Reajuste do Judiciário nas mãos do eleito
Todos os candidatos a presidente, sem exceção, prometem pedir revisão da proposta de Orçamento que o governo do presidente Michel Temer enviará ao Congresso em 20 dias. Nessa revisão, estará uma tentativa de acordo com o Poder Judiciário para baixar os 16% de reajuste salarial incluído na proposta que o Supremo Tribunal Federal mandará ao Congresso.
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Em tempo: presidente eleito, com a expectativa de poder em alta, costuma ter sucesso quando chama qualquer setor para diálogo. Lula fez isso com a classe empresarial e com os servidores públicos. Collor, com confisco da poupança e tudo, obteve uma trégua. Com o eleito e o Judiciário, não será diferente.
Lula e Collor
Em conversas reservadas, petistas consideram que não está tão ruim o fato de o candidato não poder participar dos debates. Há quem considere que, em 1989, Fernando Collor não participou dos debates de primeiro turno, chegou à final e ganhou a eleição. Lula e o vice, Fernando Haddad, ainda têm uma vantagem: não podem ser cobrados ou atacados pela ausência.
Pela raiz
O debate da Band, tradicionalmente, serve para dar ao mundo da política um cenário de quem são os candidatos mais promissores. Desta vez, fez crescer a certeza de que, embora Geraldo Alckmin não vá tão bem nas pesquisas quanto muitos esperavam, os adversários acreditam que ele pode chegar à final. A ordem entre os concorrentes é desgastá-lo agora, antes da temporada de propaganda eleitoral, quando o tucano vai prevalecer na telinha.
Limão & limonada
Na seleta plateia de empresários em São Paulo, Geraldo Alckmin explicou a aliança com o Centrão de um jeito que todos os presentes conhecem. “Criticam-me porque fiz aliança com partidos de centro, que todos queriam. Mas, para governar, é preciso ter apoio. É melhor fazer antes, porque é em torno de projeto de governo, do que depois ficar fazendo qualquer tipo de acordo”, disse. “Ainda me deu oportunidade de escolher uma pessoa maravilhosa, a senadora Ana Amélia.” A plateia se desdobrou em aplausos.
Alvaro e Rosso
A turma de Alvaro Dias (Podemos), que está com dificuldades de fortalecer os palanques estaduais, saiu do debate da Band comentando que Rogério Rosso (PSD) é uma das apostas para dar mais visibilidade ao candidato. Falta, porém, combinar com o restante do PSD, que fechou coligação com o tucano Geraldo Alckmin.
A hora deles I/ Fora dos debates, Fernando Haddad, do PT, e João Amoêdo, do Novo, terão a oportunidade de expor suas ideias a uma plateia do mundo real. Eles foram convidados pela União Nacional de Entidades de Comércio e Serviços (Unecs) a participar do diálogo com os presidenciáveis nesta terça-feira, em Brasília.
A hora deles II/ Haddad já confirmou presença, assim como Geraldo Alckmin, do PSDB; Marina Silva, da Rede; Alvaro Dias, do Podemos; e Henrique Meirelles, do MDB. Amoêdo, ainda não. Nem Jair Bolsonaro, do PSL. A Unecs congrega várias associações de comércio, atacadistas, bares, restaurantes, lojistas e por aí vai.
No popular/ Terminado o debate da Band, ficou a certeza de que o candidato do Patriota, Cabo Daciolo, vai animar o desfile dos presidenciáveis no quesito “caricatura” em nome de Jesus. Guilherme Boulos, do PSol, não fica atrás. Saiu dali com o título de melhor frase feita, depois de sacar os “cinquenta tons de Temer”, referindo-se aos adversários cujos partidos apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Por falar em Daciolo…/ Há quem explique a participação dele no debate: é passar a ideia de que Jair Bolsonaro é um sujeito equilibrado e sereno. Faz sentido.
Cirão da massa/ Na plateia do debate, o deputado Beto Mansur (foto), do MDB, retrucou ao ouvir Ciro Gomes dizer que vai tirar todo mundo do SPC. “Vou votar no Ciro para pagar minhas dívidas! Pode escrever!”