PT quer “nacionalizar”

Publicado em coluna Brasília-DF

Apesar de a eleição municipal ser tradicionalmente voltada para temas locais, sem muito espaço para uma nacionalização do debate, o PT planeja aproveitar a largada da campanha, em agosto, para emplacar o discurso do golpe. É a forma que a cúpula do partido considera ideal para disseminar a mensagem antes da votação no plenário do Senado, prevista para o fim do mês que vem. A ideia é acoplar esse discurso ao dos avanços sociais obtidos nos tempos em que os petistas ocupavam o Planalto. Em conversas reservadas, há quem diga serem as únicas armas disponíveis hoje para tentar reverter alguns votos no Senado. Sabe como é, dizem os petistas, “a esperança é a última que morre”.

Menos protestos
Com a sanção do reajuste dos servidores do Judiciário, o presidente em exercício, Michel Temer, praticamente fecha a temporada de aumento dos servidores. Agora, sem greves à porta, ficará mais fácil cuidar da tramitação do processo de impeachment no Senado, sem que se misturem às manifestações daqueles que são contra o afastamento de Dilma, com um grande contingente daqueles que desejam correções salariais.

Prioridade econômica…
No jantar com a cúpula do Congresso no Jaburu, o presidente em exercício, Michel Temer, colocou a aprovação do acordo de negociação da dívida dos estados como o ponto de partida para as discussões dos demais temas econômicos.

…E política
A votação do acordo joga ainda em favor do governo no campo político. Como antes do recesso branco faltaram quatro votos para aprovação da urgência, uma vitória nesse campo agora dará a ideia de que o governo está mais forte na seara política.

Nordeste, a próxima fronteira
Governadores da região onde Dilma e Lula ainda têm muito poder de fogo insistem em um tratamento melhor na renegociação das dívidas. E não é nem por questões políticas. É que eles devem menos. Norte e Nordeste devem, juntos, 4,6 % do PIB, enquanto Sul e Sudeste, 91%. Os dados foram levantados pelo deputado Júlio César (PSD-PI).

Se atender só Sul e Sudeste, não tem Meirelles que resolva”
Robinson Faria,
governador do Rio Grande do Norte, ao se referir à renegociação das dívidas dos estados

Elas & eles I/ Com tantos restaurantes em Brasília, quatro ex-ministras de Dilma Rousseff foram almoçar ontem no mesmo local escolhido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro de Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (foto).

Elas & eles II/ Ideli Salvatti (Relações Institucionais e Pesca), Eleonora Menicucci (Secretaria da Mulher), Miriam Belchior (Planejamento) e Tereza Campelo (Desenvolvimento Social) sentaram-se à mesa próxima da porta. Já Kassab e Rodrigo Maia ficaram ao fundo.

Elas & e eles III/ Kassab, que chegou mais cedo, ficou um pouquinho com as antigas colegas de governo Dilma. Na saída, tanto ele quanto Rodrigo Maia cumprimentaram as ex-ministras Ideli e Tereza. Miriam e Leonora já haviam saído.

Elas & eles IV/ Tereza Campelo não escondeu o constrangimento diante de Kassab e Rodrigo. Justamente no momento em que eles se aproximaram da mesa para cumprimentá-la, a tela do tablet exibia a capa do site alertasocial.com.br, que estampava em letras garrafais “O golpe é contra você”. Kassab e Rodrigo, ambos tarimbados na política, nem pestanejaram. É do jogo.