PT versus PT

Publicado em coluna Brasília-DF

Com Fernando Haddad confirmado candidato do PT a presidente da República, o deputado Andres Sanchez (PT-SP) está a um passo de pedir desfiliação do partido. A bronca entre os dois é antiga e vem desde os tempos da Copa do Mundo. É que, quando Gilberto Kassab (PSD), hoje apoiador do tucano Geraldo Alckmin, era prefeito de São Paulo e a arena do Corinthians era promessa para sediar a abertura do Mundial, a prefeitura fechou um acordo com o clube para emissão de títulos (Certificados de Incentivos de Desenvolvimento, Cids). O Corinthians daria os títulos como forma de pagamento para a Odebrecht. A gestão Haddad, que veio logo depois, cumpriu o acordo e emitiu os títulos. O Ministério Público questionou a operação e os valores dos títulos caíram. A direção do clube queria que a prefeitura recomprasse os papéis pelo valor de face. A prefeitura rejeitou e o Corinthians ficou com o “mico” de R$ 420 milhões na mão.

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Sanchez não é o único insatisfeito com a escolha de Haddad. Há uma parcela do próprio partido que vai insistir em Jaques Wagner. Sinal de que, sem Lula, o PT tende a perder a aparente unidade e a expor suas divisões internas. E, reza a lenda, quem começa uma campanha às turras não chega a lugar algum. Haja visto o PSDB nas quatro últimas eleições.

Últimos atos
Ministros do Supremo Tribunal Federal reclamam em conversas reservadas que a presidente, ministra Cármen Lúcia, dividiu a Corte. Mal sabem eles que vem mais por aí. Além da defesa do fim dos penduricalhos salariais dos magistrados, ela prometeu ao filho de Wladimir Herzog que vai cobrar um posicionamento da Corte sobre o assassinato do jornalista nos porões da ditadura militar.

A “tomada de Brasília”
Os petistas querem aproveitar o registro da candidatura de Lula na próxima quarta-feira para testar seu poder de mobilizar multidões. Até aqui, o partido não conseguiu provocar uma comoção nacional pela liberdade de Lula. Se não conseguir agora, não haverá outra grande oportunidade.

Foro adequado
A tendência dos integrantes da Mesa Diretora da Câmara é levar o pedido de cassação de Paulo Maluf para o plenário da Casa. Em ano eleitoral, será a chance de os parlamentares como um todo dizerem que não compactuam com malfeitos. A ordem é sacrificar um para tentar preservar o todo.

Temer é brasileiro…
…Não desiste nunca de tentar melhorar a popularidade. Esse é um dos fatores que levaram o governo a antecipar para setembro os financiamentos de imóveis até R$ 1,5 milhão pelo FGTS. Agrada o segmento da construção civil e a parte do eleitorado considerada formadora de opinião.

CURTIDAS

O ânimo da tropa / Deputados e senadores não têm dúvidas de que Geraldo Alckmin, se chegar ao segundo turno, será presidente da República. Porém, para passar à segunda fase, terá que apresentar um desempenho melhor nas pesquisas para fazer com que as estruturas que o apoiam peçam votos para o candidato tucano. Até aqui, a sensação geral é a de que esse movimento está fraco.

Por falar em Geraldo…/ O candidato do PSDB foi aconselhado a evitar fotos ao lado de enroscados na Lava-Jato. Apoio não se rejeita. Porém, andar abraçadinho, não dá.

…quem está do lado dele, é ela/ Dona Lu Alckmin (foto) comentou com a coluna logo depois do debate que não terá agenda paralela. Circulará pela campanha sempre ao lado do marido. Pelo menos, por enquanto.

Dias dos Pais / Se você ainda tem seu pai por perto, não se esqueça de abraçá-lo hoje. Feliz Dia dos Pais a todos.


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