmente preparada para quem faz o tratamento.
Melhor comer em casa // Fora da cadeia, o empresário Joesley Batista ensaiou voltar à vida normal com um jantar no restaurante Barbacoa, em São Paulo, no domingo. Depois de um xingamento ostensivo e uníssono pelos clientes, saiu de fininho.
Michel na lida // O presidente Michel Temer é esperado nesta quarta-feira em Ribeirão Preto na abertura da safra de cana 2018-2019. Sabe como é, nada como um evento do agronegócio para testar a popularidade presidencial.
Além dos votos // Os motivos para o deputado paranaense Osmar Serraglio (foto) deixar o MDB vão além do espaço que terá no PP. É que ele não aguenta mais ficar sob o jugo do senador Roberto Requião, o patriarca emedebista no estado. Quando Serraglio foi eleito presidente do partido, Requião o apeou do comando com uma lista de assinaturas. Serraglio jamais o perdoou.