Enquanto avalia para onde vai o vice de Geraldo Alckmin, os comandantes dos partidos de centro torcem para que o PT escolha como candidato o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Acreditam que num primeiro turno, Alckmin caminha para ter mais votos do que o petista em São Paulo, provocando o “efeito Aécio”, que terminou perdendo terreno ao ficar em segundo lugar na eleição de Minas Gerais. Jaques Wagner, por sua vez, sai bem do Nordeste e, se provocar um efeito manada na região, abraçará um pedaço inclusive de Minas Gerais, podendo repetir a performance de Dilma Rousseff em 2014. Só tem um probleminha: Lula não é o mesmo dos tempos passados. E nem tampouco Wagner tem o mesmo verniz dos tempos de governador da Bahia. Porém, é nordestino.
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Em tempo: O ex-presidente Lula tem feito esse mesmo tipo de reflexão, enquanto se mantém recluso. E, aos poucos, caminha para a mesma conclusão, transformando Haddad no portador do programa de governo. Lula nunca esquece que Wagner o surpreendeu ao sair candidato a governador da Bahia, em 2006. Haddad, entretanto, é visto pelo petista como “um excelente rapaz”, mas com dificuldades de deslanchar. “Quem manda nele é a mulher”, disse Lula certa vez a um amigo.
Onde pega 1
A turma de Geraldo Alckmin está convencida de que o desafio, a partir de agora, é tirar votos do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Daí, a inclinação por Tereza Cristina (DEM-MS) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) para a vaga de vice. Bolsonaro está bem entre os agricultores e também no Sul do país. A senadora gaúcha é do PP, mas não quer. Tereza, se não fosse do DEM, já estaria escolhida.
Onde pega 2
O DEM quer a Presidência da Câmara, mas, pelo visto, colocou esse ativo cedo demais na roda e, agora, meio que perdeu a primazia de indicar o vice dentro do blocão de centro, que ontem fechou com Alckmin.A Câmara ainda depende de vários fatores, eleição de Rodrigo Maia deputado, eleição do tucano e correlação de forças no Congresso. A vaga de vice é pra já.
Centro e direita mais claros
O centro do espectro político deslancha a formatação da campanha com Geraldo Alckmin, dando ao tucano o apoio de nove partidos, podendo chegar a 10 se o PV seguir nesse caminho. A extrema-direita, representada hoje por Jair Bolsonaro, caminha para o isolamento, com chapa pura e tempo restrito na tevê. Nesse campo, só falta Álvaro Dias, que corre atrás de partidos menores, como Avante, DC (De José Maria Eymael), Patriotas, PTC (de Fernando Collor) e outros.
Esquerda nebulosa
Ciro Gomes só vai tratar do vice depois que o PSB, o mais enrolado dos partidos nessa temporada pré-eleitoral, decidir seu caminho. Entre os socialistas, o governador Paulo Câmara mencionou, em Pernambuco, que, se preciso for, “vai bater chapa”. Ele quer se reaproximar do PT. O PT, por sua vez, diante da insistência na candidatura de Lula, segue indefinido. E o PCdoB pressionado a ficar com o PT.
CURTIDAS
Maranhão campeão/ A lista de contas consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União e que, por isso, impede gestores de ser candidatos este ano, traz 622 do Maranhão. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 616. E São Paulo, com 572. O DF tem 307.
Guardem esse nome 1/ Quem está montando o programa de Geraldo Alckmin para o Nordeste é o ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB) Marcos Holanda. Ele esteve no comando por lá até dezembro de 2017, quando se desentendeu com o MDB e pediu demissão.
Guardem esse nome 2/ Há quem diga que setores do partido de
Michel Temer insistiam em ações não republicanas, algo semelhante ao que quis fazer Geddel Vieira Lima (foto), em relação à construção daquele prédio em Salvador, que terminou provocando o pedido de demissão do então ministro da Cultura, Marcelo Calero.
E eles se deram bem/ Quem não tem o que reclamar em termos de apoio é o candidato a governador do Espírito Santo pelo PSB, Renato Casagrande. Ele encerra a semana com o apoio do PDT e do PSDB. É tudo o que Rodrigo Rollemberg sonha para sua campanha à reeleição no Distrito Federal.